Neste artigo pretendo dar a conhecer como são feitas as adaptações neste mundo. Basicamente, como funcionam as conversões de umas obras para as outras, como surgem e até alguns dos processos pelo qual uma obra passa ao longo da sua criação e adaptação.
O que é Manga?
Manga, em Japonês, significa Banda Desenhada. É a palavra utilizada para designar toda e qualquer banda desenhada no estilo e padrão Japonês.
Conversão Manga-Anime
Por norma, a criação do Manga antecede a criação do Anime. Para criar o Manga são necessários apenas desenhistas e uma editora, logo o dinheiro que é investido é muito inferior ao que é necessário para criar o Anime. Em contrapartida, criar o Anime é um processo muito mais dispendioso, dado que é necessária uma equipa de desenhistas, uma equipa de animadores, uma equipa de vozes para dar vida aos personagens, uma produtora/editora, etc. Ao criar primeiro “manga”, será possível analisar se o público-alvo está a apreciar a obra, e se a obra está a ser vendida com sucesso.
Desta forma, é possível determinar se a adaptação de Manga para Anime será um investimento rentável, ou não. Como nas adaptações de um livro para cinema, por razões de produção e/ou edição, a narrativa pode sair com um resultado menos fiel, relativamente à obra original.
Fillers
Muitas vezes, o que acaba por retirar a fidelidade da adaptação das obras, são os temidos “Fillers”. Filler, no sentido literal designa-se por algo que “enche” ou “enchimento”, o que é perfeitamente adaptável à situação. Dentro desta comunidade, designa-se por filler, sagas ou episódios inseridos num Anime que não se encontram presentes na obra original. Isto acontece para impedir que os episódios atinjam os capítulos mais recentes da Manga, desta forma, nunca ficam sem narrativa.
Os episódios de um anime, por norma, seguem um padrão. Cada um possui aproximadamente 20 minutos de duração. Isto explica facilmente o porquê da narrativa do anime ser desenvolvida com uma velocidade superior ao do manga. Concluindo, um capítulo raramente será equivalente a um episódio no seu conteúdo. Maioritariamente, o filler desfruta de uma qualidade narrativa e técnica extremamente inferior comparativamente ao anime que segue a obra original, sendo que nem o criador original participa na criação do mesmo (normalmente).
Como consequência, o espectador perde o interesse, as audiências descem, e por vezes leva a que a obra seja cancelada. Neste caso, o método que foi criado para salvar o anime de ser cancelado, pode acabar por trazer um resultado negativo levando-o pelo mesmo caminho.
https://youtu.be/bgpLpY-DU14
O cancelamento de um Anime devido ao uso inapropriado ou desajustado do Filler é cada vez mais um motivo recorrente. Nos últimos anos, alguns têm vindo a contornar esta situação com uma solução favorável: dividir o anime por temporadas. No tempo em que seria inserida uma saga filler, o anime pára, e quando já deu espaço suficiente à manga, este retoma. Esta resolução tomada por parte das produtoras evita não só que os espectadores percam interesse, mas também faz com que a adaptação se torne mais fiel.
Existem também escassos exemplos que podem ser confundidos com os fillers comuns. Na atualidade, os mais conhecidos são os nomes “Claymore”, “Soul Eater” e “Fullmetal Alchemist”, que devido ao grande sucesso que a manga teve, foram muito cedo adaptados para animação. Como consequência inevitável, o anime rapidamente ultrapassou o Manga (ainda não terminada na altura). Isto levou mais uma vez à criação de uma história não existente. No entanto, não deverá ser confundida com filler (no seu sentido original), porque neste caso, está a ser criada uma narrativa não para “empatar” o público, mas sim para dar um fim à animação.
Ocasionalmente, quando isto acontece e caso a manga tenha tido sucesso suficiente, quando termina ou quando está mesmo para terminar, é produzido um remake, que por sua vez se torna numa das adaptações mais fiéis. Temos como brilhante exemplo: “Fullmetal Alchemist: Brotherhood”!
Censura
Infelizmente, adaptações contemporâneas sofrem risco de censura. As imagens mais agressivas, ofensivas ou não próprias para a visualização de um público mais sensível e/ou de idade menor podem ser excluídas ou modificadas.
Existe também a criação de Anime sem Manga. Muitas animações derivam de Light Novels, letras de músicas, videoclips, livros, filmes ou simplesmente do nada! Estas, em muitas situações, obtêm tanto sucesso que acabam por ser adaptadas para manga de forma a levar a obra também ao público que aprecia mais este tipo de formato.
E vocês? Manga ou Anime?