Título: Kiznaiver
Adaptação: Original
Produtora: Studio Trigger
Géneros: Ação, Drama, Ficção Cientifica, Suspense
Ficha Técnica: Indisponível
Primeiras Impressões: Disponível
Apesar de sermos uma fanbase muito dedicada ao nosso hobby, fãs de anime não costumam conhecer os escritores, realizadores e animadores por detrás dos seus projetos preferidos (há obviamente exceções, mas eu estou a falar da maioria). Porque é que isto acontece? Acho que vem do desejo inconsciente de querermos acreditar que o que estamos a ver é real. Nós sabemos que não é real mas queremos mergulhar no mundo da história, e saber nomes de realizadores, escritores, atores, etc. por vezes estraga um bocado a magia da coisa. Ainda assim devemos reconhecer as contribuições e talentos das pessoas por detrás de algumas das nossas animes preferidas, portanto hoje vou falar-vos da escritora Mari Okada.
Gostaram de Anohana? Vampire Knight? Toradora? Bem podem dar uma boa parte do crédito à Madame Okada, que escreveu guiões para todas estas séries (no caso de Anohana escreveu a série inteira) e fez a composição das séries para as últimas duas. Ela pode ser essencialmente considerada uma espécie de “Rainha” do melodrama em anime, abraçando as emoções exageradas que são uma grande parte de anime e sabendo colocar os feels mesmo bem para conseguir tirar uma lágrima ou duas dos olhos deste fã cínico.
Hoje temos o seu projeto mais recente, feito com o Studio Trigger, Kiznaiver criado e escrito completamente por ela. É o tipo de melodrama a que ela é excelente ou será um produto falhado como outras coisas pelas quais ela foi responsável? Vamos descobrir.
Kiznaiver | Enredo
Estamos no… futuro? (não sei bem, é um bocado vago), em Sugomori City, uma cidade moderna com cidadãos felizes e mascotes que andam por aí e ajudam a manter tudo regulado.
Isto é, na verdade, uma fachada. Apesar da maior parte dos seus habitantes não saber, Sugomori City foi criada com o expresso propósito de testar algo chamado o Kizna System, um sistema que faz com um grupo de pessoas possa sentir as dores uns dos outros, levando assim à paz mundial porque podemos finalmente sentir empatia com o nosso próximo… Sure? A líder do grupo que faz estas experiências (o Kizna Committee) é uma rapariga adolescente (não são sempre?), Noriko Sonozaki, que reúne um grupo de clichés, incluindo, pelas suas próprias palavras:
Assim, eles vão passar o verão a sentir a dor uns dos outros e, dada a Okadaness disto tudo, há triângulos amorosos até dizer chega.
Em si, a ideia da série até é fascinante. Estar conectado com a dor de outra pessoa e sentir o que ela sente. Até gostava de ver uma versão mais cerebral desta premissa, que analisasse a forma como isso afeta a relação entre dois indivíduos. Mas esta visão de uma perspetiva emocional funciona bastante bem e é utilizada de forma ok… Até certo ponto. Sem spoilers, o clímax da série envolve nós estarmos emocionalmente investidos com o funcionamento de um sistema… que não existe. Isto, juntamente com inconsistências relativamente ao tempo de duração do Kizna System e a ideia de termos que traduzir dor emocional como alguma espécie de equivalente a ataque cardíaco, impede a série de ser ótima. Não obstante, eu não concordo com algumas opiniões que dizem que o final foi apressado. Acho é que se sentiram um bocado aldrabados porque queriam passar mais tempo com as personagens. Falando nisso…
Kiznaiver | Personagens
Nesta secção é que podemos ver a verdadeira força da Mari Okada: As personagens dela. Toda a gente nesta série é um cliché andante mas têm motivações, têm piada e no geral, nós queremos passar mais tempo com eles. E, claro, apaixonam-se todos uns pelos outros. Não esperem que os vossos OTP’s se realizem pessoal. Os meus certamente não se realizaram.
Se tivesse que escolher um preferido seria o Tenga, porque ele odeia injustiça, é o tipo que eu mais gostava de conhecer na realidade entre todos e tem medo de cães.
Suponho que essa é uma queixa, às vezes certos traços nunca voltaram, como o medo de cães ou como a Chidori conhecia o Katsuhira desde que eram crianças. Ainda assim, no geral, era tudo gente divertida… Não tenho mais para dizer, eles são todos um bocado simples de mais para dizer muito, e o que posso dizer seria spoilers. Por isso vamos para outra.
Kiznaiver | Animação e Design
É tudo bom. Não tenho queixas a apontar aqui. A animação é melhor do que deveria ser para o género de história sem cenas de ação que esta série é, e os designs são diferentes do comum com uma forma mais angular e pontiaguda. Aliás ao ponto de que é um milagre que as coisas estejam tão bem animadas, visto que eu estava à espera que as personagens colapsassem todas dentro de si mesmas com aquele jank de um jogo mal feito.
Portanto… Novamente, nada mais a dizer. Muito bom.
Kiznaiver | Som
É ok? Estou desprovido de coisas para dizer relativamente ao som. Mal se nota a música e toda a gente atua bem e tem “all the feels”, como já é tradicional para animes românticas deste tipo. A animação da música de abertura é super impressionante e recomendo que a vejam mesmo se não virem a série. Quando oiço que anime agora envolve efeitos a computador, esta abertura é o que me vem à cabeça. A música de abertura tem o mesmo problema das outras músicas dos Boom Boom Satellites: bom início e resto da canção medíocre.
Kiznaiver | Pensamentos Finais
Se parece que tenho pouco para dizer, é porque tenho. Kiznaiver é uma boa série emocional com alguns problemas. Sofre de alguns problemas de história, mas o resto da escrita é tão divertida que acaba a balançar bem as coisas. Diria que é uma boa adição ao catálogo da Mari Okada.
Resultado Final: 7.5/ 10
Pronto isto até foi divertido. Uma coisinha leve para começar bem o ano. O que é que tenho a seguir?
Oh no…
OH NOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!
NOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!
Análises
Kiznaiver
Apesar de alguns problemas, Kiznaiver é uma série divertida, emocional e romântica.