A 31ª edição da Weekly Shonen Jump, revista da Shueisha, gerou uma enorme controvérsia após o seu lançamento a 3 de julho. Nesta edição foi publicado o último capítulo do manga de Tadahiro Miura, Yuragi-sō no Yūna-san (Yūna of Yuragi Manor), que teve direito a estar na capa da revista. Nesta mesma edição, este manga colocou um inquérito a questionar quais eram as personagens favoritas dos leitores. O inquérito foi acompanhado de ilustrações dessas mesmas personagens, e, aparentemente, o público começou a questionar o quão apropriadas eram tendo em conta as idades dos leitores desta revista.
Yuragisou no Yuuna-san e as Ilustrações Controversas
As ditas ilustrações exibem as personagens em biquínis bastante reveladores, que se encontram a escorregar pelos corpos. As personagens revelam expressões embaraçadas e com lágrimas. Como já disse acima, houve um bom público a mencionar que este retrato sexualizado de personagens femininas é inapropriado para o público da revista, onde muitos dos leitores são crianças.
A advogada Keiko Ōta aconselhou aos Pais que não deixassem os filhos ler a revista Shonen Jump:
Retratar abuso sexual como algo prazeroso é um problema.
A esta afirmação juntou-se Kazue Muta, professor de Estudos de Géneros Sexuais, na universidade de Osaku, dizendo o seguinte:
As pessoas estão a aprender a ver as mulheres como objetos sexuais, desde muito novos.
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Por outro lado, alguns comentários online afirmaram que, não deixar os jovens ler Shonen Jump, é uma decisão errada. Aqui ficam alguns dos comentários:
Eu acho que ver imagens eróticas faz parte do crescimento do Ser Humano.
Não tem qualquer sentido vocês forçarem a vossa repulsa sexual nas crianças e na nossa sociedade.
O advogado Yamato Sato concordou com estas afirmações e acrescentou ainda que está muito preocupado com a censura excessiva que está a dominar as formas de arte.
A polarizante escultora/mankaga Megumi Igarashi (também conhecida por Rokudenashiko), famosa pelas suas criações baseadas no órgão genital feminino, também partilhou a sua opinião:
Este desejo que existe de manter as crianças longe de trabalhos com conteúdo erótico, de modo a manter o estado puro da mente deles, é um sinal do egocentrismo dos pais. Nós precisamos de uma maior e melhor educação sexual.
O mangaka Tatsuya Egawa (Golden Boy, Tokyo University Story, Magical Taruruuto-kun) foi bastante expressivo no seu Facebook, sendo que afirmou que esta controvérsia é idiota. Fundamentou este argumento com o facto de que estas ilustrações estão a par dos retratos eróticos criados por Go Nagai no manga Harenchi Gakuen, que estreou na Shonen Jump em 1968, na primeira edição da revista.
Egawa acrescentou:
Eu acho que Barefoot gen, de Keiji Nakazawa, é uma influência muito mais forte nas crianças. É um erro não deixar as crianças ler uma série só pelo seu conteúdo. Nós crescemos e chegamos a adultos através da variedade da nossa leitura. O que é importante é criar pensamento crítico, deixar as crianças pensarem por elas mesmas. As pessoas que falam deste tipo de censura são pessoas que, muito provavelmente, receberam uma educação menos boa.
O advogado Yoshitaka Miura afirmou que estas ilustrações são meramente casos de “pervertido com sorte”, e é completamente absurdo afirmar que esta característica narrativa seja considerada algo como retrato de abusos sexuais e de violência sexual. “Pervertido com sorte” é uma mera manobra narrativa como os clássicos momentos em que o protagonista vê as cuecas da protagonista, ou quando eles caiem e ele acaba com a mão no seio dela. O advogado quis ainda acrescentar que as ilustrações vêm de um contexto narrativo que só entende quem acompanhar a história.
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A Shueisha respondeu à controvérsia afirmando que recebem opiniões dos leitores todas as semanas, e que através delas querem continuar a criar e melhorar a revista que os leitores tanto gostam.
O manga Yuragi-sō no Yūna-san foi lançado em fevereiro de 2016, e a Shueisha publicou o sexto volume no dia 4 de julho.
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Fonte: Anime News Network