Título: 3D Kanojo: Real Girl | 3D Girlfriend
Adaptação: Manga
Estúdio: Hoods Entertainment
Demografia | Género: Shoujo | Romance, Vida Escolar
3D Kanojo: Real Girl – Opening: Daiji na Koto (だいじなこと) – Quruli
3D Kanojo: Real Girl – Primeiras Impressões
Como referi no meu top animes mais esperados desta temporada de primavera, Real Girl estava no topo da lista. O motivo é simples: é baseado num manga que adoro!
Infelizmente, a maioria dos comentários à cerca do primeiro episódio não são positivos. No entanto, depois de ler alguns dos argumentos usados, sou obrigada a concordar, ou melhor, a perceber este ponto de vista.
O ritmo da série anime é pausado. Não há esforço em torná-la dinâmica ou adicionar algum elemento extra que a torne atrativa desde o início. Existem, inclusive, algumas quebras de comédia que fogem um pouco à linha narrativa e causam um certo desconforto, chega ao ponto de ficarmos sem perceber o que a obra deseja ser.
Gosto de comparar esta estreia com a de Tada-kun wa Koi wo Shinai. Dois romances, mas totalmente diferentes. Tada-kun wa Koi wo Shinai começou com o pé direito. Mostrou desde o primeiro episódio o que desejava ser e como o iria fazer, em 3D Kanojo Real Girl, as coisas já não foram assim.
Ficamos num misto de alegria por vermos, uma vez mais, a vida de um otaku hostilizado a ser explorada, uma espécie de Net-juu no Susume modo vida escolar. E de tristeza, porque nada nos fascina naquela sucessão de acontecimentos… a menos que comecemos a olhar noutra perspetiva…
Real Girl – Um anime que quebra taboos japoneses
Há algo que devemos ter em conta. O Japão é um país extremamente conservador e machista e isso reflecte-se sobretudo nos seus mangas shoujo, josei e/ou slice of life. Como amante de shoujo consigo afirmar que o manga que deu origem a 3D Kanojo Real Girl é extremamente vanguardista.
Vamos pensar no seguinte, em retrospectiva, todos os grandes shoujo giram em torno de uma protagonista purista, com mais ou menos personalidade, mas incapaz de dar o primeiro passo numa relação (ou que o foco seja a luta interna para que esta o consiga dar). Nem por sombras se conjectura a hipótese da protagonista feminina ser uma boémia que namora com mais que um rapaz ao mesmo tempo, que beija e usa o seu corpo para benefício do seu próprio entretenimento.
Simplesmente as mulheres não são retratadas assim!
É quase uma blasfémia vermos isso retratado em shoujo. Retratado no geral. Em boa verdade, tais características são mais comuns em antagonistas, vilãs… ou nos protagonistas masculinos!
Aqui temos o total gender bender! Vemos o estereótipo de personalidade feminina e masculina completamente trocados. E isso é algo!
Sem me querer alargar na aclamação por uma apreciação mais favorável a esta obra, Real Girl consegue re-escrever cenas cliché de shoujo e torná-las únicas. Quantas vezes viram a rapariga a atirar pedras à janela do rapaz e ter uma postura séria e mais racional?
Claro que este ritmo narrativo não ajuda à imersão instantânea na obra. Admito que mesmo conhecendo o manga tive dificuldade em ligar-me de imediato à história.
Acho que o ambiente e a banda sonora poderiam ter sido feitos de outra forma. Não que estejam mal executados, mas a animação não é consistente e os momentos “coloridos” do anime acabam por proporcionar o sentimento inverso ao desejado. Felizmente, temos o opening que considero extremamente adequado e com um tema extremamente adorável!
E se eu vos disser que ainda há algo mais?
Sei que parece que fui mais negativa do que positiva relativamente a esta adaptação. No entanto, com isto quis-vos expor todos os pontos menos bons do anime e falar do potencial do material de origem.
As expetativas devem ser comedidas sob o risco da mensagem não conseguir ser bem transmitida. Contudo, acredito que valha a pena arriscar uma vez que, mesmo com todos os problemas de ritmo narrativo, os momentos e pormenores da história são deliciosos!
Nestes dois episódios que vi posso confirmar que a produtora pretende seguir o manga, literalmente. Se essa pretensão continuar, tenho-vos a dizer que podem esperar por um drama romântico bem acima da média.
3D Kanojo supreendeu-me, pessoalmente é dos mangas que mais gostei de ler nos últimos tempos pelo que me custa este não ter a atenção que penso que merece. Claro que é uma comédia-drama-romance escolar e possui todos os elementos associados a este conceito. Ainda assim, caso se queiram aventurar, penso que valerá a pena =)
Acerca da Temporada de Primavera 2018:
Recomendações Anime Primavera 2018 – Adaptações Manga
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Kakuriyo no Yadomeshi – Primeiras impressões
Análises
3D Kanojo: Real Girl
Os Pros
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Os Contras
- Gender Bender
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