Anime é uma espécie de “iceberg” para os espectadores no Ocidente. Todos conhecem as séries mais famosas, como Naruto, Digimon, Pokémon e até os mais antigos Vicky (Vicky the Little Viking) e Heidi (embora baseados em histórias europeias, vinham também do Japão). E seguramente que Dragon Ball e Dragon Ball Z estão acima de todos, atravessando gerações.
Mas isso é apenas a ponta do “iceberg”; a maioria do “anime”, por razões culturais ou outras, não vai além das fronteiras do Japão. Vejamos em seguida cinco séries de animação japonesas, com pouco reconhecimento no ocidente e que valem a pena conhecer.
5 Séries de Anime que vale a pena conhecer
Hoozuki no Reitetsu
Nesta série, muito alternativa e com um toque experimental, os autores imaginam como seria o inferno se fosse dirigido por uma burocracia: papéis, certificados, requisitos, regulamentos contraditórios entre si, etc. Tendo em conta que muitas pessoas sentem que estão a viver um inferno ao lidar com uma instituição excessivamente burocrática, já se pode imaginar o quão hilariante pode ser esta série – praticamente desconhecida fora do Japão e, mesmo por lá, com um alcance relativamente reduzido.
Ultimate Otaku Teacher
Lançada em 2015, esta série foca-se num fenómeno típico e particular do Japão moderno: os YD, em inglês “Yearns to Do”. Trata-se de jovens adultos, ou até pessoas já com alguma idade, com uma falta de entusiasmo genérica pela vida e que só trabalham, divertem-se ou fazem coisas que os interessem a fundo.
Diz-se que será um efeito colateral da vida moderna e do facto das pessoas já terem tido acesso a demasiadas experiências e vivências – o fenómeno de hiperescolha de que falava o futurólogo Alvin Toffler no livro “O Choque do Futuro”. Ultimate Otaku Teacher apresenta dois irmãos, Junichirou e Suzune Kagami; ele é um YD, preguiçoso e sem iniciativa, e ela é ativa e enérgica. Revoltada, arranja-lhe um emprego como professor numa escola secundária.
Eis o cenário para muita comédia, lições inspiradoras como ser confiante e fazer amigos, e uma compreensão do Japão moderno. Virá o Ocidente a sofrer do mesmo?
Noir
Lançada em 2001, esta série é intemporal (tal como Dragon Ball Z na medida que é facilmente compreendida atualmente), envolvendo ação, mistério, drama e algumas reflexões morais. Aborda a história de duas assassinas, Mireille Bouquet e Kirika Yuumura.
A francesa é uma profissional fria e eficiente, mas com um “coração mole” que só ocasionalmente se pode ver; a japonesa, introvertida, sofreu uma perda de memória e procura respostas sobre o seu passado. Não há sangue nem violência gráfica, mas o espetador chega a conseguir identificar-se com as criminosas.
The Ambition Of Oda Nobuna
Dificilmente uma série baseada em factos históricos e situada no Japão do século XVI, como esta, poderia conseguir uma grande popularidade fora do país do sol nascente.
Porém, não está em causa a sua qualidade, baseada na riqueza das personagens, no romance e, de forma talvez surpreendente, no humor. O protagonista é inspirado em Oda Nobunaga, o dáimio que tentou unificar politicamente o Japão no século XVI.
Heroic Age
Também há ficção científica no “anime” menos conhecido (se bem que os mais velhos recordar-se-ão de “Força Astral”, conhecido internacionalmente como “Star Blazers”, e transmitido em Portugal entre 1990 e 1991). Em “Heroic Age”, quatro espécies (entre elas a humana) são chamadas ao espaço pela Raça Dourada, que depois as abandona.
O “homo sapiens” quase é destruído pelas outras três espécies alienígenas. Caberá à princesa Dhianeila encontrar a solução para salvar a Humanidade.
Como é possível aceder a estas séries?
Estando geralmente fora do circuito comercial de televisão, a única forma de ver séries de “anime” como estas é através da Internet. Porém, o visionamento licenciado nem sempre é possível, uma vez que não chegam a estar disponíveis no estrangeiro (fora do Japão). Aí, existem duas grandes possibilidades.
Browser normal: não é uma opção recomendável, pelo alto risco relacionado com o “malware” ao aceder a sites não licenciados. As “pop-ups” de sites com conteúdo para adultos e os banners insistentes de empresas de jogo online são apenas as ameaças menos perigosas que se encontram no acesso a sites totalmente à margem da lei.
Usar uma VPN (“Virtual Private Network”): através de uma VPN, o utilizador não só “esconde” o seu IP (e portanto a identidade do seu computador) mas também cria uma barreira ou “escudo” protetor contra as ameaças que poderiam infetar o seu aparelho. A tecnologia da VPN assume os riscos da navegação e impede que vírus ou outro tipo de malware chegue ao equipamento do utilizador. Assim, este só tem de se preocupar com a legendagem da sua série “anime”… ou em compreender o idioma japonês!