Título: Aldnoah Zero
Adaptação: Original
Produtora: A-1 Pictures, TROYCA
Géneros: Ação, Mecha, Ficção-Científica
Aldnoah Zero | Opening
Heavenly Blue – Kalafina
https://www.youtube.com/watch?v=om6_D4f4KgY
Aldnoah Zero | Enredo
A premissa inicial de “Aldnoah Zero” é desde logo interessante por colocar em órbita uma hipótese remota daquilo que poderá ser o futuro da Humanidade. Enquanto que na Terra tudo se assemelha aos dias de hoje, no espaço há algumas alterações. O planeta Marte tornou-se em parte habitável, sendo que descobertas inerentes a este novo território provocaram a separação da Humanidade em duas partes e, inclusive, a destruição da Lua que, agora em pedaços, assume o nome de satélite Belt.
No arranque da série, os habitantes da Terra surgem de um dos lados desta separação, enquanto que do outro se colocam os humanos que em tempos viajaram para Marte e por lá fizeram investigações importantes relacionadas com o nome “Aldnoah”, termo que ainda permanece um mistério. Desde aí que este “segundo povo” humano se considera superior à civilização terrestre e anseia demonstrar toda a sua força e poder aos seus “antecessores”, se assim se pode dizer.
Apesar das tentativas de alguns, como é o caso da Princesa de Vers, em melhorar as relações entre povos, a maior parte dos “marcianos” espera apenas por um pretexto para iniciar uma guerra com a Terra. Logo de início, fica claro que é isso que vai acontecer dentro de minutos, pelo que até aqui tudo era previsível e “Aldnoah Zero” parecia ter a sua estreia condicionada.
Acontece que com os primeiros diálogos e aparecimento de algumas personagens, a introdução pré-anunciada ganhou contornos bem mais interessantes. Destaco Kouichirou Marito, cuja voz é a de Kazuya Nakai (o Roronoa Zoro de One Piece). Por ele ficamos a saber algumas das coisas que aconteceram na altura da separação da Humanidade, e que muitas delas foram escondidas dos cidadãos terrestres comuns. Mas não só! Também sobre os Cavaleiros de Marte, Kouichirou demonstra ter muito conhecimento, pelo que se adivinham muitas intervenções épicas e decisivas para o desenrolar da história por parte desta personagem. Sem ele, este primeiro episódio perderia parte do seu interesse.
Continuando nesta matéria, surge um outro fator que, talvez de forma inconsciente, nos atrai para Aldnoah Zero. Em causa está a relação Terra-Marte que, por ser algo minimamente real e possível no futuro, desperta a nossa atenção. Ainda que nos próximos capítulos possa surgir algo mais ficcional, como é o caso da conceção das naves espaciais, da evolução da tecnologia apresentada, ou das armas de combate. Aí sim, poderá haver algum desapontamento, mas provavelmente já será tarde demais para descolar desta produção.
Também no que diz respeito ao enredo em si, uma outra ideia ficou no ar que poderá ser bastante importante na valorização de Aldnoah Zero, nas próximas semanas: os Cavaleiros de Marte (Orbital Knights). Eles que, supostamente, são os humanos mais importantes da civilização humana que outrora abandonou a Terra. A sensação que ficou é que depois de tantos anos em paz com os terrestres, todos eles estão sedentos por se afirmarem perante o povo da Terra. Diria mesmo que estão cegos por entrarem em ação, o que poderá causar atos à partida inesperados, como desentendimentos entre eles ou incumprimento de objetivos.
Aldnoah Zero | Ambiente
Visto que se trata de uma obra associada ao género mecha e à ficção científica, a construção dos ambientes onde tudo se passa, a par da exibição de equipamentos tecnológicos super avançados, exigem mais dos seus responsáveis de produção do que em outro tipo de histórias. Para o próprio bem da obra, aqui tudo está ao nível do expectável, isto é, do que pode ser considerado no mínimo agradável, ainda que em algumas situações vá mais além desse patamar de satisfação.
Para ser mais preciso, já no final deste primeiro episódio de Aldnoah Zero há uma situação marcante. Com a guerra a iniciar-se, os Príncipes de Marte aterram em diferentes pontos do globo. Algures numa região a quilómetros dos estrondosos acontecimentos, duas crianças julgam ver estrelas cadentes e pedem desejos, nomeadamente a paz no mundo. Ironicamente, aquilo que dá a sensação de serem estrelas cadentes são nada mais nada menos do que as naves dos Cavaleiros.
Em termos musicais, tudo parece estar também muito bem encaminhado. A música que tocou durante a reta final do episódio e que acompanhou a tentativa de assassinato da Princesa Asseylum Vers Allusia assentou perfeitamente na cena. Por seu lado, parece-me que a escolha de Kalafina para dar vida ao opening foi igualmente acertada. Pensei desta forma ainda antes de ouvir a música, visto que esta banda já tinha dado provas da sua competência no opening de Fate/Zero 2 – “To The Beginning”.
Aldnoah Zero | Potencial
Aldnoah Zero é mais uma obra original a estrear nesta temporada de animes de verão. E a verdade é que, após a visualização do seu primeiro episódio, imediatamente tive o seguinte desabafo: “já devia estar à espera disto!”. Gen Urobuchi, quem mais poderia ser capaz de me surpreender de forma tão positiva, no que à história e enredo diz respeito, sem ter em conta as típicas adaptações de Manga para Anime?
Talvez haja um ou outro, admito, mas pelos trabalhos desenvolvidos recentemente, e volto a mencionar “Fate/Zero“, que é uma obra também da sua autoria, acho que só mesmo ele. Quem ainda não o conhece, tudo indica que terá aqui uma boa oportunidade para ver o que este senhor é capaz de criar.
Sintetizando, mesmo com os acontecimentos deste primeiro episódio a serem expectáveis com base na sinopse disponível, o anime conseguiu surpreender em todos os aspetos possíveis e de que maneira! Na música, nos desenhos e conceções gráficas da Terra e do planeta Marte, nas personagens, que já demonstraram ter uma boa dose de importância e significado para o futuro, enfim, é mesmo complicado apontar o que quer que seja à sua estreia.
Todavia, ainda agora a série está a começar pelo que é cedo para se celebrar a concretização de uma obra de topo. Aliás, não seria a primeira vez em que uma obra cairia no esquecimento por desiludir daqui para a frente. Parece improvável que tal aconteça, tendo em conta o potencial demonstrado e o autor que tornou este projeto possível, mas vamos com calma. Há um verão inteiro para desfrutar do anime e depois sim, os juízos finais serão feitos.
Até lá, Aldnoah Zero é uma obra que se recomenda vivamente!
Análises
Aldnoah Zero
Uma produção que parece estar no caminho certo para se tornar um anime de topo, uma vez que todos os parâmetros principais de avaliação apresentam grande potencial. Pode vir a dar muito que falar, por bons motivos!
Os Pros
- História criada entre Terra e Marte.
- Arte.
- Animação.
Os Contras
- Nada a apontar.