A Mari Okada é conhecida pelos muitos guiões de anime que escreveu: Anohana: The Flower We Saw That Day, Mobile Suit Gundam: Iron-Blooded Orphans, Hanasaku Iroha, A Lull in the Sea, The Anthem of the Heart, etc. O que não é geralmente conhecido é que ela coloca muitas das suas experiências pessoais no seu trabalho. Bem, podemos finalmente saber quanto da vida dela ela coloca no seu trabalho porque escreveu uma autobiografia: Gakkō e Ikenakatta Watashi ga anohana Kokosake wo Kaku Made (“Como passei de não ir à escola para escrever Anohana e The Anthem of the Heart).
Mari Okada anuncia lançamento de Autobiografia
O índice do livro, com excertos dos capítulos, mostra algumas facetas da vida da Okada:
Prólogo: O Meu Coração Queria Gritar (Nota: O título deste capítulo é baseado no título japonês do The Anthem of the Heart, “O Meu Coração Quer Gritar”) – The Anthem of the Heart passa-se na cidade onde nasci, Chichibu. Até teve uma antestreia lá. Quando o filme parou a meio por causa de uma dificuldade técnica, entrei em pânico e apercebi-me que não tinha mudado desde que de lá saí.
Capítulo 1: Um Sítio na Minha Escola – Desde de pequena, que nunca consegui dizer o que pensava. Quando entrei na escola primária, sofri de bullying. Em segundo plano desta rapariga que sofria, as montanhas de Chichibu observavam, negras como o breu, contra o pôr do sol. Lembravam-me de uma jaula gigante.
Capítulo 2: Eu Não Sabia Quem Cumprimentar – Apesar da Yōko ser tão burra como eu, toda a gente gostava dela. Ela era tão altruísta como um poema do Kenji Miyazawa. Eu queria ter essa espécie de carácter. Quando tentei numa manhã de aulas, não sabia quem cumprimentar.
Capítulo 3: Os Dias Desaparecem, Um por Um – Visto que não podia ir para a escola, a minha vida passou a ser sobre comer, dormir, jogar e ler. A minha mãe tinha vergonha de mim. Há uma palavra no livro A Dark Night’s Passing do Shiga Naoya: “Sol a Enfraquecer”. Era eu.
Capítulo 4: Exercícios Preparatórios para um Evento – Há uma cena no Anohana em que o Jintan, que está sempre a faltar à escola, está prestes a sair. Mas ele ouve vozes do bairro e hesita. Isto é baseado em X dia, quando eu saí para um evento escolar pela primeira vez passado muito tempo.
Capítulo 5: Mãe, Estás a Fazer Coisas Horríveis – O meu pai teve um caso e foi obrigado a divorciar-se pelo meu avô. A minha mãe, recentemente solteira, a quem chamavam a “Atsuko Asano (uma atriz) de Chichibu” saltava de um namorado para outro. Durante uma luta que ela teve, um dos namorados dele exigiu que eu lhe desenhasse mamas.
Capítulo 6: Chichibu, a Jaula do Destino – Apesar de faltar à escola, continuei a entregar ensaios. Acabei por receber um prémio de um jornal. Uma professora simpática disse-me: “Não precisas de vir à escola. Em vez disso, vamos aplicar-nos para concursos de jornais, juntas”.
Capítulo 7: O Professor Shimotani e o meu Avô – Consegui entrar no liceu, mas pouco depois parei outra vez de ir. O meu Diretor de Turma, Shimotani, pediu-me para fazer uma correspondência literária. Fiquei chocada quando vi “De uma rapariga chamada Mari” nas correções.
Capítulo 8: A Emergir de um Túnel para Tóquio – A esposa do Shimotani disse-me para ir falar com uma comunidade de pessoas com dificuldades na vida depois de me graduar. “Se fores enfrentar o mundo, só te vais magoar mais”. Essas palavras marcaram-me. “Há algo que quero fazer: Ir para uma escola de jogos”.
Capítulo 9: Eu Quero Ser uma Guionista – Enquanto caminhava pelas ruas de Shibuya de manhã com o meu novo amigo, comecei a questionar como é que lá tinha chegado. Era um milagre para alguém que nunca conseguiu lidar com as trivialidades da vida diária. Foi aí que os sonhos do meu futuro começaram a ganhar forma.
Capítulo 10: De Direct-to-Video para Anime – Enquanto trabalhava no campo de direct-to-video, a minha determinação sobre escrever guiões levou-me a querer trabalhar em anime. “Então queres ser guionista? Tenta escrever um”. Um poro dentro de mim abriu-se.
Capítulo 11: O Cenário “O Mundo Exterior” – Foi isso que o realizador me disse: escreve um guião que me mostre o tipo de pessoa que és. Se era para escrever sobre mim mesma, devia escrever sobre aquele quarto em Chichibu em que estava sempre fechada.
Capítulo 12: Tornar a Protagonista a Mãe que Sempre Quis – Escrever uma história original? Eu era uma mulher de 30 anos que nunca concretizou a sua puberdade porque deixou de ir à escola e não fazia a mínima ideia para onde é que estava a ir. Escrevi um guião sobre a mãe que sempre quis. Daí nasceu o Hanasaku Iroha.
Capítulo 13: Anohana: The Flower We Saw That Day – Eu decidi escrever um trabalho original para uma competição. Era uma história sobre um rapaz que não podia ir à escola. Na beleza dessa anime, senti mesmo uma pincelada de realidade. O Anohana com o Jintan nasceu.
Capítulo 14: The Anthem of The Heart – Adeus à minha voz. Toda a gente celebrou quando a minha voz desapareceu. A heroína anteriormente muda, Jun Naruse, canta “My Voice”. Essa também era a minha voz suprimida.
Epílogo: Algo que Eu Tinha Submetido que Conseguiu Forma – A minha mãe ligou-me pouco depois da estreia do The Anthem of the Heart. “Eu costumava dizer coisas como tu”. É uma fala da mãe da Jun. “Odeias-me assim tanto?” “Eu já estou cansada”.
A autobiografia da Okada será publicada a 12 de abril pela Bungeishunjū; terá 264 páginas e custará 1512 yens. A capa é desenhada pelo Masayoshi Tanaka (o designer de personagens do Anohana e do The Anthem of the Heart).
Fonte: Anime News Network