Nome: Persona 5
Produtora: P Studio
Distribuidora: Atlus
Plataformas: Playstation 3; Playstation 4
Género: JRPG, Aventura, Social Sim
Horas de Jogo: 90
Persona 5 – Análise Playstation 4
Nota: A captura de imagens do jogo foi bloqueada pela Atlus, pelo que o vídeo e as imagens usados no artigo serão apenas aqueles disponíveis para uso pela distribuidora.
Persona 5 | Enredo
O enredo de Persona 5 é o ponto mais forte num jogo composto apenas por pontos fortes. Acessível para quem nunca jogou nenhum Persona, a história desta quinta edição que celebra os 20 anos da série tem lugar em Tóquio. O protagonista é mandado para a capital com um cadastro criminal, após ter salvo uma mulher de assédio de um atacante que calhou de ser alguém com influência. Enfim, injustiças do mundo. Injustiças essas que são o tema central de Persona 5! No seu primeiro dia na Shujin Academy, o protagonista conhece Ryuji, Ann e o misterioso gato Morgana. Obtendo o poder de entrar no coração das pessoas e roubar-lhes as suas ambições, o grupo auto-intitulado Phantom Thieves of Hearts consegue fazer com que os criminosos confessem os seus crimes e se entreguem à justiça. Faz lembrar o filme Inception, mas em vez de se plantar ideias, roubam-se desejos.
Obviamente, estas súbitas mudanças de consciência em massa chamam a atenção da polícia, que perseguem os Phantom Thieves e eventualmente capturam o seu líder, o protagonista. Ups, spoilers? Nem por isso! O jogo começa in media res, sendo contado como a forma de um flashback numa sala de interrogatórios. Reminiscente da série How to Get Away With Murder, começamos logo a saber o destino do protagonista. Mas como é que um grupo de adolescentes se tornara ladrões de mentes mundialmente famosos? Esse é o verdadeiro enredo!
Mais sombrio que Persona 4 e mais pessoal que Persona 3, Persona 5 atinge na minha opinião um equilíbrio perfeito. Enquanto que o 4 era sobre enfrentar os nossos próprios demónios, o 5 é sobre enfrentar as pessoas que nos oprimem. Enquanto que o 3 era sobre a inevitabilidade da morte, Persona 5 é sobre como não só vale a pena viver, como temos de lutar com garras e dentes para o fazer.
Tudo isto contado de maneira por vezes séria, por vezes pateta, mas sempre divertida e viciante. As escolhas de diálogo são hilariantes, os personagens parecem pessoas verdadeiras e com profundidade, e sem querer spoilar ninguém: a história é boa. Muito boa. Eventos paralelos, à primeira vista não relacionados com o que estamos a fazer, vão-se juntando e criando uma bigger picture de uma maneira super orgânica, quase nunca forçada, para culminar num clímax de proporções globais! Vale a pena, e mais não digo!
Persona 5 | Jogabilidade
Quem já jogou Persona 3 ou 4 sabe com o que contar em Persona 5. Durante o dia, vivemos uma vida aparentemente normal como um estudante: vamos às aulas, respondemos a perguntas, estudamos, saímos com os amigos, compramos comida, livros, DVD’s, etc. Existe uma infinidade de coisas para fazer e sítios para visitar no Tóquio de Persona 5. Porém, também temos de viver a nossa vida dupla como líder dos Phantom Thieves. Isto resume-se a descobrir vilões para roubar o coração, infiltrar os Palaces, as “projeções cognitivas distorcidas” dos corações dos criminosos, lutar contra as Shadows que lá habitam, e por fim roubar o Treasure, a ambição do alvo.
O divertido/stressante de Persona 5 é como esta vida dupla se complementa. Os laços de amizade que criamos com os nossos amigos vão influenciar a força dos nossos Personas, criaturas que usamos nas lutas. Para fortalecer estes laços, temos de passar tempo com os nossos amigos, assim como investir em nós próprios. Ou seja, todos os dias temos de escolher como passar o nosso tempo. Querem ir sair com o Ryuji? Ok, mas então é menos um dia que têm para infiltrar o Palace. Vem aí o período de exames antes das férias? A escolha é vossa: passem as tardes a estudar, vão roubar o coração de alguém, chamem uma maid prostituta para aumentar o Charm, ou aluguem o DVD do Guy McVer e passem a tarde a vê-lo para aumentar a Proficiency.
A história tem um número finito de dias, e cabe ao jogador gerir o seu horário. É impossível fazer e ver tudo na primeira vez que se joga. No entanto, uma inovação de Persona 5 é a possibilidade de ver a qualquer dia o que é que a maioria dos jogadores escolheu fazer, se estiverem ligados à Internet.
No que diz respeito ao combate, Persona 5 segue uma regra de ouro: se é bom, não mexam. Para além dos novos menus e a função de mudar de party member depois de um critical hit, o combate de Persona 5 está inalterado em comparação aos seus predecessores. Batalhas por turno, cruas, duras e old-school tal como a gente gosta! Cada membro da equipa tem à sua disposição uma arma de curto alcance, uma arma de fogo e o seu Persona para usar ataques mágicos, buffs e debuffs, e curar os aliados.
A jogabilidade de Persona 5 está em perfeita sincronia com o flow da história, com as nossas decisões a afetar as batalhas e as batalhas a afetar o tempo que temos para tomar as decisões. Nunca foi tão emocionante andar na escola!
Persona 5 | Estética e Som
Para quem já teve a oportunidade de jogar Persona 5, deixo um desafio: escrevam nos comentários um jogo que tenha mais estilo do que este! Há mais trabalho por trás dos visuais de Persona 5 do que por trás de muitos jogos inteiros. Os menus mexem-se e alteram-se à medida que selecionamos opções. Os ataques especiais têm ilustrações próprias para cada personagem. O ecrã do passar dos dias é uma ilustração estilizada de Tóquio.
Persona 5 sangra estilo por todos os orifícios: tudo é trabalhado, bonito, polido e cuidado. Os gráficos são um cell-shade semelhante a Catherine, outro jogo pela Atlus (e sem dúvida um ensaio para Persona 5). E, claro, cutscenes animadas são o que não falta para as partes mais importantes da história.
No que diz respeito ao som, eu só espero que o compositor Shoji Meguro tenha muitas raparigas (ou rapazes, o que ele quiser) atrás dele, porque o homem merece. A banda sonora de Persona 5 é perfeita! Não digo isto no sentido de “todas as músicas são boas”. Simplesmente, todas as músicas encaixam perfeitamente na cena ou situação que está a decorrer.
Imaginem o seguinte: um violador que quase levou uma vitima ao suicídio é o vosso alvo. Vão infiltrar-se no seu Palace e fazer com que ele confesse os crimes. Após uma semana a planear e a escolher um caminho de infiltração para o sítio onde ele guarda a sua ambição, é hora de executar o plano. Mandaram um cartão de visita ao gajo, a anunciar que lhe vão roubar o coração. Têm 24 horas para o fazer. Chegou o dia, e entram no Palace dele uma última vez. O plano começou. E esta música também:
https://www.youtube.com/watch?v=9xQZ1zmxyDk
Quem é que precisa de drogas quando há esta pica toda?
Persona 5 | Juízo Final
JRPG com J grande, Persona 5 oferece 100 horas de entretenimento, eye candy, música excelente e um enredo fantástico. Ainda é abril, mas garanto que vai ser o jogo do ano! Se gostaram dos Personas anteriores, joguem Persona 5. Se gostam de JRPGs, joguem Persona 5.
Se gostam de jogos, joguem Persona 5.
Análises
Persona 5
Persona 5 chegou por fim! Visuais com estilo, música boa, raparigas kawaii para seduzir e monstros para derrotar! Que mais se pode pedir?
Os Pros
- Enredo sólido, tocante e divertido
- Visuais e Som tão bons que deviam ser ilegais
- Tae Takemi e as suas pernas
Os Contras
- A certo ponto, o jogo acaba