Título: Tsurune | Tsurune: Kazemai Koukou Kyuudoubu
Adaptação: Light novel
Estúdio: Kyoto Animation
Demografia | Género: Drama, Vida Escolar, Desporto
Primeiras Impressões: Disponível
Tal como referi nas Primeiras Impressões a Tsurune, este original da Kyoto Animation foi dos animes mais aguardados por mim nesta Temporada de Outono de 2018. Claro que o estúdio envolvido foi um ponto a favor, todavia, a razão principal, foi mesmo o tema: Kyudo.
Como atleta amadora de tiro com arco recurvo, um anime a envolver “tiro com arco” surtiu em mim um rejubilar interno difícil de conter. Desejava um anime que explorasse as adversidades da modalidade e explorasse a arte kyudo e os seus rituais.
Não vou dizer que conseguiu explorar o que pretendia da melhor forma. Mas posso afirmar que foi, no mínimo, competente.
Tsurune – Análise Anime
A história gira em torno de Minato Narumiya, um jovem orfão de mãe que pratica kyudo desde criança. Durante uma competição Minato fica com “target panic” (pânico do alvo), uma condição psicológica que afecta muitos arqueiros sobretudo praticantes profissionais em competições. A característica predominante desta condição é, assim muito por alto, a incapacidade de focar no alvo por ataque de pânico.
A linha narrativa principal de Tsurune gira em torno de Minato e da sua luta contra o “pânico do alvo”, com a ajuda da sua equipa de kyudo da sua nova escola secundária.
A vida dos atletas que sofrem desta condição não é fácil e a incompreensão, mesmo por dentro dos colegas de profissão, é um dos temas patentes na série. A sua resolução não é instantânea, algo que a série tentou desmistificar com relativa eficácia.
Outro ponto interessante em Tsurune foi que, ao contrário de Free! (um outro original do mesmo estúdio), apenas um personagem é amador. Todos os membros da equipa tiveram contacto com kyudo e, inclusive, estão ao nível de atletas semi-profissionais. Há então um crescendo (justificado e treinado) quer das habilidades de Minato, quer dos demais mas tudo dentro do “normal” e minimamente “real”.
O padrão da Kyoto Animation
Não é defeito é feitio.
Acho que é a frase que melhor descreve a KyoAni nesse sentido. Começo a considerar uma imagem de marca a ideia de grupos masculinos (ou femininos) cuja a relação de amizade é transmitida num apogeu digno de Romeu e Julieta. Não que isso me afaste da obra, como fã de shounen-ai, não me faz qualquer espécie. Todavia, o motor dramático usado ao longo de Tsurune foi, em parte, as relações entre eles e os seus dramas emocionais, e não tanto o tão desejado kyudo.
Felizmente, uma vez que a modalidade esteve sempre presente com maior ou menor foco, todo o drama juvenil acabava distribuído em doses moderadas durante o episódio.
Tsurune – Um ambiente de babar
E como não poderia deixar de ser, um dos melhores estúdios da atualidade não deixou que qualquer resquício de má animação, ou momentos menos bons, ficassem demarcados na memória. A animação, coloração, design, iluminação, enfim todos os aspetos técnicos envolventes foram tão ridiculamente bons que não vos consigo apontar nada que não tenha gostado.
Lembro-me de ver uma cena mesmo melodramática, mas que de tão bem animada e composta que foi que se tornou numa das cenas mais marcantes da série. Em suma, a equipa sabe bem o que faz com o que tem em mãos.
O pormenor da KyoAni ia ao ponto em que, através da linguagem corporal, conseguíamos identificar o pânico do protagonista. Nós sabíamos que o tiro ia sair mal mesmo não percebendo nada sobre o assunto. Houve um cuidado em diferenciar a postura, os tempos e mesmo o foco do diferentes atletas de modo a percebermos, mesmo que minimamente, a progressão dos mesmos.
O que mais me deixou de pé atrás foi o hype provocado pelo opening. Quando vemos a imagem da escola rival dá-nos a sensação que será mais uma série de um contra um, ou uma abordagem mais próxima de rival-protagonista estilo Kuroko no Basket.
Em vez disso, temos uma equipa rival pacifista apenas com dois gémeos extremamente irritantes. Não que não gostasse desta abordagem, apenas achei que me defraudou um pouco as expetativas.
Fora isso, só tenho a elogiar o opening e ending, bem como toda a banda sonora presente. As músicas são todas elas originais, composições orquestradas belíssimas. Se não quiserem ver o anime desafio-vos a ouvirem o OST!
https://www.youtube.com/watch?v=XmtAAg-BN_o
Tsurune – Um anime de desporto
Tsurune é um anime de desporto e é, talvez, o melhor elogio que lhe posso dar. Eu senti que estava a assistir a algo sobre kyudo, sobre uma modalidade desportiva. Vi personagens a treinar, a lutarem para evoluírem a sua performance e a se tornarem numa equipa.
Claro que KyoAni a ser KyoAni há dramas entre meninos e relações de amizade com, humm, um elo muito forte. Mas isso só será um “problema” se o quiserem que o seja.
Em suma, Tsurune é uma história amena com um visual polido, que conferiu um ambiente suave a condizer com o desporto em questão.
Análises
Tsurune
Tsurune foi a aposta da Kyoto Animation para a temporada de outono de 2018. Uma série que gira em torno da arte ancestral de Kyudo, uma arte marcial japonesa de tiro com arco.
Os Pros
- Animação
- Kyudo
Os Contras
- Personagens genéricas