Cider no You ni Kotoba ga Wakiagaru – Palavras que Borbulham como Refrigerante
Um filme peculiar sobre amor e a arte das palavras
Foi por mero acaso que me deparei com este filme, enquanto fazia “zapping” na Netflix. Intrigada com o insólito e gigantesco título, cliquei para assistir ao trailer e fiquei, simplesmente, maravilhada!
O filme começa com os seguintes versos:
“Apartamentos com hera viçosa,
No nº 305 é onde estamos.
Muito além do céu,
Sobre as plantações de arroz,
Vejo o sol oscilante
#haiku”
(lindo, não é? )
Vale a pena assistir a Cider no You ni Kotoba ga Wakiagaru?
Para quem – como eu – indagou o que será um “haiku”, aqui segue uma breve explicação: “haiku” é uma forma curta de poesia japonesa, que segue determinados parâmetros de escrita. Ora, neste filme, um dos personagens principais – o acanhado Cherry – encontra na poesia uma maneira de expressar aquilo que vê e aquilo que sente.
Após alguns minutos de filme, conhecemos a segunda personagem principal: a extrovertida – porém, insegura – Yuki!
De acordo com algumas pistas ao longo do filme, a ação decorre entre finais de Julho e 17 de Agosto, o que torna este par ainda mais amoroso (amores de Verão juvenis, quem nunca? ^^ ). Os dois jovens começam a passar mais tempo juntos, quando decidem ajudar um idoso a procurar um álbum de música, há muito tempo perdido (não alongo esta parte, pois, quando se descobre o motivo desta busca incessante, é de ir às lágrimas).
A dada altura, começamos a ver algo florescer entre os dois jovens, mas a timidez parece falar mais alto, nomeadamente da parte de Cherry. É então que Yuki resolve convidar o inibido rapaz para ver o fogo-de-artifício, no Festival Daruma. Ele aceita, mas há algo que esconde de Yuki desde que se conheceram e isso fará tremer um pouco a situação dos dois pombinhos.
Porém, às vezes, os infortúnios dão lugar a oportunidades e Cherry acaba por tomar coragem e abrir um pouco mais o seu coração (à sua maneira).
Primeiras impressões – Vale a pena assistir a Cider no You ni Kotoba ga Wakiagaru?
A animação, propriamente dita, é imperfeita de um jeito muito caricato e as cores usadas são fortes e chamativas. Pessoalmente, tenho um afeto especial por animação fora do comum e a Signal.MD e Sublimation (os estúdios) conseguiram despertar o meu interesse. Contudo, não é apenas a animação que foge aos traços habituais. A banda sonora escolhida também segue uma linha mais distinta e estranha. Não sei se sou tão adepta de banda sonora alternativa como de animação, mas não acho que tenha destoado no filme 🙂
Relativamente aos personagens, na minha perspetiva, Cherry é, sem sombra de dúvida, aquele que mais me tocou. Um rapaz, na sua adolescência, repleto de emoções reprimidas, mas com um dom muito especial do qual tem receio de partilhar. Acabamos por ir conhecendo a mente de Cherry ao longo do filme através dos “haiku” que vai escrevendo e o último que cria é tão irreverente, figurativo, invulgar e amoroso, que só um coração apaixonado poderia criar.
Curiosos com este filme? Então espreitem “Cider no You ni Kotoba ga Wakiagaru” e deem o vosso parecer.
Até já! 😉