No Game No Life há não muito tempo atrás, era conhecido como um famoso Light Novel, visto como uma obra que possuía um certo potencial. Apesar do tema recorrente da premissa, chamou a atenção de alguns curiosos. As vendas começaram a ganhar mais força tendo atingido lugares cativos nos TOP 10. E por coincidência ou não, por volta desta altura a obra recebe adaptação para anime, na temporada da primavera de 2014.
No Game No Life | A História
A história desta obra tem como núcleo dois irmãos: Sora e Shiro. São dois NEETs (pessoas que nunca abandonam a casa), um irmão e uma irmã (respetivamente), dotados de uma inteligência e raciocínio excepcionais, acabando por os aplicar a todo o tipo de jogo. Acabaram por ficar com uma reputação que ecoou por todo o mundo online, deixando-os um pouco aborrecidos com a facilidade dos jogos. Certo dia, recebem um convite de um “Deus” para serem transportados para um mundo alternativo. Neste mundo todas as leis são regidas por um único sistema: jogos!
Estarão estes dois génios ao nível do novo desafio?
Enredo
A narrativa desenvolve-se a partir do momento em que os dois irmãos colocam os pés no aliciante mundo alternativo. Este, como já referi em cima, é estruturado de um modo um pouco diferente relativamente ao mundo no qual habitavam. O novo mundo designa-se por Disboard, e os seus habitantes por Exceed. Dividem-se em 16 inteligentes raças distintas, em que cada uma possui as mais diversas caraterísticas tornando-as individualmente únicas. Por fim, cada raça é representada por uma peça de xadrez, no caso de qualquer um dos Exceed perder a sua peça num jogo, deixam de pertencer oficialmente a Disboard, acabando por ser considerados como algo semelhante a um animal selvagem, ou seja, poderão ser mortos ou escravizados, uma vez que já não se encontram sobre as regras de Disboard para os proteger.
Em qualquer parte deste mundo, tudo é determinado através de jogos designados pelos próprios jogadores. Contudo, têm que ter sempre em conta as seguintes regras:
1. Todo o homicídio, guerra e roubo é proibido neste mundo.
2. Todos os conflitos neste mundo, serão resolvidos através de jogos.
3. Nos jogos, cada jogador terá que apostar algo em que ambos concordem ser de valor equivalente.
4. Desde que a regra 3. não seja violada, qualquer coisa poderá ser apostada, e qualquer jogo poderá ser jogado.
5. A equipa que recebe o desafio, tem o direito em escolher as regras do jogo.
6. Qualquer que seja a aposta realizada, de acordo com as regras, deverá ser garantida.
7. Conflitos entre adversários, deverão ser resolvidos por entidades designadas para o efeito.
8. Ser apanhado a realizar batota, tem como consequência derrota instantânea.
9. Em nome de Deus, as regras nunca poderão ser alteradas.
10. Vamo-nos divertir e jogar juntos!
O enredo assemelha-se a algo equivalente a várias premissas contemporâneas: jogadores acima da média que ficam presos dentro do jogo. Em contrapartida, No Game No Life apesar de, à primeira vista, parecer semelhante, não o é.
Nesta, os jogadores não ficam presos obrigatoriamente, Sora e Shiro deliberadamente aceitaram a oportunidade de mudar de mundo por estarem fartos daquele em que viviam.
O desenvolvimento narrativo, embora tome um ritmo acelerado (infelizmente), consegue sempre manter a lógica temporal, não confundido o espetador. A estrutura da história, bem como todos os aspetos que a constituem e levam à progressão narrativa, está construída de forma inteligente e cativante.
“Às vezes parece demasiado rebuscado” – É provável que seja a crítica que mais ressoou pelas comunidades. Embora concorde que certos momentos foram forçados, é inevitável que esta sensação não nos passe pela mente. A linha dos acontecimentos está criada de uma forma tão fluída e rápida, que por vezes nos escapa pormenores ou só conseguimos atingir a conclusão dos protagonistas um pouco depois. É neste espaço de tempo que nos ocorre o “Às vezes parece demasiado rebuscado”.
Não se preocupem, necessitar de rever alguns momentos não é problema vosso, às vezes é mesmo necessário, daí não contar isto como um aspeto negativo, mas sim como algo bastante positivo. Deixando de lado esta sensação, existem sim alguns momentos mais rebuscados e criados por conveniência para enaltecer a dupla principal. Dois exemplos que me saltam rapidamente à memória: jogo de xadrez e a moeda do último episódio. Ora, o jogo de xadrez não foi baseado em inteligência, na sua maioria os acontecimentos foram levados através de “encorajamentos” ou conclusões provenientes do nada. A moeda, bem, quem sabe do que falo melhor, como não pretendo spoilar ninguém, fica apenas a referência ao momento.
A história peca pelo exagero de fan-service e insinuações recursivas de incesto entre os dois irmãos protagonistas. Mas mesmo tendo isto em conta como um dos aspetos negativos do enredo, grande parte deles são usados de forma perspicaz criando assim “dois lados da mesma moeda”. Ou seja, por um lado fornece fan-service só para os espetadores que o apreciam, e por outro lado cria elementos fan-service espertos com conteúdo humorístico que visa atingir as audiências que torcem o nariz ao efeito vazio que este provoca.
As personagens não são imensas, ainda assim e tendo em conta a leve longevidade do Anime, conseguiram dar-lhes um bom e consistente desenvolvimento. Principalmente à dupla protagonista, que consegue durante todo o enredo, manter uma personalidade consistente e uma afinidade partilhada e justificada. A quantidade de personagens fortes não é um elemento positivo em No Game No Life, mas as poucas que existem têm as suas qualidades!
Ambiente
Logo nos primeiros minutos, é possível visualizar o design peculiar e interessante das personagens. Isto estende-se a todo desenho visível no ecrã, desde os cenários bem construídos (tanto na Terra como em Disboard), aos pequenos pormenores.
A animação é fluida e coesa. Mas, o ponto mais forte, é indubitavelmente a coloração e a forma como esta criou um contraste fantástico entre o mundo real e Disboard. A maravilhosa palete de cores utilizada no mundo da fantasia, é baseada nas cores fortes, garridas e agradáveis também conhecidas por neon. Esta escolha do espetro das cores deu ao anime um ar distinto, destacando o mundo da fantasia e transformando-o em algo mais cativante ao olho.
O som e a banda sonora não são nada de extraordinário. Fazem um bom trabalho na sua maioria, contendo uma ou outra faixa muito boas durante os jogos ou cenas de maior tensão.
No Game No Life | Juízo Final
O enredo apesar de possuir uma qualidade narrativa acima da média, foi desenvolvido de forma apressada. Ou seja, mostram que existe uma quantidade enorme de raças, mas acabam por explorar uma ou duas. Concluindo, No Game No Life, tem uma excelente capacidade narrativa mas muito mal aproveitada. Porém, esta é apenas a primeira temporada. Tendo então isto em conta, existe ainda muito espaço para melhorar. Porque uma coisa é certa, não existe margem para erro, a partir daqui só poderá melhorar!
Deixando de lado todos os aspetos positivos e negativos, a obra leva-nos numa viagem fantástica por um mundo cheio de fantasia e acontecimentos épicos. Muita diversão, momentos de suspense e algum drama. Uma jornada com a qual os gamers mais assíduos se vão identificar e que irá cativar até um espetador mais comum. A obra como um todo, se for levada como uma primeira temporada (introdução), é uma excelente obra e que não deverá passar despercebida!
Se o trailer que vos deixo não for suficiente para vos convencer a ver, não necessitam sequer de tentar a visualização da obra.
No Game No Life | Trailer
Análises
No Game No Life
Deixando de lado todos os aspetos positivos e negativos, a obra leva-nos numa viagem fantástica por um mundo cheio de fantasia e acontecimentos épicos. Muita diversão, momentos de suspense e algum drama. Uma jornada com a qual os gamers mais assíduos se vão identificar e que irá cativar até um espetador mais comum.
Os Pros
- Premissa
- Produção Visual
- Personagens Principais
Os Contras
- Má gestão no que diz respeito ao desenvolvimento narrativo