Esta segunda adaptação do manga “Yozakura Quartet”, do criador Suzuhito Yasuda, (o mesmo que ilustra a famosa light novel Durarara!!) é composta por 13 episódios e estreou na passada temporada de inverno.
A primeira adaptação surgiu em 2008, no entanto a crítica relativamente à fraca adaptação e estilo artístico exigiu posteriores adaptações. Esta última adaptação foi feita pelo estúdio Tatsunoko (Gatchaman Crowds), que para rejubilo dos fãs conseguiu reproduzir o manga original de uma forma mais fiel. Não há necessidade de assistir às anteriores versões visto que “Yozakura Quartet: Hoshi no Umi” e “Yozakura Quartet: Tsuki ni Naku” são histórias paralelas em versão OVA. Quanto ao Yozakura Quartet (anime), trata-se de uma primeira adaptação do manga cujo enredo é similar ao de Hana no Uta com a diferença que é menos rigoroso em termos de adaptação à história original.
A História
A história gira em torno de quatro jovens que desde tenra idade são responsáveis pela organização e controlo da pequena cidade de Sakurashin. Esta cidade tem a peculiaridade de ser o único ponto em que humanos e Youkais podem conviver e viver em aparente harmonia. Sobe a alçada de Akina, gerem o Centro de Organização e Aconselhamento Hiizumi, que tem como objetivo ajudar e proteger os habitantes, bem como a barreira que envolve a cidade conhecida como “Os Sete Pilares”. Os Sete Pilares são, nada mais nada menos, que a ligação do mundo humano ao mundo Youkai, isto é, sete cerejeiras espalhadas ao redor da cidade.
Com a ajuda de outros Youkais e inclusive de alguns Deuses, os jovens defendem a cidade de todos os perigos e forças que tentam derrubar ambos os mundos.
Ambiente e Enredo
O enredo, aparentemente simples e comum, consegue surpreender pela intensidade e segredos à volta quer das personagens, quer da própria fundação da cidade, nada nem ninguém é garantido nesta série. As personagens são claramente moduladas ao logo do enredo, sofrendo transformações bem como mudanças de perspetivas. Muito pouco da história é mostrado, o que traduz uma incapacidade por parte do espetador de prever movimentos e ações das personagens, assim como interações dos vários lados. Os conflitos entre os Youkais e humanos têm como bases os mais variados tipos de personagens, desde antagonistas até grupos influentes como o governo. Tais “inimigos” ao bem-estar da cidade servem não só para promover a ação típica do género Shounen, bem como abordar temas políticos e psicológicos bastante problemáticos.
O elevado número de personagens contrapõe com linhas de narração contadas em partes alternadas, ou seja, o início do episódio encaixa na parte final do mesmo ou serve de introdução aos episódios seguintes. Este estilo narrativo, de clara influência por parte do autor de Durarara!!, é uma ferramenta muito útil e habilidosa, capaz de prender até o espetador menos crente. Aparentemente confusos e alternados, sem um seguimento coerente à primeira vista, os episódios vão apresentando os acontecimentos muito rapidamente bem como as personagens (poderes, histórias, relacionamento entre as mesmas). Tal descontinuidade não considero um aspeto muito positivo, uma vez que suscita possíveis confusões mesmo para os mais atentos, isto sem contar com os cortes de enredo, dando a sensação que determinadas personagens surgem do nada. A personalidade e histórias de vida das várias personagens acrescenta uma elevada carga emotiva, bem como aumentam a intensidade e mistérios ao redor das mesmas.
Os aspetos técnicos desta produção são de grande destaque, estando os seus responsáveis de parabéns quer pelo visual, quer pela qualidade gráfica. A melhoria significativa das cenas de acção e o desempenho dos atores de voz foram muito bem recebidos pela crítica. O visual típico de animes como Baccano! e Durarara!! reproduzido nesta nova adaptação foram inicialmente recebidos com estranheza, no entanto, cedo nos apercebemos das qualidades deste novo design.
As personagens
Hime Yarizakura, com apenas dezasseis anos é a “Presidente” da cidade de Sakurashin. Por descendência, é igualmente a guardiã da cidade juntamente com Akina. Possui a lança do dragão, sobre a qual treina arduamente, com a ajuda de Kyosuke, a arte do seu domínio bem como o aprimorar das suas capacidades físicas. Hime encara o seu trabalho como defensora da cidade muito a sério, apesar de aparentemente parecer distraída e descontraída.
Akina Hiizumi é um dos protagonistas desta série, amigo de infância da maioria das personagens, apresenta um papel de relevo na infância e opções dos mesmos. Grande defensor da igualdade entre Youkais e humanos, Akina gere o Centro de Organização e Aconselhamento Hiizumi. Com 18 anos é uma das pessoas mais influentes na cidade, tal facto deve-se sobretudo ao seu poder de efectuar “tuning”, ou seja, de enviar os Youkais para a sua dimensão.
Ao Nanami, com os seus meros 15 anos é uma importante Youkai para a cidade de Sakurashin. Faz parte do Centro Hiirumi e os seus poderes são dos mais extensos e complexos de todas as personagens, desde conseguir ler os pensamentos de pessoas e animais, prever ataques e reproduzir o “Satellite”.
Kotoha Isone é uma Hanyou (meia youkai, meia humana). Apesar dessa condição, o seu poder está longe de ser menosprezado. A morena é das mais poderosas do quarteto, detentora de um poder bélico imensurável. A sua força gira à volta da capacidade de “convocar” objetos e elementos à velocidade da sua voz (“utilizador da linguagem”). A origem do seu poder bem como o seu controverso passado fazem duvidar da personalidade extrovertida e brincalhona desta adolescente de 16 anos.
Juízo Final
Produção de sucesso, conseguiu agradar aos ávidos leitores do manga original que tantas críticas dirigiram às anteriores reproduções. Uma adaptação digna de louvar, que perde talvez pelo fan-service um pouco exagerado que conta com demonstrações de intuito sexual explícitas e despropositadas entre as mais variadas personagens. Supostos relacionamentos entre as personagens femininas são os mais comuns, todavia relações incestuosas são igualmente postas à prova de uma forma exagerada e que, admito, podem ferir susceptibilidades.
Em suma, aconselho verdadeiramente esta pequena obra. Os elementos que a constituem estão muitos bem distribuídos e o final em aberto, bem como todo o mistério envolvendo toda a animação, conseguem prender o espetador sem o fatigar com rebuscados enredos e personagens lineares.
E vocês, o que acharam desta nova produção da saga Yozakura Quartet? Deixo aqui o trailer para apreciarem o maravilhoso design e algumas das fantásticas batalhas que esta série nos apresenta.
The Review
Yozakura Quartet: Hana no Uta
A história gira em torno de quatro jovens que desde tenra idade são responsáveis pela organização e controlo da pequena cidade de Sakurashin. Esta cidade tem a peculiaridade de ser o único ponto em que humanos e Youkais podem conviver e viver em aparente harmonia.
PROS
- Character Design;
- Elementos sobrenaturais;
- Enredo.
CONS
- Fan service;
- Algum exagero em algumas relações.
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