Na temporada de verão, a conceituada J.C. Staff decidiu lançar a adaptação da obra Majimoji Rurumo, cuja obra original se encontra no formato de manga. Esta não se está muito bem posicionada em termos de popularidade, qualidade ou vendas, no entanto, possui um design interessante e uma linha narrativa com um potencial considerável.
Ainda assim, fica a grande questão, terá a adaptação conseguido captar tudo de bom que esta obra nos tinha para oferecer?
História
Shibaki é um estudante do secundário cujo o único interesse são as raparigas. Esta quase obsessão pelo sexo feminino revelou-se tão forte, que acabou por o rotular como o “maior pervertido de toda a escola”. Num dia rotineiro escolar, descobriu um livro sobre como invocar uma bruxa para o mundo real. Curioso com a situação decidiu tentar em tom de brincadeira, no entanto toda a situação acabou por se tornar real.
Um enredo típico e vazio!
O início do anime é fantástico, deixando-nos rapidamente com os olhos colados no ecrã. Um pequena bruxa cai de um enorme buraco que rasga os céus, vinda de uma dimensão distante. Assim que coloca os pés no chão, encontra-se com Shibaki, e as suas primeiras palavras no mundo real são: “Daqui a dois dias, irás morrer”. Aparentemente aqui está uma belíssima premissa que nos promete muito. Em contrapartida, assim que terminamos o opening, assistimos a imagens que se distanciam imenso daquilo que acabamos de ver numa primeira instância. O anime começa e descobrimos que a premissa que nos transmitiram, não passa de algo falacioso moldado por uma conclusão errada que retiramos precocemente.
Conforme a progressão da narrativa vamos descobrindo o quão errada estava a nossa primeira visão. O enredo irá vaguear pelos típicos e cansativos clichés, que por sua vez provocam situações com conteúdo ecchi completamente despropositado e desprovido de qualquer sentido. Para aqueles que procuram exatamente esta temática, não vão encontrar aqui nada de novo, nem nada além do óbvio,com direito a todo o pack de episódios que faz parte deste género: o episódio da praia, o episódio das termas, o episódio dos balneários, etc.
Nota-se claramente que não têm a mínima noção da direção que a narrativa deve tomar, na medida em que a linha de história dissolve-se pelo meio de todos os elementos repetitivos que a obstruem. São adicionadas personagens todos os episódios, e são tratadas de tal forma, que agem como se já as conhecêssemos, o que nos leva a ficar ainda mais perdidos nesta salada. Já as tentativas de realizar comédia caem sobre a ridícula fórmula: “bem, se isto funcionou uma vez, podemos repetir durante todos os episódios”. Não! Não é assim que funciona a construção da estrutura humorística, só em casos muito extremos e muito bem criados é que uma piada poderá funcionar mais que uma vez.
J.C Staff mantêm a sua coerência visual!
Bakuman, Nodame Cantabile, Toradora, são apenas 3 grandes exemplos de obras que foram desenvolvidas por esta produtora. As suas qualidades técnicas, os distintos e caraterísticos designs de personagens e de ambiente, a animação fluída e agradável, são tudo elementos que estamos habituados a ver nas obras da J.C. Staff, e que foram muito bem empregues neste anime. No entanto, a narrativa não foi capaz de acompanhar a boa qualidade técnica, o que por consequência resultou num corte de audiências, o que implica obviamente um corte orçamental. Dito isto, e também será facilmente concluído por quem assistir à obra toda, a qualidade visual vai tendo uma queda abrupta de episódio para episódio.
Bem, isto era realmente o único ponto de interesse nesta obra. Assim que o bonito ambiente nos abandona progressivamente, deixa de existir realmente uma razão para a continuar a assistir.
Juízo Final
Majimoji Rurumo como produto final não nos traz nada de novo. A nível narrativo é vazio, não tem uma linha fixa a ser seguida, assim como não possui um objetivo final. As personagens são básicas, e não sofrem qualquer tipo de desenvolvimento ao longo da obra. O único aspeto que nos faz clicar no episódio seguinte é apenas o mistério criado no primeiro episódio, mas isto fica por responder numa segunda temporada que provávelmente nem será produzida, devido à má gestão narrativa aqui presente.
Mas bem, nem tudo é mau, e é realmente a única coisa que vos posso recomendar a ver: o sexto episódio. Neste, decidiram aventurar-se por uma side story, sem magia, com mais realidade e conteúdo um pouco mais a fugir ao cliché, e conseguiram criar algo verdadeiramente bom. O que me leva a questionar com uma pitada de irritação, porque não seguiram este tipo de linha narrativa, mesmo que fosse episódica. Porquê?! Teria sido uma obra completamente diferente, e com certeza para muito melhor. Depois disto seguiu-se o típico episódio da praia e tudo voltou ao normal. O enredo voltou à rotina e por consequência à pobre escrita, ficando apenas a prova e as saudades de um bom episódio.
Concluindo, não é de todo uma obra que recomende a ninguém, numa primeira instância porque ela não nos dá realmente nenhuma razão para o fazer, e depois, no meio de tanta coisa boa dentro e fora deste estilo, deixa mesmo de existir um sentido pelo qual sequer tentar ver o primeiro episódio desta obra.
Trailer
Análises
Majimoji Rurumo
Não é de todo uma obra que recomende. Numa primeira instância, porque não nos dá realmente nenhuma razão para o fazer. Depois, no meio de tanta coisa boa dentro e fora deste estilo, deixa mesmo de existir um sentido pelo qual sequer tentar ver o primeiro episódio.
Os Pros
- Episódio 6 vale a pena;
Os Contras
- História vazia;
- Personagens básicas;