BlazBlue: Alter Memory é um adaptação de uma saga de videojogos, produzida pela Hoods Entertainment, tendo visto a luz do dia na temporada de inverno de 2013. Esta animação surge como forma de complemento a todas as histórias anteriores, tanto de jogos como da parte dos novels.
A História
A história desenrola-se em dezembro de 2199. Pelas ruas começam os preparativos, com grande burburinho, para o festejo de final de ano. Pelo meio de tanta atribulação, destaca-se Ragna The Bloodedge, a pessoa mais procurada em todo mundo e a primeira a conseguir atingir uma recompensa tão alta pela sua captura. Aparentemente, o seu objectivo principal é a destruição de todo o sistema corrupto que controla o mundo. O facto de ele aparecer nesta cidade, despoleta a chegada de uma boa quantidade de lutadores à procura da cabeça de Ragna.
Ambiente e Enredo
Olhando para a pequena sinopse descrita em cima, até surge algum interesse. Uma época futura, o homem mais procurado do mundo com o objetivo de eliminar a corrupção e, por fim, personagens fortes que o procuram. Todos eles são elementos que suscitam e chamam o espetador a clicar no “play“, para iniciar o primeiro episódio. Principalmente sabendo com antecipação, que esta é uma adaptação de uma grande franquia de videojogos do estilo “Beat ‘em up!“. Assim sendo, além da expectativa criada pela boa premissa da sinopse, temos uma quantidade significativa de fãs que jogaram o jogo e finalmente vêem um dos seus jogos favoritos a ser transformado em Anime.
Portanto, se acham que vão encontrar aqui uma obra que faça jus ao incrível jogo, desenganem-se. O enredo encontra-se pobremente escrito, na medida em que a história não conta história alguma. Ao longo dos 13 episódios, somos bombardeados por uma chuva de conceitos impercetíveis que acabam por não ser explicados. Claro que vamos percebendo algumas coisas. A personagem encontra-se num ciclo infinito destinado a terminar sempre da mesma forma, no entanto, num ponto da sua própria narrativa este faz algo diferente. Por consequência, o seu destino e ciclo são rompidos, dando génese a uma nova “vida”, onde vai conhecer novas pessoas, moldar-se com elas e terminar num fim diferente e até menos trágico.
É visível também que este não é o único mundo, ou seja, universos paralelos é um conceito bastante inerente nesta obra. O problema é que as poucas explicações que se consegue deduzir não são retiradas inteiramente do Anime, mas sim do conhecimento prévio recebido das narrativas dos jogos.
Passemos então ao visual. Este deve ser o aspeto que mais desiludiu. Para quem conhece a franquia, ou até para quem conhece por alto o reportório de obras das produtoras envolvidas na criação deste anime, espera um visual criado com excelente arte e com uma animação no mínimo consistente, que contenha uma qualidade acima da média. Novamente as esperanças e expectativas de verem as vossas personagens favoritas a ganharem vida numa animação e a serem envolvidas em poderosas lutas, são descartadas. As lutas são apressadas, sem pormenores, pouco uso de poderes, e mesmo quando são usados acabam por ser pouco explorados e repetitivos. Excluindo um momento ou outro, a animação destas sofre do mesmo problema, dando então a sensação que foi trabalhada à pressa, ou por alguém sem experiência.
No caso de não existirem obras anteriores, de forma a que esta não possa ser comparada, então poderíamos deduzir que existiria falta de orçamento ou até mesmo a falta de experiência que referi anteriormente. Contudo, é sabido que já existem obras de qualidade técnica bem superior à que nos é mostrada nesta animação. O primeiro jogo foi lançado em 2008, e mesmo sendo o seu projecto de lançamento há 6 anos, conseguiram produzir algo bem superior a esta última.
As Personagens
Ragna the Bloodedge é o protagonista da história e é maioritariamente conhecido como “Grim Reaper“. Impulsivo, agressivo e com uma certa emoção, irritando-se facilmente quando a deixa passar para o exterior. Ele é o irmão biológico de Jin. Ambos possuem um sentimento de raiva entre eles, construindo ao longo dos tempos uma rivalidade interminável. Várias vezes recebemos algumas pistas, de que esta situação se deve aos seus passados, sendo que os sentimentos deverão ser provenientes da possível morte da sua irmã mais nova, Saya, durante a infância. Ragna possui uma braço direito mecânico, sendo que o original fora cortado na sua infância por Terumi. O braço que possui atualmente contém a “Azure Grimoire“, o que na verdade é apenas uma pequena réplica da Azure original.
Jin Kisaragi, é o comandante de máxima hierarquia na NOL. Constantemente calmo e frio, possui uma ambição sem limites que o leva a olhar para os outros como se fossem apenas meros obstáculos. Dá para perceber que Jin era boa pessoa, contudo, durante a sua infância sofreu uma lavagem cerebral por parte de Terumi. Além disto, pensa-se que a espada que ele possui, “Yukianesa“, que lhe dá controlo absoluto sobre o gelo, retira-lhe em troca sanidade e emoções positivas. Com tudo isto, acabou por ser moldada uma nova entidade na mente de Jin, desestabilizando-o emocionalmente a grandes níveis.
Hazama “Yuki Terumi”, sádico, maquiavélico, inteligente, demente e extremamente calculista, devem ser os melhores adjetivos para descrever esta personagem. É através dele que todos os acontecimentos se vão desenrolando nesta narrativa, sendo que pode ser considerado o vilão principal. Terumi começou o seu envolvimento nestes eventos durante a infância de Jin e Ragna, obtendo grande parte dos elementos necessários para que os seus planos fossem de acordo com o pretendido.
Noel Vermillion desde pequena que mostrou uma aptidão brilhante para o combate, de forma que rapidamente se tornou um membro de alto escalão na organização NOL. É a subordinada de Jin Kisaragi, sendo a segunda em comando. Apesar de Jin e Noel terem uma relação diária muito próxima, este nunca a tratou muito bem devido ao facto de a sua figura física se assemelhar à da sua falecida irmã. Fisicamente Noel é nada mais nada menos que um clone de Saya (irmã de Jin), possuindo a réplica da cara, voz e até de algumas memórias. Como arma utiliza dois revolveres denominados por “Arcus Diabolus Bolverk“.
Juízo Final
A narrativa, apesar de ser constituída com premissas de um certo nível de interesse, falha redondamente na sua escrita. Por consequência, foi obtido um enredo pobre, onde a conexão entre eventos é quase nula, criando uma sensação de vazio e deixando o espectador completamente perdido.
Tecnicamente, esta obra destrói toda e qualquer ambição dos fãs. O desenho é desleixado e incoerente, principalmente nos momentos em que a animação acelera um pouco mais o passo, perdendo toda a consistência.
No meio de tanto aspeto mau, ainda se consegue arrancar algo de bom, nomeadamente a caracterização das personagens. As suas personalidades são cativantes, detalhadas e distintas, bem como os seus designs e poderes. Destaco também a interpretação do Seiyu responsável pela voz do grande vilão, Terumi. Yuuichi Nakamura (Gray Fullbuster – Fairy Tail, Greed – Fullmetal Alchemist), desenvolveu um trabalho em perfeita sintonia com a personagem de BlazBlue, conseguindo com enorme sucesso captar e transmitir a insanidade e inteligência de Terumi.
Concluindo, este título revelou-se uma péssima adaptação na maior parte dos seus aspectos. Como tal, se são fãs da franquia, vejam esta série porque é um complemento narrativo às restantes obras. No entanto, não partam para a sua visualização com grandes expectativas. Se por outro lado não conhecem sequer o título, então esqueçam! Ver esta obra será uma grande perda de tempo.
Para quem já viu a obra toda, qual a vossa opinião?
The Review
BlazBlue: Alter Memory
Existe pouco para apreciar numa adaptação que raramente consegue ser medíocre. Recomendável apenas para fãs acérrimos da franquia.
PROS
- Interpretação do antagonista
- Personagens
CONS
- História
- Animação
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