Em 2011 estreou a primeira adaptação para série de animação de uma saga de novels. Esta, antes da adaptação, possuía um certo nível positivo de reconhecimento e fama. Contudo, conforme a progressão do desenvolvimento da animação, foi perdendo esta qualidade. Mesmo assim, a produção de uma sequela avançou com a sua concretização a surgir na temporada de outono de 2013. Terá esta conseguido fazer jus ao nível dos novels?
A História
A história dá continuidade às peripécias de Ichika na academia feminina que treina a população mais apta para pilotar IS. Entretanto, surge uma personagem misteriosa que se infiltra nas instalações da academia, com objetivos pouco percetíveis. A instituição apercebe-se do sucedido, vendo-se obrigada a tomar as medidas necessárias para destruir esta pessoa que veio para terminar a paz, não só da academia mas também das personagens principais.
Ambiente e Enredo
A primeira questão que se levanta é mesmo: qual enredo? A primeira temporada encerra com muita coisa por ser explicada, o que levou alguma gente a esperar com certas expetativas por este seguimento. Contudo, esta sequela não desmistifica nada das pontas soltas que nos foram deixadas. A narrativa é completamente vazia, existindo apenas uma enorme falta de conexão entre os eventos.
Ao longo dos doze episódios, o espetador é bombardeado com uma enorme quantidade de Harem e Ecchi, tanto é que os maiores adeptos destes géneros a consideraram como algo excessivo e completamente despropositado. A meio da anime é inserida uma fina linha narrativa que pode causar algum interesse, mas que rapidamente desaparece voltando ao constante conteúdo abusivo Harem. O argumento encontra-se de tal forma pobremente escrito que as personagens e o enredo não possuem qualquer tipo de rumo. A comédia é forçada de tal forma, que em vez de arrancar um sorriso do espetador consegue, de um forma sublime, preenchê-lo de aborrecimento com uma grande vontade de abandonar a obra por completo.
Em seguimento da análise à primeira temporada, referi que os aspetos técnicos eram algo que iam segurando a fraca narrativa. Esta verdade acaba por se manter. Apesar de mais fraca, conseguiu vincar ainda que seja apenas por breves momentos. Nas lutas é observável uma grande aposta na tecnologia 3D para simplificar o movimento dos IS’s. No entanto, quiseram tanto simplificar que tornaram a animação bastante desleixada e com um aspeto muito estranho.
O ambiente em si, bem como o design das personagens manteve-se inalterado, o que sem dúvida se torna mais um ponto negativo a juntar à grande lista. As lutas entre os IS’s, por breves instantes conseguem ser um pouco cativantes, mas acabam por se perder de seguida misturando-se nas coreografias extremamente repetitivas e pouco originais.
As personagens
As personagens nunca foram um ponto forte em “Infinite Stratos” e assim permaneceram. Estas, de uma temporada para a outra não sofreram qualquer tipo de desenvolvimento.
Isto é algo de extrema importância numa animação com uma longevidade relativamente longa. As caraterísticas das personagens devem ser desenvolvidas e moldadas com os acontecimentos pelas quais vão passando, mas nada disso acontece. Bem pelo contrário, muitas delas além de pararem no tempo, regrediram!
Apesar de ser uma nova temporada, quase nenhuma personagem foi adicionado ao elenco, e mesmo estas novas conseguem sofrer da mesma síndrome das anteriores.
Juízo Final
A essência e conceito de narrativa foram completamente abandonados. Visto que esta parte foi deixada de lado, restava então a parte técnica para salvar este todo, o que também não se verifica. Como já foi referido em cima, a existência de evolução é praticamente nula, mantendo-se apenas uma qualidade mediana no design das personagens e na animação dos IS’s. A música faz pouco mais que o seu trabalho, passando bastante despercebida. Neste ramo apenas se safam os Opening e Endings.
Por fim, esta é uma obra que deve passar ao lado na lista de qualquer um. Mesmo que sejam adeptos do género Harem, ficarão aborrecidos com a repetição exagerada que é estabelecida. Não é recomendável de forma alguma que continuem a seguir esta anime, pois pouco ou nada conseguirão retirar dele.
A existência de “Infinite Stratos” como adaptação é basicamente dispensável, ficando apenas como um exemplo de excelência daquilo que não deve ser feito a todos os níveis. Infelizmente, e sem se saber muito bem como, já existem rumores de um projeto para a terceira temporada.
Análises
IS: Infinite Stratos 2
Se a existência da primeira temporada era difícil de explicar, a existência da segunda temporada não tem qualquer argumento que a suporte. Não há razões para ver esta continuação.