Não sou uma pessoa fofa. De todo. Sou daquele tipo de pessoas que parece ter um cubo de gelo no lugar do coração. Ah! E também sou bipolar. O que faz com que de vez em quando me torne minimamente querida.
Quando comecei a ver anime freneticamente há dois anos atrás, estava numa fase da minha vida onde só queria ver sangue e tripas a rolar. Não me entendam mal, eu continuo a gostar de ver pessoas a serem dilaceradas, mas eventualmente comecei a apaixonar-me por outros tipos de obras. Pessoalmente acho que nenhum fã de anime aguenta muito tempo a ver a mesma coisa, chega a uma altura em que sentimos necessidade de ir procurar algo novo que nos encha as medidas. E com o tempo também entendemos que nenhum anime deve ser definido pelo género/demografia em que se encaixa, mas sim pelo conteúdo que carrega consigo. Durante algum tempo eu achava que todos os animes seinen, que tivessem drama e Slice of Life iriam ser excelentes. Adivinhem: droppei metade.
Contudo sempre tive, e acho que sempre vou ter, uma relação complicada com animes de romance. Digo isto porque apesar de os meus gostos terem mudado, continuo a achar muito ténue a linha entre o fofinho e o enjoativo. Se estiver “naquela altura do mês”, vou choramingar com coisas mínimas. Não imaginam vocês o derramamento de lágrimas que foi a primeira temporada de Sword Art Online para mim. Com base nisto, decidi abordar com vocês alguns dos animes de romance que mais originaram conflitos internos dentro do meu ser.
O que faz de um anime de romance algo bom?
Não acho que exista alguma fórmula perfeita para a anterior questão. Aliás, acho que se houvessem fórmulas milagrosas para o sucesso, não haveriam tantos animes cagados a sair por temporada. Existem sim, certos elementos que quando combinados resultam numa boa história. Com animes de romances é o mesmo.
Para começo de conversa nunca entendi o romance japonês. Juro que gostava de conseguir compreender como é possível adolescentes serem tão tímidos e retraídos. É complicado para nós aqui no ocidente nos identificarmos com cenários destes. Ninguém demora cinquenta e três anos a confessar-se – mais um estranho recorde batido pelos japoneses. Isto faz com que nós, ocidentais sem vergonha na cara, olhemos com uma certa relutância para este género de obras. Pessoalmente, acho mais fácil apegar-me a algo com que me consiga identificar, e muitos dos animes quotidianos japoneses acabam por não me dizer muito.
Podia vir aqui e recomendar-vos animes óbvios como Clannad, Toradora ou Ao Haru Ride, porém preferi abordar aqui algumas obras com uma temática romântica, mas que possuem algum diferencial no seu enredo.
Ou simplesmente entretiveram-me e não vomitei a assisti-los.
ef: Tale of Memories
Apesar de ser um anime até relativamente conhecido, o facto de já ter quase dez anos de existência faz com que pouca gente fale dele. Pessoalmente, nunca o vi a ser recomendado como uma obra de romance e sim como um drama. Não nego a carga emocional presente da obra, mas vi nesta uma mensagem extremamente importante no que diz respeito a relações amorosas. No geral é um anime bom e com uma produção visual e banda sonora de outro mundo. Apesar de alguns problemas na sua linha narrativa, aborda situações pesadas e mais adultas. Fica aqui como recomendação para quem quiser uma obra onde “dar as mãos” e “chamar pelo primeiro nome” não são um problema de outro mundo.
Gosick
Gosick tem atualmente uma vasta legião de fãs, contudo acaba por ser um anime que fica na sombra dos grandes a maior parte do tempo. Nesta história de mistério e suspense, acompanhamos o desenvolvimento amoroso de uma loli detetive e de um personagem principal cliché. O forte da obra não é de todo o romance, mas a interação e evolução dos dois é bem peculiar.
Kamisama Hajimemashita
Provavelmente um dos animes mais divertidos a que assisti este ano. Mas também vale dizer que isto é um anime literalmente para gajas. Sem querer ser preconceituosa, a não ser que gostem de shoujo e de um romance do ponto de vista feminino, não recomendo. Não é uma história que vá mudar a vossa vida, mas para quem gostar de romance misturado com fantasia, é uma aposta certeira.
Netoge no Yome na Onnanoko ja Nai to Omotta?
Este é provavelmente o meu favorito dos aqui mencionados. Netoge foi uma agradável surpresa da Primavera de 2016. Apesar de ter ficado com uma classificação bastante manhosa no MAL (7.20), continua a ser um dos meus animes favoritos deste ano. Para quem gostar de RPG, romance e comédia, vão encontrar aqui uma divertida narrativa.
E ficamos por aqui. Com este artigo puderam perceber que sou bipolar (novidade nenhuma para quem convive comigo) e, espero eu, que tenham conseguido algumas dicas/recomendações sobre anime!
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