Qual o seu estilo favorito? Gostas de shounen? Seinen? Shoujo?
Sempre achei muito difícil escolher um favorito, até por que eu gosto de mangas e, de forma geral, estou disposto a ler todos os estilos. Durante muito tempo lia somente shounens, demorei para aventurar-me em outros estilos. Arrependo-me muito de não ter feito isso antes!
Um manga que sai totalmente do meu estilo base e que hoje trago a recomendação para vocês, é Ao no Flag.
Ao no Flag – Uma história de Amor
Recomendação de Leitura – Ao no Flag
Ao no Flag encontra-se a ser publicado pela Shounen Jump+ desde fevereiro de 2017, escrito e desenhado por KAITO. Nele vemos a história de quatro estudantes que estão a concluir o ensino médio. Taichi Ichinose, Touma Mita, Masumi Itachi e Futaba Kuze, eles não são todos amigos, mas alguns acontecimentos levam-os a se conectarem mais e mais.
Taichi e Touma são amigos de infância, porém perderam a maior parte do contacto. Touma é popular e atlético, por outro lado Taichi é um gamer/nerd. Futaba e Masumi são amigas, melhores amigas eu diria. Futaba é extremamente tímida e Masumi é muito séria e decidida. Tudo começa quando Futaba pede para Taichi ajudá-la a “conquistar” Touma. Até aqui a receita está perfeita certo? Tudo muito padrão e normal em romances.
As mesmas primícias podem ter diversas soluções, e a de Ao no Flag está a por ser única. KAITO dá-se ao cuidado de trabalhar calmamente todos os personagens. Nós temos os personagens principais, contudo não há personagem mais importante, todos, principais e secundários, recebem o mesmo cuidado e atenção, dessa forma toda a história flui junta.
Os detalhes importam
Logo falarei da arte de KAITO, mas antes de tudo quero falar do ritmo da história. Algo muito importante, e por diversas vezes ignorado, num manga é o tempo de “respiro”. Se pegarmos, por exemplo, One Piece, não há tempo de respiro, todos os painéis estão lotados de textos e movimentos, sem dúvida essa é basicamente a marca registada de One Piece.
Ao observar o ritmo de Ao no Flag, vemos que o tempo de “respiro” é muito grande. Às vezes até de mais, chega ao ponto de ser aflitivo. No capítulo 41, só para exemplificar, lançado dia 12 de fevereiro no aplicativo Manga+, nós temos um total de 28 páginas, temos um início com 10 páginas com textos, a maior parte deles o pensamento de Taichi. Depois todo o resto das páginas tem pouquíssimos diálogos, a maior parte dos quadros só mostra que eles estão lá, parados, esperando, talvez pensando, talvez sofrendo. Estamos juntos nesta, sofremos a aflição, sofremos as alegrias dessa forma, quando o capítulo acaba ficamos a repensar várias e várias vezes no que aconteceu ali.
Os capítulos 39 e 40, por um simples comparativo, tem quase todos os quadros com diálogo, mais que isso, alguns bem longos. Eles são capítulos que lentamente constroem o que veio a acontecer no 41.
Uma real adaptação da vida
Nossas vidas não acontecem de um dia para o outro, tudo o que acontece tem uma construção. Depois de uma certa idade (não que eu seja tão velho assim), nós passamos a observar os eventos que passaram e entendemos bem melhor o porquê das coisas. Ao no Flag investe e constrói muito bem esses acontecimentos.
Não é uma questão de fazer mistério ou tentar esconder algo que irá acontecer, por que isso não acontece. Os leitores de Ao no Flag, estão a esperar por esse capítulo 41 desde o início! Nós sabíamos que ele existiria, só não sabíamos quando!
A maravilhosa arte de Ao no Flag
Não há como passar tamanha carga de sentimentos numa obra que não tem a arte boa para isso. Não sou de desmerecer as peculiaridades das artes de cada um. Acredito que de uma forma ou de outra ela irá ou ajudar ou prejudicar a obra, como em Bokutachi Yarimashita.
Ao no Flag dança e diverte-se com dois extremos, o “quase perfeito” e o “extremo cartoon”. A imagem abaixo é autoexplicativa.
Eu poderia ler um capítulo de Ao no Flag em meros 5 minutos, mas ficaria 30 minutos observando as expressões. Eu consigo me comunicar com a obra, e entender o que KAITO quis passar. Podes pensar que estou um tanto ou quanto fora da caixinha, e realmente pode ser que eu esteja a tentar encontrar ouro onde não há, mas verdadeiramente Ao no Flag transmite-me muita coisa.
Observações finais.
Se eu precisar dizer qual o estilo de Ao no Flag, não direi que ele é um romance, ou um shounen, muito menos um slice of life. Eu direi que ele é uma interpretação da vida. As nossas vidas não se resumem somente em romance ou comédia, também tem as suas parcelas de ação e suspense. Ao no Flag é primordialmente um drama romântico, mas ele abrange muito bem diversos aspectos da vida.
Bem, falei muito, vou ficar por aqui! Não deixe de comentar o que achas de Ao no Flag e de participar de nossas redes sociais! Vemos-nos na próxima divagação!
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