Título: Arslan Senki
Adaptação: Manga
Produtora: Liden Films, Sanzigen Animation Studio
Géneros: Ação, Aventura
Ficha Técnica: Disponível
Enredo
Bem-vindos ao ano 317! Encontramo-nos na época medieval, mais precisamente no reino de Pars. A história começa com este mesmo reino a defender o seu exército aliado, Maryam, do ataque surpresa dos Lusitanians. Sobre o comando do grande rei de Pars, Andragoras III, o exército de Lusitanians foi completamente obliterado. A personagem principal é Arslan, príncipe do reino de Pars, e filho do respeitado Andragoras III. A história vai seguir o crescimento deste pequeno rapaz de 11 anos, a sua formação física e psicológica enquanto humano e príncipe de um grande reino.
Esta pequena sinopse, cobre apenas uma mínima porção da densidade narrativa já explorada nos primeiros vinte minutos de Arslan Senki. Por consequência, podemos já afirmar que a obra em termos narrativos está bem construída. O universo onde toda a história decorre possui bastantes camadas. Toda esta informação está bem organizada, dando origem a uma exposição narrativa leve e de fácil entendimento face à quantidade de dados que nos foram transmitidos.
Além de todos os conceitos históricos, o enredo arriscou-se já a tocar em assuntos bastante interessantes/controversos como por exemplo: teologia, pontos de vista sócio-políticos, hierarquias, escravidão, entre muitos outros, que deixam as mentes mais acesas a babar-se por ver um pouco mais de tratamento nestes ramos. A história como um todo, pode dar a sensação temporária de algo que já foi visto, de algo mais genérico. Mas relembro que apesar de Arslan Senki ser uma obra adaptada de uma manga recente, esta foi adaptada de um Light Novel dos meados dos anos 80, e este é um fator que deve ser tomado em consideração quando estivermos a avaliar o parâmetro da sua originalidade.
Ambiente
De um ponto de vista geral este departamento portou-se bem e acima da média na maior parte dos vinte minutos do episódio. A primeira sequência de batalha entre exércitos mostra-nos o potencial da obra no que diz respeito ao bom uso da animação e modelação de personagens em 3D. Assim como a primeira sequência de treino entre Arslan com Vahriz nos mostra uma maravilhosa qualidade técnica de animação 2D. Nestas duas sequências é observável o incrível trabalho de realização de Noriyuki Abe (Great Teacher Onizuka, Yu Yu Hakusho) e dois tipo de abordagens visuais diferentes. Numa recorre a grandes planos e movimentos de câmara frenéticos que representam e transmitem muito bem o confronto de grande calibre entre dois enormes exércitos. Na segunda sequência mostra-nos pormenores que recriaram da melhor forma os movimentos precisos e singulares de uma luta entre espadachins medievais.
O ponto negativo nestes parâmetros encontra-se facilmente na inconsistência da animação em si. Existiram alguns movimentos nos dois tipos de animação que nos fazem torcer o nariz. Não obstante, da mesma forma que existe o mau também existe o bom e prova que são capazes, vamos apostar nisso.
Os cenários e o ambiente em si estão muito bem cuidados. Nota-se a atenção que tiveram em dar “ruído” às ruas movimentadas de Pars, ao detalhe dos edifícios e objetos típicos da época. As cores predominantes amareladas e os céus límpidos azulados com os grandes raios solares. São tudo pormenores que nos ajudam a enquadrar na época, permitindo uma experiência mais imersiva neste tempo mais longínquo. A banda sonora mostra-se adequada, mas não extraordinária, por enquanto.
Potencial
Já faz algum tempo que não surgia uma obra medieval com um tom um pouco mais sério, o que além de ser nostálgico é um ponto a favor para os mais fanáticos deste modelo narrativo. Tudo o que já disse a nível de conceito e enredo, assim como as personagens, possuem um equilíbrio positivo entre boa e má qualidade. O que me deixa mais curioso sobre esta obra é a grande linha de progressão que todos os departamentos possuem.
É uma obra com potencial a todos os níveis. O problema dela não está na probabilidade de ser má, pois isso duvido fielmente. A grave questão é: irá a obra ficar apenas neste nível, ou seja, no “ligeiramente acima da média” ou irá conseguir superar este nível com a sua larga margem de progressão?
Independentemente da resposta, este primeiro episódio é uma recomendação para quem está à procura de algo diferente, ao passo que dificilmente se irão arrepender.
Análises
Arslan Senki
É uma obra com potencial a todos os níveis.
Os Pros
- Conceito
- Ambiente
Os Contras
- Inconsistência na animação.