- Um clube de detectives que visa ajudar os alunos a resolver os seus problemas;
- Uma coloração berrante, atrativa e peculiar;
- Um character design que mistura o fofo com o cool;
- Um opening que só dá vontade de dançar, com coreografias de rivalizar com Wotakoi (não fosse Sumika a mesma banda por detrás do divertido tema de abertura do romance geek);
- Um primeiro episódio misterioso do qual não percebemos nada, nem mesmo para onde a série nos leva;
- Uma protagonista com uma personalidade má, uma “scum”, como ela própria descreve.
Bishounen Tanteidan ou Pretty Boy Detective Club é tudo isto e muito mais. Uma série que consegue ser tudo mas peca por não ser nada em concreto. Oh espera, salvo o de ser uma obra prima de animação, de coloração, de fotografia e de todos os aspectos técnicos e mais alguns que compõem a produção de uma série animada. O estúdio Shaft deve ter-se divertido à brava na produção desta peculiar série! Mas resta a dúvida: valerá a pena assistir?
Bishounen Tanteidan – Análise
Nisio Isin é a mente genial por detrás de Monogatari Series e Katanagatari. Uma figura incontornável dada a irreverência com que escreve e a originalidade das suas histórias. Ele é tão marcante que conseguimos perceber que ele está por trás de uma obra sem mesmo pesquisarmos quem é o autor.
Claro que o nome das obras ajuda nas apostas para obras de Nisio Isin. Basicamente, quando leio que a adaptação parte de um light novel com o nome “qualquer coisa” Series, suspeito logo que tem o dedo deste senhor. Com esta série não me enganei, e veremos as futuras!
Nunca vi qualquer temporada da adaptação da Monogatari Series, mas as cenas ícones da escova de dentes, o levantar de saia, os close ups e todo aquele design e coloração berrante não deixam nenhum fã de anime indiferente. Em suma, tu até podes nunca ter visto nada dessa franquia, não fazer mais pálida ideia à cerca da história, mas tu CONHECES esse anime!
E posso garantir que poderão rever em Bishounen Tandeidan os famosos planos-eróticos-não-eróticos, aquela coloração de babar, aqueles planos que só apetece tirar print e usar como fundo do computador, toda a essência que o estúdio Shaft tanto nos acostumou com Monogatari Series.
Se por um lado apenas posso comentar as semelhanças visuais com Monogatari Series, por outro posso comentar as semelhanças com Katanagatari.
Sabem aqueles diálogos extensíssimos e tão rápidos que temos que dar pausa para ler as legendas? É igual. Sabem quando vêem/lêem uma conversa/cena e no final têm que voltar atrás de novo para tentar perceber ao certo o que se passou ali? É igual.
Nisio Isin a ser ele mesmo
Pretty Boy Detective Club emana a essência de Nisio Isin, não finge ser algo que não é. Contudo, o que torna a obra única é igualmente uma curse para a mesma.
Não se enganem, eu gosto do autor e tenho Katanagatari na lista das séries anime que mais gostei. Contudo, ele não é fácil de acompanhar. Recordo-me de estar a tentar assistir após um longo dia de trabalho e o resultado ser: não perceber o que estava a ver ou ter que voltar atrás inúmeras vezes. E isso é chato.
Claro que não acontece em todos os episódios mas, tratando-se de uma série que se foca na resolução de mistérios, acaba por ser natural obrigar-nos a estar atentos.
Os mistérios são desafiantes e passamos mesmo grande parte do episódio sem entender a solução, sem perceber como vão desvendar, da forma mais bonita, o mistério. A solução surpreendia sempre de uma forma ou de outra mas o processo conseguia ser ainda mais saboroso. Com floreados nas conversas, diálogos complexos e mindsets intrigantes, Bishounen Tanteidan transporta-nos para um universo onde nada é o que parece.
O que mais gostei em Bishounen Tanteidan
Bishounen Tanteidan – Análise
Claro que a animação é o ponto forte da série. Que não hajam dúvidas em relação a isso. A mesma história sem o estúdio Shaft a animar, sem a realização e guião completamente enquadrados na mesma e a série seria um fiasco.
Bishounen Tanteidan é um combo entre narrativa e animação em que uma sem a outra não faziam sentido. Custa-me muito tentar explicar-vos algo tão visual (que apenas quem vê entende), mas tentarei deixar aqui alguns exemplos claros em como eles mudam de design, de estilo de animação e de plano de “filmagem” de acordo com o teor da cena:
Este é um exemplo de uma cena que toda ela foi animada assim. O design, cores, tons, nada tem a ver com a estética a que o anime se propõe, mas verão muitas vezes ao longo dos 12 episódios mudanças repentinas de visual quando a obra muda de tom (mais sério, mais frenético, mais misterioso). É quase como se conseguissemos sentir a história através da animação. Os diálogos passam a ter outro peso em nós. As emoções flutuam consoante o que o visual pretende que sintamos e não apenas com o que lemos nas legendas e vemos nas expressões faciais das personagens. Faz sentido?
Eu disse que era difícil de explicar, pelo menos para mim!
Outra coisa que gostei foi da protagonista. Doujima tem um feitio de m*rda. Literalmente e sem problema nisso, ela admite, todos admitem e aceitam-na como ela é: egoista, egocêntrica, com a mania e sem grande consideração por quem a rodeia. Vários foram os momentos em que insultei mentalmente e verbalmente a miúda enquanto assistia. Há algumas atitudes censuráveis e outras muito pouco “MC-like“. E não há problema nisso. Ela está ali para representar um ser humano com qualidades e com defeitos e não para ser perfeita.
Bishounen Tanteidan – Análise
Vale a pena assistir a Bishounen Tanteidan? O que esperar?
Tal como referi nas minhas Primeiras Impressões à série esta história acompanha as aventuras de um Clube de Rapazes Bonitos Detetives. Para fazerem parte deste clube existem 3 regras:
- Ser-se bonito;
- Ser-se um rapaz;
- Ser-se detetive.
Este clube invulgar reúne 5 individualidades da escola privada de segundo ciclo, Yubiwa Academy. O objetivo é ajudar todos os alunos que procurem a sua ajuda. O primeiro episódio começa com a inserção da protagonista: Mayumi Doujima.
A cortina de mistério está sempre presente. No caso da protagonista, por exemplo, passamos o primeiro episódio sem perceber as suas motivações, se tinha ou não “super-poderes” ou se era rapaz ou rapariga.
Na altura comparei a obra a Ouran Koukou Host Club, contudo nada tem a ver. O objetivo não é o mesmo e os personagens não têm qualquer semelhança (excepto talvez a excentricidade). Bishounen Tanteidan nem sequer é comédia!
Mas então o que é Bishounen Tanteidan?
É uma obra de autor. Envolve super poderes, organizações misteriosas, ataques terroristas, escolas de elite e miúdos de 14 anos a não se comportarem como miúdos de 14 anos. É uma miscelânea de temas que tem como foco a escola Yubiwa Academy e a protagonista.
Há sempre um mistério: quadros desaparecidos, raptos, acidentes de carro, etc; que os 6 jovens do Clube de Detectives de Rapazes Bonitos tem que resolver da forma mais bela possível.
Como é óbvio, no meio de toda a brincadeira de crianças há temas sérios e duplos significados por detrás de toda a beleza que é a adolescência e o que simboliza a entrada na vida adulta.
Se é um anime para todos? Não, apenas recomendo aos fãs do autor ou a quem adora assistir a algo muito bem animado. Fora isso a série peca por ser maçuda nos diálogos, pouco atrativa nos temas e por não explorar nada afundo acabamos por ficar insatisfeitos com o término da obra.
Análises
Bishounen Tanteidan
Bishounen Tanteidan é um combo entre narrativa e animação em que uma sem a outra não faziam sentido. A história acompanha as aventuras de um Clube de Rapazes Bonitos Detetives. Para fazerem parte deste clube existem 3 regras: Ser-se bonito; Ser-se um rapaz; Ser-se detetive.
Os Pros
- A animação
- O opening
- Todos os aspectos técnicos
- Personagens interessantes
Os Contras
- Demasiados temas sem um desenvolvimento satisfatório