Há quase 3 anos, quando a primeira temporada de Mob Psycho 100 foi lançada, eu partilhei as minhas primeiras impressões desta fantástica adaptação. O final da temporada chegou e mal consegui processar o quão incrível foi. O tempo arrastou-se e o anúncio da segunda temporada chegou como que a dar-me uma renovada oportunidade de poder falar daquele que para mim foi o melhor anime de 2016 e um dos melhores da década.
Nesta temporada de inverno, não vou deixar nada ao acaso. Vou acompanhar Mob Psycho 100 II semanalmente e, no final, conceder uma opinião unificada da primeira e segunda temporada.
Espero que gostem. Acompanhem-me nesta jornada.
>>>ESTE ARTIGO CONTÉM SPOILERS!<<<
Mob Psycho 100 II – Opinião Episódio 1
Como o acordar na minha cama de infância após meses de ausência. Esta frase resume a forma como me senti após o primeiro episódio.
Mob Psycho 100 voltou como se nunca tivesse partido. Como não leio o manga, não sei se esta é a progressão natural da história ou se foi uma decisão do estúdio de, em certa medida, estruturar o episódio de regresso de uma forma muito familiar, após o portentoso e emocionante final da primeira temporada.
Ver de novo Reigen a negociar com um pobre coitado, vê-lo a chamar inconvenientemente Mob e vê-los ambos enrolados em mais um exorcismo, durante o qual as habilidades de Mob são retratadas por animação soberbamente executada pelo estúdio BONES, trouxe-me uma alegria imensa e sem dúvida mais momentos destes estarão a caminho!
E foi no ponto crucial para a resolução do exorcismo que, após ter terminado o episódio, verifiquei o primeiro indício de evolução e mudança em Mob Pscyho 100.
Agora isto é pura conjuntura da minha parte, mas como eu penso que a arte pressupõe um certo tipo de input por parte do receptor quando este a percepciona aqui vai:
- Além do óbvio de que isto é Mob a expandir o uso dos seus poderes após perceber a forma como o espírito mantinha o controlo sobre as plantações, eu vi neste pequeno switch que se ligou no nosso protagonista, um primeiro sinal de que Mob começa a ver o termo “controlo” de outra forma. Isto para mim é cimentado na parte final do episódio, aquando da sequência emotiva com o novel de Emi. (já lá vamos)
Contudo, após este pequeno vislumbre, o episódio prossegue naquilo que parece ser uma estrada já conhecida: o dia a dia do alienado Mob a ser “marioneta” para os interesses de outrem, neste caso, de Asagiri que basicamente pressiona a concorrer à presidência do conselho de estudantes, sob pretexto de que isso lhe daria chances de cativar a Tsubomi-chan. Tudo para efeitos de um culto a Mob, do qual a sagaz moça se parece querer aproveitar à fartazana.
Esta situação culmina em mais uma humilhação para Mob e naquilo que novamente dá todo o aspecto de ser outra tentativa de “espezinhar” o espírito do rapaz: uma rapariga bonita mete-lhe uma carta no cacifo e confessa o seu amor (yeah right…). O anime fez bem em cortar logo após a “confissão” de Emi, mas como somos fieis seguidores desta história (por mim falo! Acho que também faço parte do tal culto), sabemos imediatamente que tudo isto cheira a esturro.
E é em toda a sequência até à revelação de Emi que o anime deixa imensas pistas reais sobre o estado emocional de Mob e que eu tomei como “não reais” porque sentia que ele estava mais uma vez a ser enganado e se tinha entregado a uma moça só porque ela revelou interesse nele, mesmo sem ter conhecimento dos seus poderes.
“Recitando” o episódio na minha mente, apercebi-me que todas as personagens que nos são familiares reconheceram a mudança em Mob, antes dele mesmo se aperceber disso. E só descobrimos isso quando é revelado que Mob rejeitou Emi e, mesmo assim, para não a magoar aceitou sair com ela e acompanhá-la a casa, pois tinha confiado na falsa confissão da jovem, não se apercebendo que algo para além de pura simpatia e receio de magoar se tinha alojado dentro de si (awwwwww, young love).
A conversa que eles os dois têm, quando ela clarifica tudo o que vimos e que tudo para ela “não passava de uma aposta” (só que não) é, para mim, o culminar daquele primeiro indício, o que desbloqueia Mob para ter este lindo momento no final do episódio:
Este é um salto gigante para Mob e eu fico tão feliz por ele. Pela primeira vez, conscientemente, ele toma controlo de si, em vez de se render à sua explosiva compressão emocional, ou à sua letargia constante que leva a esse estado. Ele sentiu por ele, permitiu isso a ele mesmo e isso é uma extraordinária vitória para o nosso protagonista! Agora é continuarmos a ver o que mais vem aí.
De facto a parte de purgar o mundo de espíritos malvados nunca foi o importante do episódio (mas certamente os embates épicos também estarão a caminho). Mantendo a linha que ONE já nos habituou, o foco é Mob, o seu crescimento e a sua tentativa de se encaixar no mundo real, de procurar a “simples” felicidade que em variadíssimas outras obras, seria deixada de lado face ao imensurável poder do protagonista.
Toda a plasticidade visual, todo o maravilhoso mundo de cores e movimento e poderes com que a BONES nos banha, é sobremesa. É imprescindível e coroa uma refeição da melhor forma. Mas o prato principal é Mob e toda a sua jornada!
Fanboy Zone
Esta é uma zona concebida para eu soltar as amarras de fanboy e enumerar vários aspectos do episódio que me deixaram com a emoção à flor da pele pelo regresso de Mob, Reigen e companhia!
- O regresso das expressões (e não são poucas…):
- Variedade e combinação de estilos de arte:
- Reigen (he’s the best), Mob (ma boy) e a química entre eles:
- Regresso do elenco secundário, sobretudo do Body Improvement Club:
- Ah, não me posso esquecer, nem esqueço, do opening que imediatamente se tornou icónico, tal como o da primeira temporada:
Nota Final:
Mesmo que o episódio não fosse o mais cativante, sendo Mob Psycho 100 e estúdio BONES, iria sempre continuar a ver por “confiar” naquilo que ambos já me habituaram. Mas, como dá para ver por tudo o que já escrevi, o episódio tocou em todos os meus botões.
É o episódio certo para um regresso e agora vou sem dúvida esperar ansiosamente pelo 2º episódio (que chega já esta segunda-feira) e por todos os episódios desta a adaptação. O opening deixa antever muitas peripécias e embates épicos e eu cá estarei para os receber!
YOUR LIFE IS YOUR OWN!