Título: Charlotte
Adaptação: Manga
Estúdio: P.A. Works (Angel Beats!, Canaan)
Géneros: Escolar, Drama, Magia
Ficha Técnica: Disponível
Opening
“Bravely You” – Lia
Charlotte | Enredo
A história desenvolve-se à volta de habilidades especiais que ocorrem numa pequena percentagem de rapazes e raparigas na puberdade. Yuu Otosaka usa o seu poder sem conhecimento dos outros, e vive uma vida escolar relativamente normal. Perante ele surge subitamente uma rapariga, Nao Tomori. Devido a este encontro, o destino de especiais portadores de poderes será exposto.
A premissa apesar de não possuir uma originalidade que nos cative apresenta elementos que inegavelmente consideramos atrativos ou que pelo menos, despertam a nossa curiosidade. Temas como poderes especiais distribuídos aleatoriamente sob um número restrito de pessoas, entre elas adolescentes, é algo muito explorado na animação japonesa, um exemplo disso é a saga Hamatora The Animation.
Assim sendo, e elevando a fasquia de exigência, o que poderemos nós encontrar em Charlotte de diferente das restantes obras do género?
Nada, absolutamente nada! Os primeiros minutos começam de forma interessante, um adolescente com o poder de controlar o corpo de outras pessoas por tempo determinado e que o usa para proveito próprio. A narrativa assume-se, numa primeira instância, coesa e até que diferente, da ideologia heroica de menino com poder que quer salvar o mundo.
O agradável e interessante início é, no entanto, corrompido por um crescendo de clichés e personagens tipo. Cativados por um protagonista aparentemente inteligente e calculista, observamo-lo a tornar-se mais um protagonista masculino de mais um shounen de magia, aliado a mais uma protagonista feminina com personalidade dentro das linhas habituais. As linhas narrativas em vez de fomentarem a dúvida ou sustentarem o novo universo sob alicerces fortes e interessantes, são demasiado expectáveis. As demonstrações de poderes que deveriam ser o pináculo de divertimento do episódio, acabam por se tornar em mais uma cena das muitas sem qualquer tipo de sumo a retirar da panóplia de ideias e conjugações mais ou menos forçadas desta estreia.
Charlotte | Ambiente
O descalabro narrativo não se perpetuou na produção do ambiente. Com uma animação coesa e ligeiramente a cima da média em alguns pontos, pouco há onde apontar o dedo nesse quesito. Não existe nada de fascinante ou que seja surpreendentemente bom, contudo, dificilmente nos passa despercebido o bom jogo de cores e o fantástico character design de Charlotte.
Com personagens de design demarcado, reforça a ideia do “fogo de vista” desta obra. A P.A. Works demonstrou que pelo menos a qualidade visual será uma garantia e cenários deslumbrante ou personagens bonitas e brilhantes serão uma constante.
A banda sonora apesar de simples, demonstrou-se presente nos momentos certos e com a intensidade adequada. Sem fugir aos sons ora eletrónicos ora mais clássicos, manteve-se discreta mas com alguma qualidade, fomentando as cenas de maior tensão.
Charlotte | Potencial
As críticas fazem-se sentir no que aparenta ser o “mais uma animação de magia escolar”. Desejosos por um primeiro episódio repleto de surpresas e que nos prenda tanto por conteúdo como por visual, terminamos muito pouco satisfeitos. Charlotte aparenta tratar-se de mais uma bela sobremesa sem sabor absolutamente nenhum. É muito agradável visualmente, não acredito que a produtora nos desiluda nos episódios seguintes, muito pelo contrário, contudo nem nesse quesito nos fascina ao ponto de assistir só pela componente da animação. O que nos leva a outro ponto, o que nos pode levar a ver Charlotte?
Basicamente nada. Se não tiverem mais nada para ver, ou uma curiosidade exacerbada em descobrir do que se trata esta obra, muito bem, a obra aparenta ser algo minimamente agradável. Contudo se pretendem algo mais rico, quer narrativa quer visualmente, sem dúvida não é a escolha adequada.
Sendo o primeiro episódio podemos dar o benefício da dúvida, verdade, no entanto os elementos demonstrados, em particular na composição narrativa, revelaram-se pobres para um primeiro episódio, o que desde logo nos deixa reticentes: se o primeiro episódio que deveria nos cativar já e assim, como será o resto? Aos mais curiosos e reticentes, posso sugerir para esperarem que a obra termine para obterem um feedback mais completo, de resto, acredito que não valha a pena perderem o vosso tempo a assistir semanalmente mais um cliché de magia escolar.
Análises
Charlotte
A publicidade em torno da nova animação da P.A. Works cativou a curiosidade de muitos fãs. Terá Charlotte conquistado num primeiro episódio?
Os Pros
- Character Design
- Ambiente
Os Contras
- Construção narrativa pobre e repleta de clichés