O Tanabata (七夕), apesar de não ser um feriado nacional, é uma ocasião celebrada e acarinhada no Japão. Também conhecido como o “Festival da Estrela”, baseia-se numa lenda chinesa e é celebrado no sétimo dia do sétimo mês do ano. Muitas regiões comemoram a 7 de julho (coincidente com o calendário gregoriano), mas outras a 7 de agosto, de acordo com o calendário lunar.
Como se celebra o Tanabata?
Numa versão lenda, um jovem de uma pequena aldeia encontrou junto a um lago uma roupa belíssima, feita de penas, que quis levar consigo. Nesse momento, a deusa Tanabata, que estava a banhar-se nesse lago, perguntou ao jovem se tinha visto a sua roupa, dado que sem ela não conseguiria voltar para o Céu, a sua casa. Apesar da tristeza de Tanabata, o jovem mentiu e disse que não tinha visto nada. Sem sítio para onde ir, Tanabata acabou por viver com o jovem e tornaram-se marido e mulher e foram muito felizes.
Passados alguns anos, enquanto o marido estava fora, ela descobriu as vestes que tinha “perdido” escondidas no telhado da sua casa. Vestiu as suas roupas celestiais novamente e, subindo para o Céu, disse ao jovem que, se este quisesse voltar a vê-la, teria de fazer mil pares de sandálias de palha e enterrá-los em redor da árvore de bambu.
Ao enterrar as sandálias o bambu cresceu de maneira a transportá-lo até aos céus, e assim o casal ficou reunido. Mas o pai de Tanabata não aprovava esta relação, e deu ao jovem uma tarefa muito difícil para cumprir – guardar um campo de melões durante três dias e três noites, sem sucumbir à tentação de comer algum. Estar tanto tempo rodeado de melões fê-lo ganhar sede e fome e, quase no fim do prazo, o jovem não resistiu. Ao abrir um melão para comer, surgiu um rio entre o jovem e Tanabata, ficando separados, mas sempre a olhar um para o outro a partir da respetiva margem.
Outra versão muito popular da mesma lenda diz que a deusa estava a tecer na margem de um rio quando do outro lado viu um pastor. Os dois apaixonaram-se e casaram, descurando das suas outras obrigações. O pai da deusa decidiu castigá-los, separando-os. Ao notar a tristeza da filha, permitiu ao casal voltar a juntar-se apenas uma vez por ano.
Em várias versões da lenda, a deusa Tanabata também é conhecida como Orihime, e o jovem pastor como Hikoboshi ou Kengyu. Associa-se assim esta lenda às estrelas Altair e Vega, que se encontram separadas no céu pela Via Láctea. Diz-se que neste dia estas estrelas brilham mais intensamente, pois é o único dia do ano onde o casal se pode reunir.
Nas comemorações do Tanabata, reúnem-se as famílias e amigos, que decoram ramos de bambu com enfeites de papel e fazem pequenas oferendas de comida aos dois protagonistas. Certas cidades organizam festivais a larga escala, sendo o mais famoso o de Sendai. Uma parte indispensável desta celebração é escrever em papéis os nossos desejos para o futuro, e colocá-los nos ramos de bambu. Dizem que quanto melhor a caligrafia com que se escreve, mais probabilidade se tem de o desejo ser realizado!