Título: Dungeon ni Deai wo Motomeru no wa Machigatteiru Darou ka
Adaptação: Light Novel
Produtora: J.C. Staff
Géneros: Comédia, Fantasia, Romance
Ficha Técnica: Disponível
DanMachi | Opening
Hey World – Yuka Iguchi
https://www.youtube.com/watch?v=mOBwnUNSl8Y
Bell Cranel é um aventureiro novato de Dungeons que sonha um dia tornar-se tão bom quanto a mulher que o salvou. Este apaixonou-se por ela desde o momento em que a viu, e agora deseja tornar-se mais forte de modo a poder alcançar a destemida espadachim!
DanMachi | Mais do mesmo?
Como já devem ter deduzido pelo título deste segmento, DanMachi não veio inovar o conceito narrativo que o próprio retrata. Tentou, isso é certo. Mas não conseguiu. Tendo isto em conta, e para que não gastem mais minutos do vosso valioso tempo, vou desde já criar o filtro que procuram. Se ainda não viram DanMachi e ficaram curiosos pela possibilidade de este acrescentar algo de novo ao género, podem abandonar já a análise, porque este anime não passa disso: um cliché em forma de entretenimento.
Esta análise vai abordar a essência da obra. Então, a dúvida para os fãs do género é precisamente descobrir se DanMachi consegue segurar ou não algum ponto de interesse relativamente aos títulos irmãos (Sword Art Online, Overlord, Log Horizon, Accel World, etc).
DanMachi | Um Cliché em forma de Entretenimento
A estrutura da premissa é um cliché fácil. Porém, o núcleo desta tem raízes interessantes, que podem ajudar a alimentar o entretimento que este título vos pode fornecer. Ou seja, no esqueleto vemos o típico personagem principal a ingressar na típica aventura, construída através dos típicos elementos. Em contrapartida, a génese dos elementos que preenche o modelo genérico são provenientes de inspiração mitológica. Como já devem saber, cada herói que decide ingressar na vida de aventureiro, tem que se associar a um Deus mitológico, onde vai receber nuances das habilidades do mesmo. Isto tem o peso suficiente para dar ao género uma fresca brisa, mas não o suficiente para se conseguir destacar além disso. Daí ter dito logo de início que DanMachi está longe de ter força para agarrar espectadores que estão cansados desta fórmula.
Os elementos que constituem a aventura em si tiveram a devida atenção, sendo que muitos deles foram bem desenvolvidos sem exposições massudas. Infelizmente, estes não passaram de uma camada facilmente empurrada para canto pelas restantes pseudo-temáticas que tentaram tratar ao longo do desenvolvimento narrativo.
Ainda assim, o equilíbrio entre cliché e entretenimento vai-se mantendo saudável ao ponto de valer a pena a sua visualização, sendo que irá, garantidamente, divertir-vos tanto com a comédia como com as sequências de ação.
DanMachi | J.C. Staff uma Surpresa Ambiental
Foi uma agradável surpresa ver de novo a J.C. Staff a enveredar pelos caminhos da ação e aventura como já fez noutros tempos com Utena e Shakugan no Shana (entre outros). É certo que bem recentemente tivemos produções deste estúdio com sequências de ação, mas foi mais focado em Magia diluída com Slice of Life.
Ao longo de toda a obra vemos uma produção ambiental pertinente e sólida tendo em conta a temática, sem grandes altos e baixos. Até mesmo a banda sonora passa ligeiramente despercebida. São competentes, mas não passam muito além da linha do mediano.
Porém, existem umas três sequências de ação que revelam o máximo valor narrativo e ambiental que DanMachi tem para oferecer. Não estou a falar apenas de porrada. Estou a falar da forma como conseguem transmitir as temáticas da obra, e criar desenvolvimento narrativo orgânico através do embater do ferro entre dois inimigos naturais – o Aventureiro e o monstro de uma Dungeon. É difícil ficar indiferente ao culminar dos pontos narrativos que são comunicados através do peso do metal bem retratado pela produção sonora e animação corporal. Pela sensação real de perigo que chega até nós através de planos, coreografias e movimentos de câmara bem trabalhados. E mesmo aqui nota-se que não existe uma grande quantidade de dinheiro para a produção, mas que os artistas fizeram o que podiam com os recursos que tinham.
Estes momentos são portanto os pontos mais altos deste título. São estes que me fazem acreditar que existe um possível potencial no material fonte, e que por decisões erradas de marketing, o levaram por outro caminho.
https://www.youtube.com/watch?v=RaG-fNJLLUk
DanMachi | Hestia, Fanservice e Pensamentos Finais
Seria crime abandonar a análise sem abordar os peitos mais famosos de 2015, também conhecidos como Hestia. A popular imagem de marca deste título fez com que se diluísse com grande força, tanto pelos recantos orientais, como pelos ocidentais. É inevitável, para quem no mínimo segue anime sazonal, conhecer a Hestia. Mesmo não sabendo patavina do que se trata a personagem. Esta manobra de fan-service (como tantas outras presentes na obra), criaram um movimento favorável para a popularização da obra. Por outro lado criaram o ponto mais negativo de toda a história, um fan-service cansativo para os espectadores que até estavam receptivos ao entretenimento fornecido pela mesma.
E já que estamos a falar sobre a Hestia, vamos alargar o espetro e falar um pouco sobre o elenco vazio de DanMachi. Começando pela personagem principal – Bell é o tutorial perfeito (e não é no bom sentido) de como construir uma personagem principal com progressão sem ter que se preocupar em explicá-la (elemento este que deixo para quem já viu o final da obra). Além deste temos, na sua maioria, personagens genéricas com uma ou outra excepção. E mesmo os mais carismáticos não possuem caracterização ou desenvolvimento suficiente, para se designarem como personagens acima da média. Um problema que surge do casamento do excessivo fan-service (referido em cima) e da má gestão narrativa – que será abordada no parágrafo seguinte.
Decalquei bastante o facto da obra segurar um certo potencial com iminência de se tornar algo mais, justificando sempre com o argumento do modelo genérico. Mas este não foi o único culpado pelo naufrágio. Talvez a principal responsável tenha sido a queda de ritmo narrativo, só para atingir um certo ponto do enredo. Um momento/informação que deixa tudo em aberto, que cria mistério e um consequente hype. Uma clara triste manobra que nasce com o único intuito de impulsionar o marketing do material fonte. E que funcionou. Porque apesar de todos os aspetos negativos, é uma obra que recomendo para os fanáticos deste estilo, que também irão querer ler o material fonte.
Resumindo e concluindo, e falando da forma mais objetiva possível, a obra (para quem gostar do género) merece pelo menos ser avaliada pela “regra dos três episódios”. Só assim irão entender realmente se vos compensa ou não prosseguir com a visualização ou se saltam logo para o material fonte. Para quem decidir ir logo para o material fonte, voltem para verificar as sequências de ação que vos referi pois não se irão arrepender.
DanMachi | Trailer
Análises
DanMachi
A obra (para quem gostar do género) merece pelo menos ser avaliada pela “regra dos três episódios”. Só assim irão entender realmente se vos compensa ou não prosseguir com a visualização ou se saltam logo para o material fonte. Para quem decidir ir logo para o material fonte, voltem para verificar as sequências de ação que vos referi pois não se irão arrepender.
Os Pros
- Sequências de ação
- Inspiração narrativa
Os Contras
- Modelo narrativo
- Personagens