Nome: Demon’s Souls
Plataforma: PlayStation 3
Géneros: RPG eletrônico de ação, Hack and slash, Dungeon crawler
Produção: FromSoftware
Estúdios: Bandai Namco Entertainment, Sony Interactive Entertainment, Atlus USA, Atlus
Lançamento: 5 de fevereiro de 2009
Demon’s Souls – Análise
Qualquer jogador que esteja minimamente envolvido no mundo de videojogos já deve, pelo menos, ter ouvido falar de Dark Souls: uma franquia de jogos do tipo RPG de ação e aventura de fantasia ocidental, infames pela sua notória dificuldade.
Esta análise foca-se em Demon’s Souls, o irmão mais velho desta série que é geralmente esquecido ou desconhecido. Um exclusivo para a PS3 desenvolvido pela From Software, este título foi lançado em fevereiro de 2009 no Japão, em outubro do mesmo ano na América e em junho de 2010 no resto do mundo.
Este foi o nascer de uma das mais aclamadas séries do seu tipo, dando origem ao seu próprio subtipo, o “Souls-like”. Este tem vindo a influenciar vários desenvolvedores, inspirados a dar o seu próprio twist na fórmula, criando várias obras com o mesmo estilo.
Sinopse
Em tempos passados, Boletaria era um reino que foi atacado por um demónio chamado Old One devido ao uso inadequado das Soul Arts, a arte de manipular almas. O mundo quase tinha sido consumido por um espesso nevoeiro cheio de demónios, mas eventualmente o Old One foi colocado num sono profundo.
No presente, o rei Allant restaurou os uso das proibidas Soul Arts na procura de poder, trazendo de volta o Old One e o seu demoníaco nevoeiro. Boletaria é agora consumida por demónios, onde humanos cujas almas foram roubadas são transformados em horrendas monstruosidades. É aqui que entra o jogador, um soldado sem nome que se aventura pelo nevoeiro deste reino atormentado para o salvar da loucura do seu rei.
Exploração do mundo
Depois de um curto tutorial, o jogador é enviado para o Nexus, que servirá de base durante o jogo. É aqui que é possível dar level-up, melhorar o equipamento, comprar alguns itens básicos e guardar aqueles que não se pretende usar. É também aqui que se encontram cinco pedras esculpidas, que servem como teletransporte para partes diferentes do mundo.
Estas são um castelo medieval, umas minas no coração de um vulcão, uma prisão ligada a uma torre, um templo esculpido numa montanha e um pântano subterrâneo.
Cada uma destas áreas apresenta não só um ambiente diferente, mas também um conjunto de inimigos bastante diferenciados, tanto em aspeto como em táticas usadas para combater o protagonista.
Os diferentes locais do mundo são divididos em 3 “níveis”, exceção sendo o do castelo, que tem 4 por ser o principal. Um nível é constituído por uma pedra de teletransporte, onde o jogador começará, inimigos espalhados por este segmento, um boss no final, que irá criar outra pedra de teletransporte quando derrotado, bem como segredos e puzzles à mistura.
Ao derrotar o boss do mundo 1-2 (o do castelo, segundo nível), o jogador irá deparar-se com uma parede de nevoeiro que lhe impede o progresso. Para ultrapassar este obstáculo, é necessário obter uma das “grandes almas”, que apenas se podem adquirir ao vencer o boss final de qualquer uma das outras áreas, sendo possível concluir o jogo visitando apenas dois locais diferentes. Isto é, no entanto, bastante difícil, pois o jogador estará bastante mais fraco do que o pretendido para a área final.
Demon’s Souls – Análise | Jogabilidade
A jogabilidade dos “Souls-like” é onde se encontra o apelo principal. Bastante difícil para os novatos, mas extremamente recompensador quando se lhe apanha o jeito.
Começando pelo HUD: é aqui onde grande parte da informação é dada ao jogador. Níveis de vida, magia e energia, quais as armas, magia e itens equipados, e o número de souls, que servem de moeda, são todos elementos que se podem encontrar sempre à disposição, a qualquer momento.
Demon’s Souls é um jogo onde praticamente tudo custa energia, como correr, atacar ou desviar, regenerando ao longo do tempo. Cabe ao jogador controlar o uso de energia, pois sem ela é impossível combater, criando um estilo de jogo mais tático e metódico.
A magia funciona de uma forma standard: equipa-se uma varinha para usar e cada uso custa uma certa quantidade da barra de mana dependendo do feitiço escolhido. A barra de mana não regenera automaticamente por natureza, sendo possível usar itens para a restaurar.
Relativamente às souls, estas podem ser adquiridas de duas formas: derrotando um inimigo ou através de itens especiais. É com estas que se compram novos itens, se adquire upgrades ao equipamento de escolha ou se faz level-up, criando uma necessidade de definir a prioridade para evitar gastos desnecessários.
O combate propriamente dito pode ser resumido em “desvia ou bloqueia os ataques dos inimigos, manda um ou dois dos teus e assim sucessivamente”. É também possível fazer um backstab, que é um ataque normal feito em proximidade das costas de alguns adversários, que inflige dano considerável.
Quando o jogador perde todos os pontos de vida ele é transportado de volta ao início do nível, perdendo as souls e trazendo todos os inimigos que não sejam bosses de volta à vida. Estas podem ser recuperadas se o jogador conseguir chegar ao local da sua morte e interagir com a aura aí deixada. Caso morra antes de as recuperar, as souls são permanentemente perdidas.
O jogador também poderá estar em dois modos diferentes: humano e espírito. De uma forma resumida, enquanto se permanece em espírito a vida máxima é cortada a metade. Ao matar um boss ou ao usar um item em particular, é possível regressar à forma humana. Ao morrer como humano regressa-se ao estado de espírito. Na forma humana é possível aceder a algumas partes do multiplayer.
Multiplayer
Um aspeto característico da franquia é o seu multiplayer se fundir com o singleplayer. O que se quer dizer por isto é que, à primeira vista, estes dois modos são indistinguíveis um do outro. Enquanto o modo online está ativo, é possível ver fantasmas de ações de outros jogadores na mesma área, bem como as mensagens que deixaram para trás. De uma forma semelhante, é possível interagir com as poças de sangue que marcam o local de morte de um jogador, fazendo replay dos seus últimos momentos, servindo de aviso.
Cooperação é possível através de um sistema de invocação, onde o jogador poderá ativar símbolos especiais deixados por outros participantes para esse efeito. A ajuda apenas permanecerá até o boss da área correspondente ser derrotado. Para manter um certo nível de desafio, os inimigos ficarão mais fortes por cada aliado convocado.
Mas não se resume tudo a cooperação amigável, pois caso o jogador pretenda, ele pode invadir o mundo de outros, a fim de os matar para receber recompensas. Enquanto se invade, o atacante é imune aos monstros da área, sendo tratado como um igual.
A 28 de fevereiro de 2018, os servidores oficiais foram descontinuados, terminando a porção online por uns tempos até uma equipa de fãs dedicados criarem o seu próprio, mantendo a tocha acesa.
Apesar de ter um certo nível de dificuldade, este é um dos jogos mais acessíveis da franquia, sendo o ponto perfeito para quem quiser entrar neste mundo desolado. Mas atenção, que apenas os mais corajosos e habilidosos conseguirão seguir esta aventura até ao fim.
Análises
Demon's Souls
Demon’s Souls oferece um tipo de experiência desafiante praticamente esquecida na era mais moderna, originando um franchise que ficará para a história.
Os Pros
- Alto desafio, maior recompensa
- Mundo misterioso e imersivo
- Variedade de formas de jogar
- Bosses icónicos e desafiantes
Os Contras
- Dificuldade que não é para todos
- Jogabilidade nem sempre é fluida
- Fácil ficar desorientado em algumas áreas