As análises aos filmes de Dragon Ball prosseguem no ptAnime. Depois de “Dragon Ball: A Lenda de Shen Long”, chegou agora a vez de “Dragon Ball O Castelo Fantástico”, segundo filme associado a esta interminável e mítica franquia.
Dragon Ball O Castelo Fantástico | Goku, Krillin e o treino do Tartaruga Genial
Se no primeiro filme da história o assunto principal foi a procura e reunião das Bolas do Dragão que dão nome à série, neste segundo filme os seus responsáveis decidiram pegar na premissa de um outro tema da obra igualmente importante e atrativo: o treino de Goku e Krillin sob a alçada do Tartaruga Genial.
Diga-se em abono da verdade, esta foi uma escolha que permitiu a “Dragon Ball O Castelo Fantástico” ter um arranque de muito bom nível, apesar de pequenas partes repetidas da série. As peripécias inicias recaíram sobre a rivalidade de Goku e Krillin que, obcecados com a possibilidade de serem treinados pelo Tartaruga Genial, voaram em direção ao longínquo Castelo de Lucifer, decididos a resgatar a Princesa Adormecida e entregá-la ao seu futuro mestre, como o velho perverso assim solicitara.
Dragon Ball O Castelo Fantástico | Uma aventura que de fantástico só teve mesmo o castelo!
Com a chegada do duo protagonista deste filme ao dito “Castelo Fantástico”, aos quais se juntaram mais tarde Bulma, Yamcha, Puar, Oolong e Lunch, o filme começou a perder algum interesse.
Primeiro porque Bulma, Yamcha e companhia juntaram-se a Goku e Krillin sem argumento aparente. Estes foram “empurrados” pela produção para o Castelo de Lucifer para que o filme pudesse ter sequência.
Depois porque os vilões – e neste lote está incluído o tão conhecido Lucifer – tinham pouco interesse. Estou a falar de um bando de demónios sem estilo algum, que conseguiram ser mais cómicos do que propriamente assustadores. Em comparação com “A Lenda de Shen Long”, estas criatuas são um pouco mais evoluídos é certo, mas não o suficiente para despertarem o interesse do espetador, tanto no aspeto como na habilidade para as Artes Marciais.
Ainda dentro das comparações com a primeira longa-metragem, o enredo apresenta um (ligeiro) crescimento na complexidade da sua estrutura narrativa. No entanto, não foi por isso que o interesse desperto deixou de ser muito reduzido. A forma “desenxabida” com que se desenvolve a trama e, neste caso, a tentativa de Lucifer em destruir o Sol para que as Trevas reinem sobre a Terra tem a sua boa dose de responsabilidade nos resultados.
Dragon Ball O Castelo Fantástico | As Personagens
Ao longo de “Dragon Ball O Castelo Fantástico”, três são os demónios que se sobressaem e sobre os quais me parece pertinente falar um bocadinho nesta secção. Sim, porque os velhos protagonistas já nem têm a necessidade do reconhecimento.
Lucifer, como o nome deixa logo perceber, é o grande líder do grupo de demónios em cena. É ele quem coordena o plano de aniquilação do Sol e quem mais anseia por ressuscitar a Princesa Adormecida daquele castelo. Sendo o demónio mais semelhante ao Ser Humano, o seu verdadeiro poder passa despercebido até à reta final da trama.
A liderança de Lucifer nunca é posta em causa, e o seu cargo é comprovado pela presença de Igor a seu lado, um demónio que assume o papel de mordomo e que durante todo o filme nunca larga o seu Rei. Muito discreto, este pequeno ser gosta de tecer comentários dos mais variados tipos nas conversas em que marca presença.
Ghastel é o dito líder da infantaria, o General, ou não seria ele um dos principais adversários de Goku nesta produção. Para além da força bruta, este demónio tem algumas habilidades fora do normal. Infelizmente, quando parecia que ia dar muito trabalho ao nosso herói, acaba por perder a batalha de uma forma algo ridícula, perdendo alguma valorização e o estatuto de personagem de relevo.
Dragon Ball O Castelo Fantástico | Juízo Final
Em suma, “Dragon Ball O Castelo Fantástico” resultou numa produção ligeiramente mais fraca em termos qualitativos do que o filme anterior da obra. O bom arranque é uma exceção positiva naqueles que são os principais aspetos de avaliação. A banda sonora oriunda da série foi pouco utilizada, a história do castelo passa por aceitável e as personagens exclusivas do filme não têm nada que as valorize.
“Dragon Ball O Castelo Fantástico” é mais um projeto para encher o “curriculum vitae” de Dragon Ball do que para outro fundamento qualquer. A sua única valorização pode ser encontrada no sentimento de nostalgia provocado aquando do recordar das primeiras aventuras de Goku e Krillin, e pelos cenários bem enquadrados com o tema escolhido (demónios).
Sem muito mais a dizer, não há sombra para dúvidas de que este filme está longe de poder ser recomendado, sendo apenas uma obra razoável, incapaz de contribuir para a excelente reputação que Dragon Ball conquistou em todo o mundo desde muito cedo.
Análises
Dragon Ball O Castelo Fantástico
A nostalgia provocada pela reunião de Goku e Krillin enquanto crianças não chegou para transformar este segundo filme numa produção de qualidade.
Os Pros
- Produção Visual
Os Contras
- Enredo