Acho que antes de começar o artigo devo contextualizar a minha relação com Dragon Ball. Não só para que entendam melhor a minha opinião, mas também para que seja mais fácil identificarem-se com ela. Para os que não estiverem interessados no contexto é só fazer um scrollzinho. Aproveito ainda para adiantar que o artigo é spoiler free e não menciona qualquer tipo de elemento narrativo importante.
Ou, para quem não quiser ler muito, pode saltar para estes artigos:
TOP 6 Razões para ver Dragon Ball Super Broly
Não vejo Dragon Ball Super. Posso ver Dragon Ball Super: Broly?
O primeiro contacto surge com as primeiras transmissões de Dragon Ball, Dragon Ball Z e Dragon Ball GT, bem como os filmes, em Portugal, com a nossa nostálgica dobragem. Mais tarde voltei a rever a série toda em português, depois em inglês, em português do Brasil e por fim, mas não menos importante, em japonês. Ainda não vi Dragon Ball Super e tenho vindo a negar a existência da série, pelas mais variadíssimas razões, que um dia serão abordadas em artigo próprio.
Recentemente, e em preparação para a visualização de Dragon Ball Super: Broly, vi “Battle of Gods” (2013) e “Resurrection ‘F’“. Não gostei. Achei os filmes enfadonhos, desapontantes e desconectados da essência nuclear de Dragon Ball.
Dragon Ball Super Broly – Ver ou não Ver?
Embora “Battle of Gods” e “Resurrection ‘F’” tenham o título de Dragon Ball Z, vejo Dragon Ball Super: Broly como o terceiro filme integrado na narrativa de Dragon Ball Super. Pois são filmes que na prática têm uma narrativa e um visual que transpiram a essência de Dragon Ball Super. Portanto, para todos os efeitos, vou contabilizá-los como filmes da série Super, o que faz com que “Broly” seja o terceiro filme da série.
Seguindo esta lógica, para mim, “Broly“, tinha tudo para dar errado. Além de estar integrado no Super, protagoniza um personagem que já tinha sido abordado num bom filme do Z. A adicionar isto tínhamos a problemática da versão dobrada, uma vez que mudamos de atores de voz de protagonistas como Son Goku, Piccolo e Frieza.
As expectativas para mim estavam baixíssimas, sendo que são dois elementos que removem a vontade de ir ver o filme. Dito isto, vou tentar abordar algumas das questões que muitos receiam e que os poderá impedir de ver uma boa surpresa.
Curiosamente o único filme que tem Super no título é precisamente o filme que menos cheira a DB Super, e é aquele que mais cheira a DB Z. Acho que isto diz tudo.
A minha reação quando me dizem:
- Pela enésima vez para ver Dragon Ball Super;
- Que Dragon Ball Super é melhor que o GT;
- Que Dragon Ball Super não é assim tão incoerente;
Fãs de Dragon Ball e Dragon Ball Z devem ver o filme?
Vamos começar pela questão que eu mais queria saber como fã das duas primeiras séries, e que olha o Super assim um bocadinho de lado.
Embora eu tenha pensado que a resposta ia ser não, a resposta curta é sim. Existem também razões muito específicas que poderão fazer com que não interesse ver o filme, que falarei a seguir.
Vamos primeiro às razões pelas quais devem ir ver o filme:
-
A essência de Dragon Ball permeia todo o filme
A história do filme envolve o passado dos guerreiros do espaço e do Frieza, tem uma estética com um gostinho muito a anos 90 e as personagens comportam-se como é suposto. Que se pode pedir mais?
-
As coreografias das batalhas são incríveis (na maior parte do tempo)
Desta vez não temos combates baseados apenas em socos/pontapés genéricos e em disparos de energia aleatórios. Temos realmente um embate de artes marciais. Cada personagem demonstra o seu estilo bem definido.
O Goku a sua polida e experiente técnica, que lhe valeu vitórias em torneios, e que lhe foi ensinada pelos vários mestres na sua jornada. O Vegeta tem os seus movimentos agressivos, potentes e objetivos, e o Broly como lutador completamente inexperiente mas cheio de pujança, comporta-se como o Hulk, é smash por todo lado (mas vai aprendendo ao longo do combate). Obviamente que depois tudo se transforma num festim de disparos de energia e destruição absurda. Ainda assim vai mantendo um equilíbrio saudável entre os dois extremos.
Isto tinha-se perdido nos últimos dois filmes, que dava a sensação que todos os personagens combatiam da mesma forma.
-
A animação 2D está maravilhosa
É quase como se estivéssemos a olhar para a arte antiga com um upgrade gigantesco. Então este ponto em conjugação com o ponto 2 entrega-nos momentos de babar e chorar por mais.
https://www.youtube.com/watch?v=BAkj-AgRB04
-
Bulma, minha boa velha amiga, como eu tinha saudades tuas
Eu tenho noção que ela teve os seus momentos Bulma nos dois filmes anteriores. Mas houveram coisas que ou não estavam muito dentro da personagem, ou não foram aproveitadas como deveriam ter sido. Eu sei que aqui existiram vários fatores que fizeram com que a personagem parecesse mais ela, como termos a doce voz da Cristina Cavalinhos, elemento ausente nos antecessores.
Mas também temos comportamentos que são incrivelmente Bulma.
-
Como está a dobragem Portuguesa de Dragon Ball Super: Broly?
A dobragem portuguesa do elenco principal não desiludiu. Porém, antes de falar de dobragem quero apenas dizer que eu prefiro sempre ver a versão original, seja do que for. Ou melhor, eu opto preferencialmente pela versão original. A minha apreciação da dobragem portuguesa deve-se muito à nostalgia, como creio que será a situação de muitos de vós.
Eu cresci a ouvir o Henrique Feist e o Ricardo Spnínola e, por muito que custe, compreendo as circunstâncias da saída deles. Porém alterações em elenco fazem-me sempre confusão, porque envolvem muita coisa que pode correr mal. Todos ficamos de pé atrás com esta alteração, com este fim de uma Era. Eu fiquei mais preocupado ainda quando fui ver o trabalho do Miguel Raposo e me deparei com um clip dele como Orochimaru. Acrescento ainda que os trailers da dobragem não me convenceram, e enganam bem. É um bom lembrete que trailers e personagens passados são insuficientes para deduzir a verdadeira qualidade de um novo produto.
Posso adiantar que não há razão para preocupação. O Miguel Raposo, novo responsável por dar vida a Goku, portou-se muito bem. Não é possível imaginar a pressão que este Senhor deve ter passado. Carregar o pesado legado do Feist, considerando ainda as circunstâncias da saída do mesmo, não deve ter sido nada fácil. Mas Raposo não se deixou intimidar. Encarnou o protagonista com veracidade e com um respeito enorme pela interpretação que Feist nos entregou durante décadas. O timbre, os maneirismos, as risadas e gargalhadas, elementos que Feist criou e moldou para o Goku, estão presentes na entrega de Raposo. Senti que, mais que um trabalho bem feito, Raposo deixou aqui uma homenagem a Feist que deve ser apreciada.
O mesmo posso afirmar para o caso da saída de Ricardo Spínola, que abandona o corpo de dois icónicos personagens: Frieza e Piccolo. O Frieza ressuscita com a voz de Tomás Alves e o Piccolo com a voz do João Loy. Ambos deram uma belíssima continuidade ao legado deixado por Spínola, sendo que arrisco dizer que quem não souber da mudança de voz do Frieza poderá nem notar. Já o Picollo é difícil não notar. O João Loy tem um timbre muito singular, sabemos logo que é ele que está ali. Mas interpretou muito bem o personagem nos moldes criados por Spínola.
Gostei muito da Cheelai (Joana Castro) e do Lemo (Quimbé), tanto da dobragem como dos personagens. Estiveram os dois muito bem.
Por fim, e para dar também uma achega na nova geração, vou falar um bocadinho do Romeu Vala. Este rapaz interpretou duas personagens completamente distintas: Broly e Whis. Como Whis creio que ele já tinha demonstrado o seu potencial ao longo da série, mas ao dar vida a Broly, Romeu Vala revela uma amplitude e flexibilidade incríveis. Fiquei curioso para ver mais trabalhos futuros deste senhor.
-
Ver o Frieza a apanhar uma coça do Broly
Para mim o Frieza nunca teria regressado à narrativa de Dragon Ball. Mas se levar com ele significa poder ver este momento, então já valeu tudo a pena.
Ahh, raioooos!!… que satisfação!
-
-
Os pequenotes Guerreiros do Espaço
-
Como espécie de menção honrosa desta lista quero apontar o quão adoráveis estão os jovens guerreiros do espaço. Quero uma série só com eles neste formato, já!
Alguém se lembra de Baby Looney Tunes, aquela versão da Looney Tunes em que eles eram todos novinhos? Façam lá isso com os guerreiros do espaço, por favor!
Se for pedir muito, então fico pelo menos à espera das figuras destes meninos.
Digam lá se não dá vontade de apertar aquelas bochechas!
Fãs de “Dragon Ball Z: Broly – The Legendary Super Saiyan”, devem ver este filme?
Na minha opinião a existência deste filme não elimina a do outro. São filmes fundamentalmente diferentes, que partilham de alguns elementos narrativos. O problema poderá encontrar-se na divergência desses mesmos elementos.
Quem gostou do lore representado no filme original, poderá ter dificuldade em fazer digestão das ideias que nos são apresentadas neste. À partida irei abordar a comparação entre narrativas, também em artigo próprio, para quem estiver interessado.
Portanto, no caso de levarem muito a sério a informação presente na versão de 1993, provavelmente é boa ideia negarem a existência deste filme. No caso de isso não vos incomodar, então acho que mesmo gostando da versão antiga, poderão aproveitar a experiência da versão nova.
Dragon Ball Super Broly – Ver ou não Ver? | O menos Bom
Obviamente nem tudo foi bom. Para além do pormenor de divergências narrativas com o original acima mencionado, admito que, para alguns de vocês, o menos bom poderá ser suficiente para retirar o prazer de ver o filme.
A nível de dobragem existiram personagens menos boas como a Gine, Cristina Cavalinhos desculpa-me mas esta foi mesmo ao lado. A voz do Bardock e do King Vegeta gostei delas, encaixam nas personagens, mas a interpretação está estranha, principalmente a do King Vegeta. Sempre que o ouvi falar sentia que a voz efectivamente assentava na cara, no entanto a interpretação estava desconexa do que se esperava do King Vegeta. O Paragus também não me convenceu nada.
Das poucas piadas presentes no filme, acho que apenas duas foram ligeiramente inusitadas. Foram poucas, mas foram o suficiente para me marcarem a memória e me retirarem da imersão do filme. Existiram também algumas traduções que provavelmente fogem ao guião e nos deixam a questionar se não estamos a ser roubados de conteúdo.
Falta-me ver a versão japonesa para confirmar algumas coisas e também para perceber que sensação me dá o filme no seu formato original.
Relativamente à narrativa parece-me haver também algumas inconsistências. Isto porque sempre tive a ideia de que o Goku chegou nu à Terra. Pelo menos é a imagem que tenho na memória de quando ele é encontrado pelo Gohan.
Ainda assim no filme é mostrado que o Goku é enviado para a Terra com armadura de combate. Existem outros pormenores como a mudança de personalidade do Bardock para alguém mais atencioso e ponderado. Não considero muito grave, e algumas até nem considero mudanças más. Mas sei que poderá chatear os mais puristas.
De qualquer dos modos, para os que toleram as bizarrices que inventam em Dragon Ball Super, conseguirão tolerar perfeitamente as possíveis incoerências que existem neste filme.
A nível estético o que mais salta à vista é a animação 3D. Não é que esteja má. É provavelmente das melhores animações 3D que vi nos últimos tempos em anime. Mas se costuma destoar perante uma animação 2D de nível mediado, então quando temos animação 2D ao mais alto nível, nota-se claramente quando se dá início do uso do 3D.
Principalmente quando temos designs e animação tão característicos como os do Naohiro Shintani, particularidades que se perdem completamente em 3D. A luta do Gogeta deixa um bocadinho a desejar quando comparado com os primeiros combates, precisamente porque deu-me a sensação que a maior parte do combate está em 3D, salvando-se apenas o início e fim do mesmo, que se encontra no glorioso 2D.
Dragon Ball Super Broly – Ver ou não Ver? | Pensamentos Finais
Apesar de tudo isto, na minha opinião, o bom contra-balança fortemente o mau. Não se deixem levar por todo o drama que circundou o lançamento do filme em Portugal. Não se deixem levar pelos trailers. Não se deixem levar por secções de comentários que destilam ódio.
Façam reset a tudo isto e às vossas expectativas.
Aproveitem anime no cinema!
Já viram os descontos que o ptAnime garantiu para todos aqueles que forem assistir o filme às salas da CinemaCity? Não? E o GIVEAWAY que o está a acompanhar? Entrem no link abaixo para saber mais!
Além disso, temos todas as figuras do filme disponíveis para encomenda, passem na nossa loja para ver mais:
[vc_row][vc_column][vc_hoverbox image=”95448″ primary_title=”” hover_title=”Figura Broly Banpresto – Filme Dragon Ball Super Broly” el_width=”50″ hover_btn_title=”Onde Comprar?” hover_btn_style=”custom” hover_btn_custom_background=”#1be551″ hover_btn_custom_text=”#ffffff” hover_btn_shape=”square” hover_add_button=”true” hover_btn_link=”url:https%3A%2F%2Floja-ptanime.com%2Fproduto%2Ffigura-broly-banpresto-filme-dragon-ball-super%2F|title:Figura%20Broly%20Banpresto%20%E2%80%93%20Filme%20Dragon%20Ball%20Super%20Broly|target:%20_blank|”]Trata-se da figura de Broly, pela “mão” da Banpresto, inspirada no design do 20º filme da franquia Dragon Ball, Dragon Ball Super: Broly, cuja data de estreia está marcada para 14 de dezembro de 2018.
O seu design, cores e flashiness geral, gritam por uma figura assim. Reserva já![/vc_hoverbox][/vc_column][/vc_row]
Para informações mais completas sobre o filme podes ver os seguintes artigos:
Dragon Ball Super: Broly – Salas, Versões e Tempo de Exibição
Dragon Ball Super: Broly – Duas versões Confirmadas em Portugal
Dragon Ball Super: Broly – Trailer Dobrado PT-PT
Dragon Ball Super: Broly – Trailer Completo e Teaser Promocional