Há muito tempo que não criava expectativas tão grandes em relação a um jogo, como criei para DBZ: Kakarot. Entre re-jogar alguns jogos antigos de DB e ficar a ver e rever os trailers, cada vez mais criava expectativa e medo em cima de Kakarot.
Expectativa de que ele poderia ser satisfatório como a franquia Legacy of Goku de GBA e divertido como Dragon Ball Online. E medo que ele fosse como tantos outros jogos maus que já houveram de Dragon Ball, ou de animes em geral, principalmente nos últimos tempos.
Estão prontos para ver o que achei? Preparem o vosso Ki e venham!
Dragon Ball Z: Kakarot – Análise
Antes de começar a análise de uma vez, quero pedir que dêem um play na playlist abaixo, para poderem ler esta análise no clima certo!
Como de costume nas minhas análises de jogo, irei dividir-la em partes, falando individualmente de cada uma, para então falar da obra como um todo!
Falaremos de:
- História/Enredo;
- Gameplay/Mecânicas;
- Gráficos/Animação;
- Banda Sonora;
- Detalhes Técnicos.
Um último aviso, haverá spoilers sobre a história, não somente de Dragon Ball, mas em como o jogo trabalha com ela.
História
A história de Dragon Ball já estamos todos mais do que cansados de ver, não é mesmo? Dragon Ball Z adapta os volumes 17 a 42 do manga Dragon Ball. O jogo manteve-se fiel a esta adaptação, com algumas pequenas alterações em comparação a série de TV! Eu diria que o jogo é mais voltado para Dragon Ball Kai do que para o Z, isto porque o jogo não adaptou os fillers, desta forma tivemos uma adaptação digna do anime, com a história fiel à do manga.
Todo o clima em volta do jogo é banhado em nostalgia, eles quiseram que de toda forma possível nós, adultos que assistiram o anime entre 86 e 2000, voltássemos ao nosso sentimento de excitação e emoção ao ver Dragon Ball. E eles conseguiram isso com dois detalhes incríveis: a abertura e a narrativa.
A divisão da história
Como já noticiamos aqui no ptAnime, a abertura do jogo foi inspirada na clássica abertura do anime, e confesso ter perdido algum tempo vendo e revendo a abertura, simplesmente não tinha coragem de passá-la à frente, para mim era como se fosse assistir a um episódio, onde deveria vê-la completa!
O outro ponto bem importante foi a divisão por episódios e sub-episódios. A cada duas ou três lutas nós temos uma divisão de sub-episódios, com direito a título e a narrador, a cada final de arc nós temos um encerramento com crédito, uma preview com cenas do próximo arc e um título especial trabalhado para aquele arc! Dando realmente a impressão de que estávamos a terminar uma parte do anime e a ir para a outra.
Detalhes Técnicos e Problemas
Vamos aos detalhes! Lançado agora em janeiro de 2020 para PC, PlayStation 4 e XboxOne, Dragon Ball Z: Kakarot foi desenvolvido pela CyberConnect2 e publicado pela Bandai Namco. É classificado como Action RPG e não é um jogo de Mundo Aberto, tendo várias áreas para explorar, mas todas “linkadas” por um Mapa Mundi.
Eu não tive nenhum problema ao jogar DBZ: Kakarot, mas vi alguns jogadores reportarem Bugs, coisas normais de acontecer! Tive sorte neste sentido, mas está claro que há alguns pormenores que faltam ser arrumados no jogo. Para mim um grande problema foi as telas de carregar. Em alguns momentos nós tínhamos uma cinematic, logo após esta uma tela de carregar que nos deixava na Casa do Kame, mas precisamos de ir para a Corporação Cápsula, o que nos obrigava a ir ao Mapa Mundi e a mudar de área, o que nos leva para a Capital do Oeste, com isso temos uma segunda tela de carregar, e lá nós entramos na Corporação, uma terceira tela de carregar. Elas acabam por ser demoradas e muitas, isso irritou-me um pouco.
Outro problema, a meu ver, foi uma má utilização dos “recursos” disponíveis no universo de Dragon Ball. Houveram algumas missões extras em que novos alienígenas foram apresentados, eu gostei da ideia, e até mesmo a Bonyu foi um ótimo acréscimo. Mas senti falta de utilizarem alguns personagens fillers nestas missões. Apesar de como história eles serem personagens fracos e inúteis, eles dariam ótimas missões secundárias, Garlic Jr., Cooler, O senhor Robo, Goz e Mez e as crianças armadas do espaço são exemplos de personagens que poderiam ter sido usados para aumentar o número de missões secundárias.
Dragon Ball Z: Kakarot – Análise | Gameplay/Mecânicas
Dragon Ball Z: Kakarot é um Action RPG, para muitos isso é o suficiente para explicar como o jogo funciona, mas acaba não sendo bem assim. Como Action RPG eu esperaria um jogo de ação, com combate frequente, estilo God of War ou Devil My Cry, e elementos de RPG, como exp e Árvore de Upgrades. Talvez eu pudesse dizer que esperava o jogo muito parecido com The Wichter 3. O que recebemos foi um jogo com Exploração RPG e Batalhas de Arena.
Eu sei que ficou confuso, mas irei explicar tudo! O jogo funciona em dois momentos diferentes, um quando estamos a explorar, podemos andar, correr, voar, voar rápido, voar na Kintoun, conduzir um carro ou walker. Podemos caçar animais, pescar, procurar minas, minérios ou peças como engrenagens e chips. Com estes elementos podemos preparar refeições, construir carros e encontrar colecionáveis.
Dragon Ball Z: Kakarot – As batalhas
Quando entramos numa batalha o gameplay vira outro, ele não é uma batalha em turno, clássico dos JRPGs, nem mesmo é algo “livre e aberto” como nos jogos já citados. Quando entramos numa batalha nós temos uma clássica batalha de arena à la Budokai Tenkaichi! O nosso personagem estará sempre a voar, a nossa equipa terá no máximo três personagens, connosco a controlar somente o principal. Temos ataques físicos, de Ki normais e especiais, precisamos carregar o Ki para poder usar os ataques especiais Kamehameha, Masenko, Jo-Ken-Po entre outros.
As batalhas que encontramos enquanto exploramos são contra os minions, de início robôs da Red Ribon, após cada arc esses oponentes vão ficando diversificados como Saybaiman, Recrutas do Freeza. Elas diversificam bastante a jogatina, mas acabam por ser meio irritantes às vezes.
O elemento RPG
A parte RPG do jogo encontra-se em alguns elementos secundários: Experiência, Comunidade e Missões Extra. Para mim a definição de RPG são jogos onde há a progressão do personagem, em Kakarot todos começam no nível 01, conforme batalhamos eles ganham experiência e vão evoluindo de nível. Conforme ganhamos nível são liberadas técnicas na árvore de melhoramentos. As Missões Extras são missões secundárias, que não somos obrigados a realizar, mas elas dão uma boa quantidade de exp e de itens, sem falar que eles nos dão Emblemas de Comunidade.
E afinal de contas, o que é a Comunidade? Acredito que a comunidade seja a parte mais criativa do jogo. Conforme desenrolamos o jogo e interagimos com os diversos personagens da franquia eles dão-nos os Emblemas, e alguns só podem ser conseguidos nas missões extra. Esses Emblemas são colocados na Comunidade, as Comunidades são ligações para melhorar aspectos do jogo, por exemplo Goku é o líder da Comunidade de Lutadores, então nós colocamos os Emblemas dos personagens que melhoram a parte de luta, fazendo com que nossa equipa fique mais forte. Há comunidades para luta, para mais experiência, para mais efeitos positivos ao comer, para encontrarmos mais itens entre outras. Cada emblema só pode ser usado numa comunidade, então devemos escolher bem qual emblema fica em qual comunidade, conforme a nossa necessidade.
As Esferas do Dragão
Em alguns momentos do jogo podemos procurar as Esferas do Dragão, elas poderão conceder-nos desejos, e eu achei isso bem interessante. Entre os desejos disponíveis podemos ressuscitar um vilão já vencido. Usarei meu próprio exemplo aqui, após ter vencido o Freeza eu usei o Gohan para reunir as esferas e ressuscitar o Nappa. Com ele ressuscitado pude realizar uma missão extra, um combate contra ele, e isso garantiu-me o Emblema do Nappa para as comunidades. Podemos ressuscitar todos os vilões mortos, o que torna a busca pelas esferas algo bem divertido!
Gráficos/Animação
Não há muito o que falar dos gráficos, eles estão na medida para o jogo, gosto de como eles traduzem com fidelidade a sensação de “anime” que Dragon Ball necessita ter. Os ambientes foram bem trabalhados, há diversos lugares nostálgicos para visitarmos e todos com a aparência que tinham no anime.
A Animação tem dois extremos, alguns momentos “automáticos” de diálogo que deixam muito a desejar, mas não chegam a ofender, e outros que são animações mais completas, de momentos chaves da história. Goku virando Super Sayajin, Gohan e o Kamehameha Pai e Filho, Goku SSJ3 vs Buu, entre outros, nestes momentos a animação é brilhante, tão boa que me deu vontade de rever o anime, o que planeio fazer logo!
Banda Sonora
Aqui novamente a nostalgia ataca-nos! As músicas de abertura, tanto a Chala Head Chala quanto a We Gotta Power estão presentes em momentos ótimos. Algumas músicas clássicas também estão de volta e ao invés de ficar falando delas irei simplesmente colocá-las aqui:
Também há musicas únicas do jogo que são muito boas:
Todas as vozes são dobradas em Inglês e Japonês, eu joguei Kakarot com áudio em Japonês, claro. Mas se houvesse a possibilidade de jogar com a dobragem brasileira, eu certamente teria amado!
Dragon Ball Z: Kakarot – Análise | O resumo da obra
Ao meu ver Dragon Ball Z: Kakarot é o melhor jogo de Dragon Ball do seu estilo! Não quero compará-lo com FighterZ ou com Xenoverse, pois os estilos de jogos são diferentes, mas que nenhum destes trata a história de Dragon Ball com tanto respeito quanto Kakarot eu garanto! Aqui não somos alguém a reviver a história ou a viver uma nova aventura, somos Goku e os seus amigos a lutar pela sobrevivência da Terra!
Como fã apaixonado por Dragon Ball e como alguém que divertiu-se muito a jogar DBZ: Kakarot, darei ao jogo uma nota 9! Alguns sites estão a dar 7, outros 8, mas eu fico bem contente em dar um belo 9! Não é perfeito, claro que não, não será GOTY, ele nem sequer é um jogo que inova nas suas mecânicas, mas tudo que ele faz ele faz com a qualidade necessária e com o respeito suficiente pela franquia Dragon Ball que permite agradar a qualquer fã! Por favor, dêem uma oportunidade a Dragon Ball Z: Kakarot!
Tudo que eu posso esperar agora é que eles lancem DLCs com as histórias de Dragon Ball, GT, Super e Broly!
Análises
Dragon Ball Z: Kakarot
Volta a reviver a história de Dragon Ball Z e desfruta dos momentos mais épicos da saga de Goku e seus amigos, enquanto exploras o mundo de Dragon Ball com toda a liberdade!
Os Pros
- Animações
- Boss Fights
- Banda Sonora
- Voice Acting
Os Contras
- Telas de Carregar
- Não usar personagens dos fillers
- Algumas ações repetitivas
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