Drifters | Primeiras Impressões

Título: Drifters
Adaptação: Manga
Produtora: Hoods Drifters Studio
Géneros: Ação, Aventura, Comédia, Fantasia, Histórico
Ficha Técnica: Disponível

 

Drifters | Opening

 

Drifters | História

Shimazu Toyohisa, enquanto se encontra envolvido na Batalha de Sekigahara, consegue ferir mortalmente Ii Naomasa, mas é, consequentemente, gravemente ferido. À medida que caminha no terreno, desgastado e a sangrar, Toyohisa vê-se transportado para um corredor preenchido por portas, onde um senhor de óculos numa secretária espera por ele.

Este homem, Murasaki, envia Toyohisa pela porta mais próxima, onde ele acorda noutro mundo. Lá, Toyohisa encontra outros grandes guerreiros como ele, que também foram transportados, para fazerem parte de um grupo conhecido como “Drifters”.

 

 

Drifters | Enredo

Como dá para pescar pela sinopse, este título apresenta-nos um conceito muito convidativo. É daquele tipo de premissas difíceis de ignorar, porque dá-nos a oportunidade de conhecer mais detalhes sobre indivíduos carismáticos, que viveram noutros tempos, e que tiveram um grande impacto na História nipónica.

O desenvolvimento narrativo foca-se em colocar estas personagens num mundo de fantasia, no qual terão que cooperar para enfrentar várias adversidades. Concentra-se, através desta ideia, em esmiuçar estas personagens, em contar porque foram relevantes, em mostrar a interação (cativante e hipotética) entre guerreiros distanciados por séculos que, doutra forma, não se teriam conhecido. A conjugação entre todos os elementos referidos transforma Drifters numa experiência facilmente imersiva, na qual somos absorvidos e não queremos perder nem um segundo de informação.

 

 

Por outro lado, de vez em quando, surgem momentos de comédia um pouco infantilizada, e fora de tempo, que nos dão um safanão. Ficamos sem saber como processar esta mudança brusca de tom uma vez que, além de não estar a acrescentar nada à história também não a favorece em ponto algum. Ou seja, qual é a razão de tentar amenizar (ou ridicularizar) um enredo que foi estruturado para ser sério, denso e bruto?

 

 

Drifters | Ambiente

Felizmente a instabilidade que se faz sentir pelos lados narrativos não afetou, com a mesma intensidade, o departamento técnico. É visível um esforço minucioso em manter a identidade característica da obra original e isso é sempre um ponto que nos dá mais segurança.

A presença desta competência é mais notável no design das personagens e em toda a textura visual. É nestes pormenores que vemos os “poros visuais do anime” a transpirar a essência do trabalho original de Kouta Hirano que, por sua vez, não é uma transição nada fácil de ser concretizada (do papel para o ecrã).

A animação consegue acompanhar extremamente bem todo frenetismo cru típico das obras deste mangaka, somando assim os pilares necessários para que o departamento técnico consiga funcionar.

 

 

Drifters | Juízo Final

A desequilibrada bipolaridade narrativa é, para mim, um pormenor de difícil digestão. Não necessariamente por ser cómica e dramática, mas precisamente por não saber como diluir uma na outra. Claro que de um ponto de vista objetivo, não tenho como considerar este aspeto como algo negativo. Portanto se comédia fora de tempo, dentro de uma narrativa com propósitos dramáticos, vos for indiferente, ou até interessante, então não existe qualquer tipo de razão para deixar Drifters na gaveta.

Em contrapartida, e mesmo que a vossa perspetiva se aproxime da minha, acho que vale a pena prosseguir com a visualização. Ou pelo menos dar-lhe uns três episódios para tomar a decisão final. Isto porque, mesmo com um pé dentro e outro fora (devido aos percalços narrativos), a interessante adaptação do ambiente de Kouta Hirano puxa-nos mais para dentro do que para fora e, por enquanto, isso é razão suficiente para continuar a acompanhar.

 

Drifters | Trailer