Versão áudio do artigo Elden Ring – 1 ano depois
25 de fevereiro, 2022.
Uma sexta-feira que ficará registada na história dos videojogos. Nesse dia, milhões de pessoas em todo o mundo preparavam-se para receber o próximo grande título da FromSoftware, com toda a pompa e circunstância que…
Hmmm, déjà vu? Talvez…
Oh! Claro! Já falei previamente de como foi para mim o dia de lançamento de Elden Ring, assim como a minha experiência com o género souls-like (descrição tão intrínseca na comunidade que define este tipo de jogos).
Confesso que estive para repetir a minha introdução do artigo anterior, sendo quase impossível resistir copiar-me a mim mesmo neste assunto. Parece estranho dizer isto, mas a verdade é que o que senti na altura mantém-se muito vivo em mim e não perco uma oportunidade de o partilhar, de voltar a tocar no assunto.
A 25 de fevereiro de 2022 ocorreu um fenómeno sem igual – na minha perspetiva pelo menos, já que perdi lançamentos mundiais de grandes títulos como Halo 3, World of Warcraft ou Call of Duty Modern Warfare 2 (2009). Porquê estes exemplos? Bem, é inegável que foram jogos que aquando do seu lançamento ofuscaram completamente qualquer outra experiência que viu a luz do dia no mesmo período temporal. Foram fenómenos de vendas, elogiados pela crítica e mencionados por todos nas conversas entre amigos em casa ou no café. E Elden Ring foi também tudo isso.
Faz hoje um ano que Elden Ring, o último jogo da FromSoftware à data de escrita deste artigo, ficou disponível para milhões de jogadores nas várias plataformas de distribuição, alcançando a impressionante quantia de 5 milhões de unidades vendidas na primeira semana de lançamento, número apenas relativo às unidades provenientes da Steam e, à data de 22 de fevereiro de 2023, foi partilhada a quantidade total de 20 milhões de unidades no geral. São números absurdos que poucos títulos conseguem alcançar, muito menos no singelo prazo de 365 dias.
Mas então porquê todo este furor à volta do jogo? É tudo isso que dizem ser? Ou trata-se apenas de um meio popular e imediato de ostentação perante a dificuldade que a experiência disponibiliza àqueles que se atrevem a enfrentá-la?
Se ainda tens intenção de jogar Elden Ring pela primeira vez e desejas obter a resposta a estas perguntas, podes ficar com a nossa análise sem spoilers.
Caso já o tenhas feito mas queres recordar alguns dos momentos mais marcantes de toda a jornada pelas Lands Between, vou tocar nalguns deles.
Por isso, vem comigo foul Tarnished, in search of the Elden Ring.
Elden Ring – 1 ano depois
The fallen leaves tell a story
Vamos começar pelo início. Elden Ring começa com uma cutscene, como tantos outros jogos. No entanto, são poucos aqueles que conseguem criar um primeiro impacto tão forte, logo na primeira demonstração do que nos espera. E, à primeira vista, parece uma introdução banal.
Trata-se de um conjunto de imagens – dignas de serem apresentadas numa galeria de arte – com alguns efeitos especiais que simbolizam parte dos horrores que transformaram o mundo no qual estamos prestes a entrar, descrevendo sucintamente, ainda que de forma vaga, o ambiente hostil com o qual teremos que lidar. Nomes de personalidades e de fações traidoras, unidos pela devoção ao Elden Ring e à sua ligação ao Greater Will, o importante poder místico que carrega a capacidade de manter o ciclo da vida e morte a funcionar, são revelados ao jogador de uma forma simples, mas belíssima. Tudo isto, narrado por uma voz firme que demonstra sabedoria acerca do historial de malícia e loucura presente em cada um dos referidos momentos, e uma música extremamente épica como pano de fundo, conduzindo o ritmo dos sentimentos que arrepiam cada centímetro de pele do jogador.
The great Elden Ring was shattered. In our home, across the fog, the Lands Between.
O alicerce do mundo, que mantinha a ordem de todas as coisas existentes, fora derrubado. Por algo, ou alguém, cuja intenção fica por revelar nesta instância.
Now, Queen Marika the Eternal is nowhere to be found….
E a governante, a pessoa em quem os habitantes depositavam a sua lealdade, não se encontra em lugar algum.
… and in the Night of the Black Knives, Godwyn the Golden was first to perished.
E sem reino, sem ordem, o que resta aos povos desta terra carecida de proteção? Uma revolução, sedenta de sangue e poder, mostrava-se iminente. O primeiro a cair, fora precisamente um dos filhos de Marika.
Soon, Marika’s offspring, demigods all, claimed the shards of the Elden Ring. The mad taint of their newfound strength triggered the Shattering. A war from which no lord arose. A war leading to abandonment by the Greater Will
Um evento bélico de proporções gigantescas denominado de Shattering foi o catalisador que pôs o ponto final na decadência das Lands Between, fazendo com que o poder divino que glorificava aquela área e os seus habitantes – Greater Will – deixasse de produzir qualquer tipo de efeito.
Arise now, ye Tarnished. Ye dead, who yet live. The call of long-lost grace speaks to us all.
E é então aqui que nós jogadores somos chamados a intervir. O caos deve ser restaurado, os vários estilhaços do Elden Ring devem ser recuperados dos Lordes que os obtiveram. O Elden Ring deve ser reconstruído e, no momento em que tal acontecer, seremos intitulados de Elden Lord, o novo governante daquela região.
Promissor… não acham? A tarefa não é nada fácil. O que esperavam de um jogo da FromSoftware? Mas… vale a pena, independentemente da capacidade de cada um para se adaptar a experiências opressivas?
Recordando momentos memoráveis
Sim!! Mil vezes sim!
Não se deixem enganar. Este é possivelmente o souls-like mais acessível da FromSoftware, pura e simplesmente porque disponibiliza todas as opções possíveis e imagináveis para o jogador enfrentar qualquer desafio: seja essa opção um item que ajude na progressão ou a própria capacidade de virar costas e voltar mais tarde quando este estiver mais forte. Digo isto por experiência própria.
Ainda que o nosso primeiro contacto com o jogo seja na Chapel of Anticipation e estejamos limitados a poucas opções, a verdade é que não há melhor forma de nos apresentar ao ambiente hostil e ambíguo a que nos vamos propor.
Assim que chegamos ao que parece ser um jardim, somos brindados com a presença de uma criatura gigante com incontáveis braços manejando duas espadas denominada Grafted Scion. É o nosso primeiro boss. E, apesar de ser possível vencer, tudo está programado de forma a que o jogador tenha a sua primeira derrota naquele preciso instante.
Este é o primeiro sinal de que a morte será a nossa companheira mais fiel desta aventura e precisaremos de lidar com ela e, acima de tudo, aceitá-la. Se vencermos a luta, somos presenteados com as armas e o escudo da criatura, para além de subir consideravelmente o ego de quem esteja ao comando da personagem que desferiu os golpes mortais na abominação. Ego esse que volta a zero assim que o jogador chega ao precipício da área e o chão quebra fazendo com que a morte cumprimente o vencedor do duelo.
Não há forma de escapar… E isso entrega uma das maiores promessas deste jogo – vão haver muitos momentos inesperados, que vão conduzir a surpresas inimagináveis.
Nesta fase inicial, se seguirmos a suposta progressão imposta pelo jogo, que pode ser ignorada para quem assim desejar, temos à disposição três grandes áreas Limgrave, Mistwood e Weeping Península.
Depois da inevitável morte, somos transportados para Limgrave por Melina e a sua fiel montada Torrent, que passará a ser o nosso meio de transporte no gigantesco mapa das Lands Between, ficando bem mais fácil conseguirmos explorar cada uma destas áreas e todos os segredos que escondem. E há tantos segredos escondidos.
Limgrave é uma das melhores áreas introdutórias dos videojogos porque mostra um pouco de tudo o que é possível fazer. Mal temos a liberdade de explorar, somos apresentados a Varré, um NPC que nos insulta e nos dá uma pista sobre os passos necessários para nos dirigirmos em direção aos nossos principais objetivos. O ponto mais próximo sendo Stormveil Castle, lar de Godrick the Grafted, um dos detentores de uma Great Rune, estilhaço do Elden Ring.
Porém, não estamos presos a esse objetivo. Podemos ignorar este caminho e explorar os arredores. Se o fizermos somos brindados com dungeons, ruínas e até uma ilha na qual podemos oferecer corações de dragões em troca de feitiços poderosos. As opções são imensas, dependendo simplesmente da vontade do jogador. E se este decidir ignorar por completo as opções e dirigir-se desde logo ao primeiro objetivo, Margit The Fell Omen, considerado o primeiro verdadeiro boss do jogo, irá recebê-lo à entrada do castelo.
Na altura em que o jogo saiu, houve constantes discussões acerca de Margit pois muitos diziam que este era o ponto em que mais pessoas desistiam de continuar a jogar. Margit The Fell Omen, é um boss extremamente agressivo e veloz, com um conjunto de combos capaz de esvaziar a barra de vida sem que o jogador se aperceba. Para além das suas capacidades, a arena da batalha é consideravelmente pequena, sendo que nas laterais é aberta para um fosso no qual os jogadores mais desatentos (ou desesperados) poderão cair.
Na minha humilde opinião, Margit é o boss perfeito para presentear os jogadores com conhecimento. Enquanto na Chapel of Anticipation, o Grafted Scion e a área em si, ensinavam o jogador que ao lutarem e tentarem podem receber recompensas valiosas e que nem tudo é o que parece, neste caso a luta à entrada do castelo demonstra ao jogador que se não consegue vencer precisa de voltar atrás e explorar melhor, em busca de melhor equipamento e habilidades. E ensina também a que os jogadores não se limitem a esquivarem-se com cambalhotas, em pânico dos ataques do inimigo, enquanto estão locked, pois dessa forma podem facilmente cair pelas laterais anteriormente mencionadas. Acima de tudo, os jogadores devem respirar fundo, perceber os movimentos de qualquer adversário que enfrentem nestes jogos e tentarem adaptar-se… com calma.
Para aqueles que sintam dificuldade e precisem voltar à exploração, têm muitos locais para onde ir. A sul, os jogadores poderão visitar Castle Morne na Weeping Península, invadido pelas criaturas Misbegotten e que, a certo ponto, os presenteia com uma maravilhosa espada inspirada no Iron Throne de A Song of Ice and Fire, da autoria de Geroge R. R. Martin, lendário escritor que também ajudou a desenhar o lore de Elden Ring.
Já a oeste, os jogadores poderão explorar Mistwood e depararem-se com um dos momentos que me fez cair o queixo. No meio da floresta, é possível encontrar uma estrutura com um elevador. Aqueles que decidirem utilizá-lo, serão transportados para Siofra River, uma cidade subterrânea com um maravilhoso céu estrelado. Aqui expressei um audível “uau” mesmo estando a jogar sozinho naquele instante, sem querer acreditar que a FromSoftware não se tinha contentado em oferecer a superfície como área jogável.
Siofra River é uma das muitas áreas subterrâneas exploráveis. Uma delas, muito mais à frente no jogo, contém uma das criaturas mais assustadoras com as quais me cruzei. E a luta contra a mesma, nunca mais me esquecerei. Astel, Naturalborn of the Void. Uma criatura terrível, a qual encontrei cedo demais…
Depois de passarmos Stormveil Castle, deparamo-nos com um caminho que nos leva diretamente para norte, através de um enorme lago com diversos pontos de interesse chamado Liurnia of the Lakes. O ambiente do local deixa transparecer um certo misticismo que seduz-nos e deixa-nos completamente rendidos, ansiosos pelo que nos espera no que parece ser um outro castelo, ao longe.
Se a Academy of Raya Lucaria, o tal edifício ao longe, não for inspirado em Hogwarts, tem claramente as mesmas bases. Explorar a academia é uma viagem mágica e fantástica, ainda que bastante opressiva, e que me deixa totalmente nostálgico pelos momentos que passei por lá.
Momentos marcantes como encontrar novamente Ranni, a bruxa que nos disponibiliza a capacidade de invocar espíritos, e o encontro com o Red Wolf of Radagon, boss fantástico com o qual lutamos a caminho de um dos guimmick bosses mais etéreos com o qual me deparei em qualquer jogo – Rennala, Queen of the Full Moon.
No entanto, nenhum bate o momento em que um dos inimigos do cenário chamado de Abductor Virgin nos transporta sem qualquer aviso prévio para um dos locais mais perigosos das Lands Between, pelo menos na fase inicial do jogo, a escaldante Volcano Manor, lar do blasfemo Praetor Rykard, Lord of Blasphemous. É pisando em Volcano Manor que vemos o quão horrível partes deste mundo conseguem ser.
Se as áreas já mencionadas parecem perigosas, Caelid é a verdadeira personificação do inferno nas Lands Between. Assim que pomos os pés neste pântano de doenças, seja por vontade própria, ou porque fomos apanhados numa armadilha que nos tele transporta para uma caverna com inimigos incrivelmente fortes, sentimos a automática necessidade de deixar para trás a área. Sentimos a necessidade de esquecer as coisas que lá vimos.
De quaisquer das formas, não somos bem vindos ali. Nem pelos seus habitantes, nem pela ambientação que, ao contrário da maior parte dos locais das Lands Between, é toda ela horrivelmente decadente.
O pântano que se formou em Caelid é resultado de uma substância chamada Scarlet Rot, puro veneno vermelho que degenera tudo aquilo em que toca. Esta substância espalhou-se após o grande embate entre a temível Malenia, Blade of Miquella e Starscourge Radahn, lorde das estrelas. Malenia, infectada pelo Scarlet Rot, utilizou um dos seus movimentos característicos pela primeira vez em Radahn, uma espécie de flor de lótus vermelha que explodiu sobre o gigante corpo do seu oponente, impregnando o seu corpo, levando-o à loucura. Radahn ficou completamente louco e desfigurado. O seu corpo desfazia-se aos bocados, exigindo que o mesmo se alimentasse constantemente dos restos mortais dos seus inimigos e aliados. Outrora um estudante, aprendiz da magia gravitacional, bom para os demais, Radahn transformou-se num autêntico monstro.
Em memória do que este era antes, os defensores de Redmane Castle criaram um festival de guerra. O objetivo: que combatentes de todo o lado se unissem para terminar com Radahn no campo de batalha, com a honra que merecia. E é assim, neste festival, que nós somos providos de uma das mais épicas batalhas de qualquer videojogo. Num amplo cenário, isolados do restante mundo, vemos ao longe Radahn, de arco e flechas monstruosas de metal a tentar acertar-nos, enquanto galopamos na sua direção chamando outros aliados para, todos juntos, derrubarmos o guerreiro. A batalha é feroz… Tão feroz que o próprio se transforma num cometa e tenta atirar-se sobre os seus oponentes. Não há palavras para descrever este momento. Morrer, assim, é uma honra.
Honra… Caelid também nos faz questionar a nossa própria honra. Num determinado ponto da região, podemos encontrar um velho dragão incapacidado pelo Scarlet Rot. Apesar do sofrimento, o dragão não ataca. Se o atacarmos, outros dragões vêm em seu auxílio para o defender. Mas… Matá-lo não será a melhor ação a tomar? Tal como Radahn, este Dragão não vivia… Apenas sofria.
Após Caelid seguimos para uma nova área, outrora inalcançável: Atlus Plateau. Trata-se do planalto que guarda Leyndell, a capital das Lands Between, onde se encontra a Erdtree, a árvore que simboliza a presença do Greater Will naquela terra. O Atlus Plateau é uma espécie de Limgrave em esteróides. Não tem a mesma magia do início, porque chegamos aqui jogadores experientes, mas tem partes encantadoras … Como quando nos deparamos com as senhoras junto aos moinhos, dançando e rindo, despreocupadas com quem as pudesse ouvir ou observar… Um dos momentos mais arrepiantes do jogo. São estranhas, algo de muito errado se passa com elas… Simplesmente é impossível não notar.
Depois de entrar na capital somos brindados com uma das melhores e mais complexas Legacy Dungeons do jogo. Completamente banhada a ouro, exibindo toda a nobreza que representava, Leyndell é uma sombra do que fora antes da guerra que a desolou. O corpo de um dragão gigantesco, caído sobre os edifícios da cidade, é possível ver a partir de qualquer ângulo. E através dele, conseguimos chegar ao topo, entrada das raízes da Erdtree. Ali espera-nos Morgott, um dos Omen que outrora pertenciam à nobreza, protegendo a entrada, tentando prevenir o nascimento de um novo Elden Lord.
Após a sua derrota, deparamo-nos com o acesso à Erdtree inalcançável. As suas raízes cobrem a entrada e Melina indica-nos assim o próximo passo para resolver a situação: teremos que procurar uma chama capaz de a queimar – o objetivo inicial dela, para nos acompanhar nesta viagem.
Para chegarmos a esta chama temos que atravessar uma nova área denominada Mountaintops of the Giants, alcançável através do Grand Lift of Rold. Cheia de neve e inimigos gigantes e poderosos, devemos focar todos os esforços em chegar à Forge of the Giants, para recolher o nosso objetivo. Após a luta contra o Fire Giant, Melina arde, fundindo-se com a forja e com a Erdtree, cujo dourado passará a vermelho durante o resto do jogo, ardendo incessantemente.
A nossa personagem desmaia aqui e é transportada para um local distinto, no qual não é possível sequer visualizar a Erdtree – Crumbling Farum Azula. Este local, rodeado de tornados e completamente despedaçado, é lar de dois bosses fantásticos na minha opinião.
Dragonlord Placidusax. Um dragão de duas cabeças entrelaçadas, presente numa área de Crumbling Farum Azula totalmente invisível e inalcançável ao mais distraído dos jogadores. Para acedermos aqui precisamos de nos deitarmos no chão, numa pedra flutuante especifica. Assim que o fazemos, o mundo à nossa volta muda e somos transportados para a arena. E que batalha maravilhosa!
O outro boss, e por último, antes do grande final, somos brindados com Maliketh, the Black Blade, detentor e protetor da Rune of Death. A batalha contra o mesmo é outra troca de golpes fenomenal que culmina na aquisição da runa que espalha a morte pelas Lands Between, cujos seres outrora eram imortais, devido à entrega da runa a Maliketh por Marika.
Com o fogo a deflagrar e a Destined Death (outro nome para a Death Rune) estar livre do controlo de Maliketh, a Erdtree pode finalmente perder o seu poder e morrer.
Antes do grande final disse eu… Bem, grande final para quem assim o desejar. Tenho que mencionar uma área totalmente opcional do jogo: Elphael, Brace of the Haligtree.
De super difícil acesso, esta área não só precisa de objetos específicos, como tem todo um puzzle para abrir caminho até ela. A dificuldade em encontrar esta localização é equivalente à dificuldade dos inimigos ali presentes. Não fosse este o local de descanso de Malenia, Blade of Miquella, já previamente mencionada. A luta contra Malenia… já devem ter ouvido canções sobre a mesma. “O boss mais difícil dos jogos da FromSoftware”. Tão difícil que até inspirou a lenda do jogador conhecido por “Let me solo her”, por lutar sozinho contra ela, invadindo mundos de outros jogadores, para lhes tirar o difícil fardo. Encontro inesquecível para mim, até porque demorei cerca de 10 horas a completá-lo. Mas assim que lhe ganhamos as manhas, a luta torna-se numa dança que exibe graciosidade.
Relativamente ao final… é maravilhoso. Voltamos a Leyndell, completamente coberta por cinzas das chamas da Erdtree, e subimos ao mesmo local onde derrotamos Morgott. Aqui somos brindamos com a presença de Sir Gideon Offnir, the All-Knowing, um Tarnished em busca de conhecimento que nos tenta impedir de alcançar o nosso objetivo. Depois de o derrotar, chega-nos um novo confronto épico. Ninguém menos que Godfrey, the First Elden Lord. A luta é tão fantástica que a meio, o mesmo inibe-se de todo o controlo e transforma-se no lendário Hoarah Loux, Warrior, Chieftain of the Badlands, descartando também a sua arma e começando a atacar-nos com as próprias mãos. Movimentos dignos de uma modalidade agressiva de luta livre que, assim que executados, fazem a terra tremer.
Os últimos dois bosses são Radagon e a Elden Beast, já dentro da Erdtree. Ambos fantásticos combatentes para terminar em grande a jornada de herói (ou vilão) que nos ofereceu o trono de Elden Lord, novo governante das Lands Between e protetor do Elden Ring.
É difícil fazer jus a tudo aquilo que Elden Ring me proporcionou e me fez sentir. Desde então não houve nenhum jogo capaz de bater de frente com o mesmo nível técnico e artístico, e toda a atenção ao detalhe.
Nota-se que Elden Ring representa o culminar de anos de conhecimento da FromSoftware em moldar experiências deste género para entregar obras de arte que ficam registadas na memória naqueles de quem as vive.
Este artigo não passou de uma homenagem, um regurgitar de palavras que tentam descrever alguns dos marcantes momentos do jogo e o que simbolizaram para mim.
Espero que tenham gostado, que de certa forma ao lerem tenham voltado a ganhar vontade de voltar ao jogo. Eu ganhei.
Parabéns Elden Ring!
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