Elden Ring | |
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Plataformas | Steam, PlayStation 4 | 5, Xbox One, Xbox Series X | S |
Publicadora | Bandai Namco Entertainment |
Desenvolvedora | From Software |
Género | RPG |
Data de Lançamento | 25 Fevereiro 2022 |
Ainda me lembro como se fosse ontem.
9 de Junho 2019, mais exatamente no decorrer da apresentação da Xbox na E3 2019, um último world premiere é partilhado com o público. De uma tela escura ouvimos fortes e distantes marteladas que originam uma pequena fonte de luz que rapidamente desaparece.
Do nada, sob o texto “A new world created by” (Um novo mundo criado por) dois grandes nomes aparecem na tela, “Hidetaka Miyazaki” (diretor por detrás da franquia Souls, Bloodborne e Sekiro) e “George R. R. Martin” (escritor de Game of Thornes). E assim foi o início da revelação de um dos videojogos mais antecipados deste ano, Elden Ring.
Desde esse momento, quase 3 anos já passaram, e o jogo finalmente ficou disponível no final de fevereiro. Como fã do género soulslike e dos títulos mais recentes desenvolvidos pela From Software, óbvio que não pude deixar este escapar. E, finalmente, posso falar mais sobre Elden Ring, especialmente após a minha maravilhosa experiência que tive com “Close Network Test” (que desde já podem ler aqui caso estejam interessados)!
E sem mais demoras, saltemos para o cavalo e vamos lá!
Elden Ring: O culminar de uma década de Soulslike | Análise
Um mundo para explorar que nunca mais acaba
Rapidamente uma das grandes diferenças de Elden Ring para muitos dos seus antecessores é a passagem notável para um mundo totalmente aberto. Os jogos anteriores dividiam o seu enorme mundo em grandes e pequenas áreas, muitas vezes bem conectas, mas onde a passagem por certas áreas numa certa ordem já estava programada.
Em Elden Ring, o jogador pode literalmente ir para onde quiser logo após o tutorial. Querem começar com calma e seguir a área mais segura por agora? Tudo bem, claro que podem. Querem ir para uma das áreas mais avançadas com inimigos que vos matam só de olhar para vocês? Também o podem fazer!
Aqui a ordem das áreas que completam e exploram está completamente por vossa conta. Óbvio que o jogo tem uma “ordem recomendada”, graças ao inteligente game design, que com certos inimigos vos fazem questionar se vocês deviam estar naquela área de momento (isto já é algo existente nos títulos anteriores, mas é sempre agradável de ver), mas a decisão não deixa de ser vossa.
Com todo este gigantesco mundo, não esperem ter muito espaço de mapa sem qualquer tipo de conteúdo. Pois rapidamente encontram um NPC aleatório, alguma dungeon para completar, estrutura para explorar, boss para derrotar ou até mesmo um elevador aleatório que vos leva para o subsolo e revela uma nova e gigantesca área! É engraçado ver que quando pensam que o mapa não pode ficar maior, ele só aumenta ainda mais!
Ainda assim, explorar as Lands Between nunca se torna cansativo. Até mesmo uma área que tenham passado várias vezes pode oferecer uma nova experiência, dependendo da altura do dia.
Juntando a isso tudo, é notável o detalhe na construção do mundo de forma a facilitar a exploração e de beneficiar os jogadores mais atentos. Todas as áreas são bastante distintas de si e algumas até extremamente únicas, onde nem nos meus pesadelos seria capaz de as imaginar.
É ainda interessante apontar o facto de este ser um mundo credível e completamente independente do jogador, onde cada localização conta a sua história, cada uma com os seus costumes, criaturas e conflitos entre elas. No fundo a nossa jornada torna-se em mais uma história neste mundo completamente arruinado pelo conflito onde os seus habitantes sobrevivem como podem.
Dark Souls + Cavalo + Saltar = Sucesso?
Não cheguei a mencionar, mas em Elden Ring assumimos o papel de um certo personagem denominado de Tarnished One, um guerreiro que lhe foi retirada a “grace” e banido das Lands Between, que retorna com a ambição de obter o Elden Ring e assim tornar-se Elden Lord. (o que tudo isto significa? Não sei…mas boa sorte a descobrir)
E, ao contrário das grandes jornadas apresentadas pela From Software, desta vez na nossa aventura pelo Elden Ring temos companhia. Tudo graças à inclusão de um fiel corcel, o Torrent, que, desde já, admito que me fez pensar se não seria melhor adicionar um cavalo em quase todos os jogos…estou a brincar obviamente, mas eu até bato palmas por esta adição.
Explorar ganha um novo aspeto desta forma, pois o Torrent não só salta normalmente como faz double jump! Ou seja, vocês estarão sempre a usar o salto extra para alcançar diversas plataformas que a pé seriam impossíveis e a tentar amortecer quedas das quais morrerão de certeza, já que isso não funciona…confiem falo por experiência. :’)
De qualquer forma, onde quero mesmo chegar é o uso do Torrent em combate, onde ele realmente brilha. Combater em cavalo foi algo que sempre que podia fazer, fazia. Apesar de ter um moveset mais limitado, permitia-me movimentar muito mais rapidamente por obstáculos e, para mim, tornava tudo muito mais épico.
Especialmente com bosses as lutas conseguiam passar outra sensação que a pé não seria possível. Isso para mim foi extremamente notável com um dos primeiros dragões que encontramos, onde a forma como me aproximava da criatura e como fugia por muito pouco dos seus ataques, tudo isto enquanto o cenário era completamente destruído e marcado com o fogo, foi capaz de me proporcionar uma das experiências mais cinemáticas que já tive nos videojogos!
Um leque de armas para escolher e muito mais!
Tenho estado aqui a falar de vários aspetos fora do jogador, mas algo que me surpreendeu bastante e deve ser destacado é o arsenal disponível para usar. Obviamente que quem esteja familiarizado com Dark Souls já sabe que a alta variedade de armas sempre foi a norma. Mas em Elden Ring eles claramente abusaram nesse aspeto.
Não só temos mais de 300 armas de diversos tipos para escolher, como em cada uma delas poderá ser equipada uma Ash of War, este é um “item” que ao ser equipado adiciona uma habilidade especial e capaz de mudar o tipo de afinidade da arma (modificar a forma como a arma escala em dano, podendo ainda influenciar o tipo de dano e possíveis efeitos que provoca), do qual existem exatamente 91 delas.
Tudo isto sem falar ainda da quantidade de magias, feitiços e encantamentos existentes que pela 1ª vez faz com que magia seja uma escolha extremamente viável neste tipo de jogos, onde é possível derrotar, com alguma facilidade, um boss apenas com um feitiço.
E ainda, sem faltar de todos os summons que podemos usar! Que em alguns casos conseguem mudar por completo o rumo das lutas e favorecer o seu usuário em combate de formas que apenas posso descrever como ridículas, no bom e mau sentido…
Portanto, alguma build/forma de jogar que seja mais o vosso estilo irão encontrar certamente, pois combinações não faltam! Pessoalmente, até me sentia sufocado com tantos itens e armas para escolher.
E para os que não são tanto de querer mexer com todas estas modificações, mais exatamente as Ashes of War, não há mal já que também o jogo não nos obriga ou necessita mesmo que as usemos. Por exemplo, eu mantive-me sempre com as ashes que já vinham com as armas que encontrei e passei muito bem o jogo.
Uh um Boss…olha outro Boss…mais um Boss!
Por fim, o que era falar de soulslike e não falar de bosses? O aspeto que para muitos, incluindo eu, faz com estes jogos sejam falados e bastante atrativos.
Desta vez a From Software esmerou-se e adicionou um total de 172 lutas. Óbvio que algumas delas são repetidas e/ou reskins com algumas modificações, mas ainda assim há muitas lutas únicas e surpreendentes.
Muitas dessas lutas vêm dos principais nomes que vamos ouvindo ao longo da nossa jornada, os possuidores de uma “Great Rune” e semideuses. Tudo nessas lutas estão no ponto! A arena, a música, o moveset do boss e a apresentação, ou seja, a fórmula para criar bosses que serão relembrados e falados durante muito tempo.
Permitam-me só destacar dois nomes que para mim me marcaram pela primeira vez:
Primeiro temos, Rykard, Lord of Blasphemy, um dos possuidores de uma “Great Rune” e basicamente uma gimmick fight baseada em uma mecânica existente em jogos anteriores, mas que aqui está perfeita! E apesar de o boss não ser complicado, toda a sua apresentação eleva esta luta a um nível grandioso, digno de um semideus.
E em seguida, Malenia, Blade of Maquila, um dos nomes mais conhecidos, senão o mais reconhecido boss de Elden Ring! Estava em todo lado durante a promoção do jogo, tendo mesmo direito a uma figura no seu lançamento. E GOD DAMN, QUE LUTA!!
Não desapontou em nenhum aspeto, especialmente na dificuldade. É dura de roer, mas com calma e boa leitura dos seus movimentos é capaz de transformar esta duelo mortal em uma valsa entre dois guerreiros. Certamente esta foi a luta que mais me marcou e, para mim, a melhor luta do jogo! Nunca me esquecerei dela e das vezes que fui feito de espetada (10/10 RECOMENDO).
Ainda assim, nem tudo é um mar de rosas. Houve lutas que só me apeteceu atirar o comando fora da janela do quão parvas eram, especialmente muitas das lutas contra dois inimigos…eu entendo que muitos sigam um mesmo “archetype”, mas não é preciso enfiá-los na mesma arena após os ter enfrentado sozinhos anteriormente…, mas pronto, não é que seja algo assim tão ocorrente, mas que é maçador é.
Veredito Final
E bem, acho que é bastante óbvio que adorei completamente o jogo. Durante a minha primeira semana não fazia, nem pensava em mais nada senão em Elden Ring. Foi dos poucos jogos que antecipei com enorme entusiasmo e não me desapontei, nem por um bocado!
Sei que nesta análise não cheguei a falar muito sobre banda sonora ou gráficos, mas obviamente que nesses departamentos a From Software não falhou. Banda sonora continua sempre uma dádiva para os ouvidos, desta vez com temas épicos ou serenos sem nunca perder aquela vibe trágica, mística ou assombrosa, onde parece que algo nos observa de longe ou simplesmente se esconde nas sombras.
Já os gráficos, depende onde jogarem, mas com um bom PC ou uma consola de última geração (Xbox Series S|X ou PlayStation 5) terão perante ambientes belíssimo com um detalhe ridículo. Facilmente um dos jogos mais belos produzidos pelo estúdio e fico surpreendido saber que muitos acharam-no antiquado a nível visual… Para um jogo que possui dos cenários e efeitos mais belos que já vi nos videojogos é de pedir a essas pessoas para que limpem os óculos ou lavem os olhos…
Mas pronto, no fundo Elden Ring foi aquilo que imaginei e muito mais. É um jogo ideal para todos os fãs do género e uma clara génese de mais de uma década a desenvolver soulslike. Tudo o que a From Software aprendeu e criou com todos os antecessores parece que levou à criação de Elden Ring. Claramente, em alguma altura teria que haver um momento em que todo o seu conhecimento iria culminar num só projeto e fico contente que tenha sido neste.
Agora fico curioso em ver os futuros títulos da From Software, de que formas poderão superar este? Serão que conseguirão? Ou será que Elden Ring continuará a ser o seu mais ambicioso projeto do estúdio? Bem, isso eu não sei.
Até lá, só nos resta esperar, observar e jogar Elden Ring, um dos mais marcantes jogos de 2022 e, muito possivelmente, o melhor jogo deste ano.
Análises
Elden Ring
Facilmente um dos melhores jogos de 2022 e um jogo perfeito para todos os fãs de soulslike ou que querem experimentar.
Os Pros
- Liberdade de escolha total
- Mundo gigantesco imersivo e bem construído
- Bosses em qualidade e quantidade
- Banda Sonora
- Torrent
Os Contras
- Não queres fazer mais nada, senão jogar