Atenção! Este artigo contém spoilers!
A história do grande Uzumaki Naruto atingiu o seu fim. Com isto, a lenda por de trás desta criação, Kishimoto, fala um pouco sobre a sua obra, a emoção envolvida no processo criativo, e claro, as suas impressões sobre o final. Têm ainda a possibilidade de ver algumas fotografias do mestre dentro do local de trabalho.
As novidades, nos mais variados departamentos da franquia, não param de chegar. Mais especificamente, um musical que terá a sua primeira exibição em janeiro do próximo ano. A isto o Kishimoto comentou “Estou ansioso por ver todas estas adaptações!”.
Para todos os que se têm vindo a questionar, a parte 1 de Naruto, tanto em anime como em manga, é oficialmente tratada como Naruto. A parte 2, supostamente também o é, mas os fãs transportaram o que conheciam da adaptação para anime, e denominam-a por Naruto Shippuden. Portanto, apesar da segunda parte ter atingido um fim, o verdadeiro término e conclusão ainda não foram realmente atingidos. Ao contrário do que se pensava até agora, Kishimoto estará envolvido na produção da parte da 3, que será focada na nova geração de ninjas. Esta tem data de estreia marcada para a primavera de 2015. O título oficial para esta parte ainda se encontra por determinar, mas assim que for anunciado iremos fornecer-vos essa informação.
Sem mais delongas, vamos ao que importa: a entrevista!
Como é se sente neste momento?
Completei à pouco tempo o último episódio, por isso ainda é complicado sentir realmente aquele feeling de término mais definitivo. Durante 15 anos, todas as semanas tive um prazo de entrega, e esta semana acaba por se manter. Eu pensei em várias coisas para fazer após terminar Naruto, mas ainda não sei muito bem por onde começar. Eu quero fazer algo mais para além de criar manga, mas não se preocupem, irei continuar neste universo.
Como decidiu a forma de termino de Naruto?
Desde que a manga começou a ser serializada, fiquei determinado em termina-la numa batalha entre os dois protagonistas: Naruto e Sasuke. Mais tarde fui decidindo os detalhes, pouco a pouco, como por exemplo, se iriam lutar como amigos ou como inimigos, os sentimentos e os diálogos. À mais ou menos dois anos atrás, comecei a sentir que a história estava mesmo atingir o seu fim.
Quando a publicação da manga começou, o editor responsável pela minha obra disse-me “Continua a obra por pelo menos 5 anos”. Ao pensar sobre isto, conclui que eu não iria querer prosseguir com a obra durante tanto tempo, e que eventualmente a iria querer terminar, por isso, nunca pensei que ela fosse durar 15 anos.
A história durou tanto tempo, porque as personagens começaram-se a destacar. Quando eu tentava oferecer respostas rápidas (para problemáticas narrativas), as personagens simplesmente não me deixavam. Se eu agisse como eu quisesse, a realidade teria sido completamente perdida.
Como os artistas de manga estão sempre a trabalhar fechados num quarto, fica complicado, por vezes, entendermos se as nossas criações estão a ser populares. Só quando comecei a receber algumas cartas de fãs que vivem fora do Japão é que comecei a interiorizar que Naruto se tinha tornado popular a nível internacional. Muitas destas cartas estão escritas em linguas que eu não conheço, o que por um lado é bom, significa que o meu trabalho é lido nos mais diversos países.
Um das cartas tinha uma fotografia de uma criança pequena vestida de Naruto. Este tipo de gestos deixam-me mesmo feliz!
Esteve sempre consciente da força de One Piece?
É impossivel estar insconsciente de tal. Tanto Naruto como One Piece são publicados na mesma revista, e One Piece esteve sempre à frente das restantes obras. Alias, tenho conseguido trabalhar com mais força e empenho, graças à existência de One Piece.
Vai fazer 40 anos no dia 8 de novembro. Como se sente em relação a isso?
Mentalmente continuo uma criança. Nada mudou desde os meus 25 anos – época em que a manga começou a ser publicada. Eu só me sentei na minha secretária de modo a criar uma obra com a melhor qualidade e interesse passiveis, e de repente, passaram 15 anos.
O que diria neste momento ao seu “eu” mais novo?
Gostaria de poder dizer-lhe que a personagem que andou a pintar em papel, chamada Naruto, iria ter sucesso. Algo do género: “Guarda-o o bem. Vais escrever uma manga sobre ele durante 15 anos”.
Mudando de temática. Vamos falar sobre o The Last: Naruto the Movie…
O último filme é uma história de amor. Irá contar ao espetador tudo aquilo que aconteceu entre os capítulos 699 e 700. Eu desenhei as personagens e ajudei no processo de criação do enredo. Independentemente disto, eu sempre quis escrever sobre romance na manga original, mas era muito difícil. Não sou nada bom neste departamente, sinto-me embaraçado só de tentar.
Concluindo, foi uma entrevista muito interessante e que nos deixa a querer saber ainda mais sobre todos os processos criativos, ideias usadas e que ficaram por usar, deste grande autor!
Fonte: Saiyan Island