Estou a iniciar este artigo ainda toda arrepiada por causa do que a mãe fez no joelho da Emma. Ainda para mais depois de já ter “torcido” a rótula algumas vezes, só me faz mais impressão ver aquilo. Ai senhor que agonia…
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Está tudo Perdido! | Yakusoku no Neverland – Episódio 8 Opinião
Já há alguns episódios que o anime The Promised Neverland não nos trazia o drama e emoções como ocorreu no episódio 8. Desta vez tivemos várias situações a acontecer que fizeram com que a história avançasse mais rapidamente e nos deram o mesmo sentimento que o episódio 1, por exemplo.
Todo o episódio foi conduzido através das ações da Mãe e, por isso, é importante analisarmos e iniciarmos por esse tópico.
As Ações da Mãe
A Mãe finalmente pegou “o touro pelos cornos” e mostrou o seu verdadeiro eu: o eu que sabia de tudo, que tinha tudo controlado e de que ninguém conseguiria sair da sua alçada.
A verdade é que esta personagem num mesmo episódio realizou 4 ações muito importantes para o enredo:
- Matou a Irmã Krone
- Terminou a aliança com o Ray
- Partiu a perna da Emma
- Anunciou o envio do Norman
Tudo isto culminou numa simples consequência querida pela Mãe: arruinar o plano dos 5 e impedir a sua fuga.
1. A morte da Irmã Krone foi conseguida pela ligação que a Mãe tem à Avó daquela quinta, tal como dito por esta última e também pela imagem que vemos da Isabella a tentar fugir quando era criança.
2. A quebra da aliança com o Ray foi para colocar em cima da mesa que ela sabe que ele é um agente duplo em favor dos colegas e também para não o permitir saber mais informações pelo facto de andar ao pé dela ou, até mesmo, dar-lhe uma oportunidade de tentar envenená-la, caso se descuidasse. Se bem que, no fundo, penso que ela fez isto porque queria mostrar-se às crianças como a pessoa que é sem mais filtros. Simplesmente, fartou-se de andar a brincar às escondidinhas, tal como ela disse no episódio 7 que “já estava na altura” e foi a partir daí que agiu.
Esta cena do Ray fez-me lembrar a situação: quando éramos novos e tentávamos esconder aquele certo tipo de revistas das nossas mães, mas elas acabam sempre por encontrar tudo… Criançada, as nossas mães descobrem sempre tudo, nem vale a pena esconder.
3. Pode ter parecido algo extremo, mas do ponto de vista da Mãe partir a perna à Emma foi uma excelente tática para impedir que a fuga se concretizasse, pelo menos nos próximos tempos até que a nossa protagonista recuperasse. Sem a Emma não há fuga, pois o Norman não fugiria sem ela.
4. Por último, o envio do Norman (ou de qualquer um deles) foi algo que eles, erradamente, nunca consideraram nos seus planos. Não se pode acreditar a 100% que o inimigo faz ou age da forma que diz ou parece agir. Ela pode ter dito que o próximo envio “para adopção” seria apenas feita em janeiro do próximo ano, mas quem lhes garante que ela não estava a mentir para eles ganharem mais tempo? E obviamente estava!
Já há muitos episódios que eu esperava ver mais sobre a Mãe, que faz um excelente papel como vilã da história. Não necessitava de ter sido tudo vomitado num mesmo episódio, no entanto isso fez com que o drama não existente há bastante tempo fosse todo acumulado. Então… acho que até desculpo o realizador.
Ainda estou à espera que a Mãe mostre um lado mais psycho devido a todos os anos em que foi submetida àquela realidade que, apesar de tudo, não é fácil para ninguém e basta-nos imaginarmos no mesmo lugar que ela. O que faríamos para sobreviver?
A Morte e o Passado da Krone
Também já há algum tempo que tinha esperança de saber mais sobre o passado da Krone (e da Mãe), para conseguir obter mais informação sobre aquele mundo e também para entender melhor os personagens e a sua jornada até chegarem àquele ponto.
Foi giro ver que a boneca acompanhava a Irmã desde o início e que ela era uma representação dos sentimentos da Krone. No início a boneca estava intacta, tal como a criança que ela era, e passou a estar cada vez mais destruída até chegar ao seu fim, tal como a Irmã.
Percebemos, através das cenas sobre o seu passado, como funciona a realidade da passagem de “carne para demónios” para Irmã/Mãe.
Após completarem 12 anos de idade, qualquer rapariga que seja indicada pela Mãe será dada a oportunidade de escolher ser morta ou virar uma estagiária na criação de mini humanos. Caso escolha a segunda hipótese, receberá uma formação intensiva a nível intelectual (testes), psicológico (manipulação) e “material”, onde aprendem várias tarefas associadas e indicadas para serem uma das escolhidas.
Este processo é de tal forma extenuante que a doce Krone com 12 anos que tinha um brilho nos olhos, cresceu e virou uma mulher que apenas está ali para sobreviver. A formação é dada ao ponto de dessensibilizar a questão que estão a criar humanos para serem comidos e o mesmo pode ser visto quando a Mãe expressa o seu amor pela Emma (após lhe partir a perna), tal e qual como as pessoas que criam gado e gostam dos seus animais, mas vendem-nos na mesma.
No entanto, apesar de toda a formação a Krone não consegue nem conseguiu ser mais inteligente e perspicaz que a Isabella, terminando morta por um demónio. A mesma achou que iria poder fazer uma aliança com os 5 miúdos e não ser descoberta pela Mãe da casa. Isso correu-lhe mal, mas ela não é tão inocente como nos aparenta.
A Krone entendeu que a indicação como Mãe de outra quinta pela Isabella era “bom demais para o camião dela” e então preparou-se para o pior. Ela poderia ser enviada embora, afastada da quinta ou até mesmo morta como veio a ocorrer, mas não deixaria que a Mãe levasse “a sua” até ao fim. Acredito que ela seja a salvação dos miúdos desta situação (para além do Phil, claro!) por causa dos objetos que ela deixou numa das gavetas dos 3 principais: uma caneta e uma “caixa”.
A caneta deixou-me especialmente intrigada, tanto que eu já estou a pensar que pode ser uma pen cheia de dados do mundo lá de fora e a caixa algo onde eles consigam ler esse dispositivo, que seja uma espécie de arma para conseguirem desativar o dispositivo ou algum tipo de droga… Estas são as minhas hipóteses, pois tem de haver um motivo para a Krone ter guardado a caneta que achou no chão (no centro de estágio) durante tanto tempo! O que vos passa pela cabeça? (SEM SPOILERS DO MANGA).
A Flor da Morte
A forma como a morte é “dada” neste episódio fez-me questionar se ela tem alguma função na preservação da carne. Como o anime nos mostrou, a flor/planta é branca e “murcha/morta” e assim que entra no corpo de alguém (presumo que funciona apenas em humanos?) transforma-se num belo ramo de flores vermelhas. O vermelho das flores fez-me pensar que poderia ser o sangue da Krone, pois uma vez que as flores desabrocharam ela virou um autêntico pedaço de carne pronto para um banquete de demónios.
Fui então pesquisar mais um pouco sobre abate de animais e o tratamento da carne (peço desculpa desde já pelo que vou citar de seguida) e descobri o seguinte:
A sangria (Figura 7) feita de forma correta deve remover 60% do sangue do animal e os 40% restante ficará retido em músculos e víceras. Uma sangria mal feita causa putrefação da carne.
in Agais.com
Será que esta flor tem a função da pendura e da sangria que existe na indústria do abate dos animais? Pois já reparámos que os demónios não querem comer humanos por comer, tem tudo a ver com a qualidade da carne, com a maciez da mesma e a sangria no momento da morte caso seja mal feita “causa putrefação da carne”, invalidando o produto (a pessoa).
Volto a frisar aquilo que falei na minha opinião ao episódio 1 de Yakusoku no Neverland: este anime pretende fazer um paralelismo com a sociedade humana criadora e consumista de carne animal. Para mim faz todo o sentido assim ser e tal como disse o meu colega redator João Simões: “temos que pesquisar, a mangaka deve ser super vegetariana”, o que seria um toque muito interessante!
A Avó e a Mãe
Foi engraçado descobrir que a Avó é literalmente uma avó (só que não fofa). Deu assim para entender que aquele mundo das quintas funciona por hierarquia de Criança -> Irmã -> Mãe -> Avó… e quem sabe mais.
Para além disso, o mundo também tem a sua base na meritocracia, uma vez que quem tiver mais mérito (for melhor na posição em que se encontra), pode subir pelo topo da pirâmide tendo em atenção a sua idade, já que (pelo que entendi) não se pode ser Mãe antes de ter x idade e se passar por um certo número de anos de treino. Igualmente para Avó, uma posição que deve ser almejada pela Mãe, a qual a atual Avó quer que a Isabella ocupe também.
O Phil…
Ahhh… O bendito Phil, again. Mais um episódio, novo destaque para o personagem em duas cenas. Primeiro, quando ele pergunta pela Krone e depois no final quando ele vê que a Emma está aleijada e olha para trás como se tivesse a pensar “Isto não era suposto ter corrido desta forma”.
Este moço não me engana mais. Ele vai ser a salvação do trio e de certeza que irá agir no próximo episódio!
Phil, mostra o que vales! Se fores um inútil com tempo de antena sem motivo, quem te come sou eu! (Ok, não ao canibalismo malta, esqueçam o que escrevi).
A direção da Morte da Krone
Estou neste momento a “bater palmas” com os pés, porque as minhas mãos estão ocupadas a escrever sobre o brilhantismo da direção nesta cena!
Adorei, adorei e adorei a forma como foi realizada toda a situação da Krone a ser morta por um demónio enquanto as crianças lá dentro devoravam a comida. Foi um excelente paralelismo entre o que ia acontecer à Krone e o que as crianças estavam a fazer. Para quem não tinha entendido logo à primeira, aquilo tirou as dúvidas de que a pobre Krone ia ser papinha de demónios.
Fiquei a pensar para mim mesma se esta cena de as crianças estarem a comer (enquanto a Krone está a ser preparada para ser abatida), se não poderá estar a dar uma dica super macabra de as crianças também estarem a comer humanos? Vejamos, se a melhor comida é a de crianças até um máximo de 12 anos, então significa que a comida dos seres humanos mais velhos vale menos, logo se vale menos é menos importante e requisitada e se o é poderá servir para alimentar os humanos que estão na quinta… Se a comida vem de fora, não se sabe o que eles estão a comer sequer.
Isto sou eu que quero enfiar canibalismo à força toda na história, mas até seria uma situação interessante de ver!
A Banda Sonora no Episódio 8
A banda sonora tem-me feito um pouco de impressão no decorrer do episódios, mas acho que este foi aquele que mais me chamou à atenção.
Acho que tem havido um problema na aplicação da trilha sonora entre as cenas, ou seja, quando se faz um corte de uma cena para a outra. Para além de criar distração e confusão, não faz sentido estarmos numa situação em que apenas se ouve o vento e os passos para outra cena em que de repente temos uma trilha a bombar no fundo, tal como o pessoal que gosta de ouvir música no carro de janela aberta.
Deveria existir uma maior harmonia entre as cenas e haver um som de fundo que fizesse a ligação de uma “música” para a outra. Neste episódio isto aconteceu vezes demais e apesar de certos sons serem bem aplicados à cena em si, a transição foi bastante pobrezinha, acabando por chamar à atenção para aquilo que estávamos a ouvir em vez da história.
Pensamentos Finais:
- Só eu morri a rir em como os demónios parecem aqueles gajos cheios de bomba na veia?!
- Achei interessante a comparação que eles fizeram nestas duas cenas. Numa a Avó fez o tal gesto com a mão e a Isabella desistiu de fugir. Na outra, a Mãe fez o mesmo gesto à Emma e ao Norman mas eles não se deixaram levar.
- Quando descobres que foste traído pela 5ª vez…
Estou bastante curiosa para ver como o próximo episódio vai correr. Quero saber o que vai acontecer ou o que eles irão fazer para conseguirem impedir o envio do Norman, pelo menos, no dia seguinte.
E vocês, o que acharam do episódio 8 de Yakusoku no Neverland?
Podem ler a opinião ao episódio anterior aqui: Yakusoku no Neverland – Episódio 7
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