Decidi escrever este artigo após encontrar uma pasta cheia de desenhos meus, já esquecida numa das gavetas da sala. Mal a abri, abateu-se sobre mim uma nostalgia tão boa, que me fez querer partilhar com vocês um pouco daquilo que foi a influência do anime na minha vida.
Eu e a Arte Anime – Artigo de Opinião
Como tudo começou
Certamente não sou diferente de muitos vocês. Desde pequenos, crescemos a ver desenhos animados na televisão. Hoje em dia, já assistimos mais frequentemente através do computador. Contudo, sou do tempo em que tínhamos de esperar para o dia seguinte para ver outro episódio da nossa série favorita e em que tínhamos de lidar com a frustração de o termos perdido porque não chegamos a tempo. Quem se recorda disto? XD
O primeiro anime que assisti foi Heidi, em cassete VHS. O anime já estreara em Portugal na RTP em 1976 (ainda eu não era nascida). Cerca de 15 a 20 anos depois, começaram a chegar os episódios em VHS. A minha mãe comprava cassetes VHS no quiosque em baixo do apartamento onde vivíamos e lembro-me de ver este filme e ficar deslumbrada. As expressões faciais e os cenários pareciam super realistas. Além disso, contrariamente às animações Disney (que também adorava) o anime japonês transmitia (e ainda transmite) algo diferente, que ainda não consegui perceber bem o que é. Vocês saberiam dizer?
O meu percurso no desenho
Gosto de desenhar desde muito pequena. Já o meu irmão mais velho tinha veia artística e eu segui pelo mesmo caminho. Desenhava imenso e a minha mãe conta-me que, já antes da primária, eu ficava a desenhar nos intervalos, enquanto os meninos iam brincar para o recreio. Na escola, adorava Educação Visual e fui crescendo assim. Desenhava várias coisas, mas personagens de animação eram os meus preferidos.
Nunca aprimorei muito o meu desenho, apesar de ter tentado copiar personagens de Marmalade Boy e Vandread, séries pelas quais era aficionada! Mais tarde, tentei melhorar ao copiar personagens de Naruto, mas quando não copiava nada, sempre desenhava de forma bastante básica, mas era feito com o coração e isso é o mais importante! 🙂
Histórias em Banda desenhada
Quem gosta de desenhar personagens de animação, normalmente, também gosta de lhes dar uma história. Pois bem, foi isso que comecei a fazer. Queria criar histórias para personagens que ganhavam vida na minha cabeça e assim fiz. A primeira Banda desenhada que criei chamei-a de “Futebol para Grandes” (na época andava a ver Oliver e Benji, o que me influenciou bastante). Anos mais tarde, já tinha eu 28 ou 29 anos, resolvi pegar novamente nos lápis e criar “As Guardiãs” – talvez porque na altura encontrei uma BD das W.I.T.C.H numa caixa velha na garagem. Alguém mais se recorda deste manga? 🙂
Eu e a arte Anime
Hoje e sempre
Tenho pena de ter deixado de desenhar durante muitos anos. Sempre andei com uma caneta na bolsa e desenhava em alguns restaurantes quando achava que a conversa já estava chata (riso). Contudo, hoje em dia e já adultos, corremos tanto de um lado para o outro, que pensamos que o tempo não chega para tudo. Trabalho, ginásio, afazeres da casa, conviver com família e amigos, etc. Nunca há tempo para nós mesmos, certo? Tudo isso me levou a “esquecer” esta minha paixão de desenhar. Por consequência, sempre que resolvia voltar a desenhar, o que saía nunca estava bom suficiente e lá ia o desenho parar ao lixo. E porquê, se eu antes desenhava só por diversão? Ora, para contrariar isto, comprei um mini bloco e um par de canetas e ando sempre com isso na bolsa, para todo o lado que vou. Saia bem ou mal, o desenho vai ficar lá! Nunca percas essa veia artística que tens em ti. Se és apaixonado por desenhar, não desistas! Umas coisas vão sair melhor do que outras, mas o importante é dar vida às tuas criações!
E tu? Vais desistir da tua arte ou vais lutar por ela? 🙂