Existem 3065 pessoas sem abrigo no Japão segundo estudo do Governo

O Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão divulgou os resultados de um estudo anual sobre o número de pessoas sem abrigo nos parques e zonas ribeirinhas do país. Realizado em Janeiro deste ano, os investigadores encontraram 3065 em situação de sem abrigo, uma diminuição de 383 indivíduos em relação a 2022, sendo o total mais baixo desde que o estudo foi iniciado em 2003.

Das 3065 pessoas, cerca de 91% são homens, cerca de 6% mulheres e os restantes de sexo visualmente indeterminado devido ao vestuário ou outros factores. Por província, Osaka possui a maior população de sem-abrigos observada, com 888 pessoas, seguida de Tóquio com 661 e Kanagawa com 454 pessoas.

Existem 3065 pessoas sem abrigo no Japão segundo estudo do Governo

À primeira vista, esta seria uma taxa de sem-abrigo baixa, tendo em conta a atual população total do Japão que ronda 125 milhões de pessoas. No entanto, alguns aspetos na forma como o estudo foi realizado podem ter resultado em números mais baixos do que a verdadeira realidade da situação.

Primeiramente é o facto de o estudo se centrar nos parques e nas zonas ribeirinhas, embora seja verdade que no Japão a grande maioria dos sem-abrigo passa as noites nestas zonas não urbanizadas. Em comparação com outros países, a percentagem de pessoas sem-abrigo que dormem nas ruas, passeios ou montras de lojas no país nipónico é bastante pequena. Posto isto, não é que não exista absolutamente nenhum sem-abrigo em ambientes puramente urbanos, especialmente durante o dia, pelo que não incluir estas áreas no estudo significa algum nível de subdeclaração.

Segundamente é o método pelo qual os números foram recolhidos nestes espaços. Os funcionários das autarquias locais visitaram os locais e comunicaram o número de pessoas que vivem em situação de rua que lá se encontravam naquele momento, pelo que qualquer sem-abrigo que não estivesse “à vista” ou naquele momento não foi incluído na contagem.

Por outro lado, se não tiverem existido grandes alterações na metodologia do estudo ou na diligência de quem o efectua, em comparação com os anos anteriores, uma diminuição do número de pessoas sem-abrigo pode ser vista como um desenvolvimento positivo, tendo em conta que não houve um aumento notável nas áreas objeto de estudo. No entanto, o ideal seria entender o porquê desta população observada ter diminuído, seja por ter havido um melhor apoio social ou melhorias económicas – que permitiram que mais pessoas em situação de rua conseguissem alojamento – ou se a descida é o resultado do falecimento destas mesmas pessoas.

Assim, embora “apenas cerca de 3000 sem-abrigo encontrados no Japão” possa parecer um dado positivo, é provavelmente ainda cedo para o governo japonês considerar esta situação resolvida.