“Dragon Ball GT: 100 Anos Depois” (“Dragon Ball GT: A Hero’s Legacy“) é um episódio especial de Dragon Ball GT que foi transmitido em março de 1997. Por essa altura, a série filler da franquia Dragon Ball ainda ia sensivelmente a meio, isto é, o mutante Baby tinha sido recentemente derrotado pelos nossos heróis. Cem anos depois, Pan surge já numa fase mais idosa da sua vida, acompanhada de Goku Jr., aquele que foi escolhido para protagonista desta pequena aventura. Será que esteve à altura dos acontecimentos?
Dragon Ball GT: 100 Anos Depois – Sinopse
Pan já é avó e vive na cidade com o seu neto, Son Goku Jr. Embora seja dotado de um grande potencial oriundo dos seus antecessores, o rapaz é um verdadeiro medricas, tornando-se muitas vezes vítima de bullying na escola. Com conhecimento da situação, a avó não deixa de insistir nos treinos físicos do rapaz para que este fique ainda mais forte e perca os seus medos. Mas nada parece resolver a situação, nem mesmo os conselhos sábios de Pan.
Certo dia, tudo muda. Pan sente-se mal e é hospitalizada. Depois de perceber a gravidade da situação e ao ter conhecimento da existência das Dragon Balls, Goku Jr. lança-se numa jornada pelo Monte Paozu à procura da bola de quatro estrelas, ainda que por lá habite uma criatura poderosa (Lord Yao). Mais do que força, toda a coragem é necessária para o sucesso desta aventura.

Uma história baseada em Son Gohan?!
Com este filme se pode dizer que Dragon Ball atingiu o seu limite temporal, isto é, dificilmente veremos outra produção relacionada com a obra de Akira Toriyama que seja para lá dos tempos joviais de Son Goku Jr. Pois bem, o que este episódio especial nos traz é um protagonista muito tímido e medricas perante todos aqueles que lhe façam frente, nomeadamente os amigos da escola. Como tal, Goku Jr. faz desde logo lembrar o também amedrontado Son Gohan, que no início de Dragon Ball Z circulava pela floresta e sobrevivia à custa dos poderes que detinha, mas que na maior parte do tempo estavam adormecidos.
Mas as semelhanças não se ficam por aqui. Assim como o discípulo de Piccolo teve que andar sozinho por montes e vales, também este rapaz se vê obrigado a fazê-lo, numa tentativa desesperada de poder salvar a avô (Pan). O objetivo é encontrar a bola do dragão de quatro estrelas que se encontra no Monte Paozu, na casa do avô do verdadeiro Son Goku. Ainda que de forma muito forçada, é de realçar a alternância do estado de espírito da personagem principal. Mais uma vez, à semelhança de Gohan, também Goku Jr. tem aqueles picos emocionais em que deixa de ter medo do que quer que seja.
O misticismo que nunca se irá perder
Apesar das bases em que esta história é construída, e nas quais se notam a ausência de qualquer tipo de conteúdo novo, a verdade é que este método de concepção torna-se sempre numa aposta minimamente válida por parte da produção. Isto acontece pura e simplesmente porque objetos como as míticas bolas de cristal e o aparecimento de personagens que chegaram a ser veneradas durante décadas, como é o caso de Son Goku, vão sempre despoletar um sentimento especial dentro do espectador que é fã desta criação.
Uma produção orientada para os mais pequenos
É desta forma que encaro este episódio especial. Obviamente que o tempo é curto e daqui não se podem esperar grandes coisas. Porém, quer-me parecer que a história escolhida e a aventura vivida por Goku Jr., e pelo seu amigo Pack, é demasiado infantil, incapaz de atrair faixas etárias maiores que sempre admiraram Dragon Ball. Os momentos de humor extremamente simples, as lutas sem profundidade, e o enredo demasiado jovial levam-me até esta conclusão.
A manutenção da identidade no aspeto visual e musical
Após a realização de tantas séries e filmes, a alteração a estes aspetos que complementam a história de Dragon Ball não era de esperar, até porque este projeto extra nasceu em simultâneo com a série Dragon Ball GT. Felizmente, este desejo confirmou-se. A banda sonora nipónica da obra manteve-se, ainda que passe despercebida durante grande parte do tempo devido a ausência de bons momentos de história. Por esta razão, as músicas mais conhecidas não tocam. Seja como for, visto que foi passado o opening e ending da série associada ao filme, pelo menos deu para desfrutar do opening animado de Dragon Ball GT. Seja em português ou em japonês, o ritmo mantém-se.
Relativamente à parte visual, o procedimento repete-se. O estilo do desenho é o mesmo de sempre, assim como a animação das personagens. Também como resultado da história escolhida, os espaços selecionados foram a cidade e os locais verdes das montanhas acompanhados pelos caminhos de terra. Esqueçam os desertos e as crateras muitas vezes resultantes de grandes ataques protagonizados por heróis e vilões. Tudo sempre no estilo caraterístico e bem conhecido de Dragon Ball.
Juízo Final
Resumindo, este é um episódio que comprova a pouca qualidade existente na série GT. Todos os aspetos próprios de “Dragon Ball GT: 100 Anos Depois“, como a história e o enredo a ela associados ficam aquém do esperado. Aquilo que se aproveita e tem valor são as caraterísticas oriundas das suas prequelas, como é o caso do desenho e dos efeitos animados. Para além disto, só mesmo o sentimento de nostalgia que desperta dentro de nós na parte final, graças ao aparecimento do herói mais famoso do repertório de Akira Toriyama: Son Goku!
Longe das qualidades a que Dragon Ball nos habituou, só vale mesmo a pena ver este filme por fazer parte da obra em termos televisivos, já que não acrescenta nada de novo ou algo capaz de suscitar interesse aos espectadores mais atentos da franquia. Quer me parecer que só mesmo no público mais infantil, o qual não se enquadra nos projetos anteriormente desenvolvidos, é que este filme poderá assentar bem. Se no próprio trailer se conseguem ver quase todos os momentos de ação que o filme contém, então não há muito mais a dizer.
Trailer Dragon Ball GT
Análises
Dragon Ball GT: 100 Anos Depois
Um especial que se demarca por completo das produções anteriores de Dragon Ball. Esta é uma história de carácter mais infantil e educativo, que, tendo qualidade nessa aposta, pode deixar muitos fãs insatisfeitos por não incluir aqueles guerreiros com poderes improváveis e potencial evolutivo que desde cedo enriqueceram a franquia.
Os Pros
- Os aspectos técnicos que se mantêm desde as primeiras grandes produções da franquia.
Os Contras
- Nada de relevante a apontar (se for considerada a abordagem mais infantil e soft que caracteriza este especial).