Dois filmes sobre a escravidão sexual na Coreia do Sul durante a Segunda Guerra Mundial – “Shusenjo: The Main Battleground of the Comfort Women Issue” e “My name is Kim Bok-dong” – estreiam nos cinemas locais este verão de 2019, levando a uma consciencialização sobre um problema não resolvido.
Filmes sobre ‘Mulheres de Conforto’ nos Cinemas Coreanos
A questão das ‘mulheres de conforto’, um eufemismo para as vítimas da escravidão sexual durante a guerra, tem sido um dos mais contenciosos debates entre a Coreia do Sul e o Japão.
No meio das crescentes tensões entre os dois países sobre este assunto, os filmes possuem a intenção de lançar uma luz sobre esta questão perene, mas ainda não resolvida.
“Shusenjo: The Main Battleground of the Comfort Women Issue“, a estreia na direção de Miki Dezaki, tem uma abordagem diferente ao apresentar uma nova perspetiva sobre o assunto.
O documentário expõe a questão polémica, reconhecendo tanto os apoiantes quanto os detratores da questão das mulheres que foram vítimas. Miki Dezaki entrevistou cerca de 30 académicos e especialistas da Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos para examinar de perto a informação e o contexto por trás de cada argumento.
Este filme é único no sentido de que apresenta entrevistas detalhadas de nacionalistas extremos e daqueles que argumentam contra eles. Com uma formação nipo-americana, o cineasta conseguiu reunir-se com especialistas de ambos os lados, numa tentativa de entender a lógica por trás do que cada lado tem a dizer.
O filme estreou no Festival Internacional de Cinema de Busan em outubro de 2018, antes de fazer a sua estreia oficial no Japão, em abril.
Shusenjo causou uma sensação negativa entre a ala direita do Japão, tendo alguns pedido que o filme fosse retirado dos cinemas. Alguns nacionalistas japoneses que foram entrevistados para esta longa-metragem, processaram o Miki Dezaki ao dizer que não sabiam que o filme seria comercializado. A alegação foi logo refutada quando o cineasta revelou o acordo assinado pelos entrevistados, informando que o filme poderia ser exibido comercialmente.
O filme regressou à Coreia do Sul para um lançamento oficial nos cinemas, no dia 25 de julho de 2019.
“My name is Kim Bok-dong” é outro documentário sobre “mulheres de conforto”. Este filme centra-se em Kim Bok-dong, uma activista de direitos humanos e sobrevivente da escravatura sexual durante a Segunda Guerra Mundial.
A sua história foi revelada em 1992, quando ela publicamente apresentou o testemunho das violentas experiências que viveu. Desde então, viajou para diferentes países com o intuito de divulgar o seu depoimento, tendo também solicitado ao governo japonês que formalmente lhe pedisse desculpas.
O documentário percorrerá a sua batalha de 27 anos contra o governo japonês a lutar pela justiça, até que faleceu em janeiro deste ano, aos 93 anos.
Este é o terceiro filme produzido como documentário de jornalismo pela organização sem fins lucrativos Newstapa, após os documentários investigativos “Criminal Conspiracy” e “Spy Nation”.
Dirigido pelo produtor de Newstapa, Song Won-geun, o filme contará com a voz da atriz Han Ji-min como narradora. Foi exibido pela primeira vez no 20º Festival Internacional de Cinema de Jeonju em maio na seção Korean Cinemascape. O filme estreará nos cinemas a 8 de agosto de 2019.
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Fonte: TheKoreaTimes