Título: Flying Witch
Adaptação: Manga
Estúdio: J.C.Staff
Géneros: Comédia, Shounen, Slice of Life, Sobrenatural
Ficha Técnica: Indisponível
Opening
Sharanran feat. 96 Neko (シャランラン feat. 96猫)” – miwa
Flying Witch | Enredo
Makoto Kowata de 15 anos é uma recém-formada bruxa. Ainda inexperiente na sua sua profissão, é obrigada pelos pais a viver com familiares e terminar o ensino secundário como uma rapariga normal. Na casa dos tios, Makoto vive uma vida próxima do comum entre escola e a aprendizagem de bruxaria.
A premissa simples compactua com o banho de doçura e serenidade que esta obra prima nos fornece. Como referi nas Primeiras Impressões a Flying Witch, esta trata-se de uma série de puro slice of life: não há aventura estonteante nem uma meta a alcançar. A descrição do dia a dia de Makoto e da sua família são a história e o universo de Flying Witch o motor de desenvolvimento da narrativa.
Episódio após episódio ficamos a conhecer mais sobre este universo mágico escondido mesmo por baixo dos narizes dos humanos comuns. Os intervenientes aparecem quase que episodicamente, e são, na sua maioria, seres do folclore japonês. É um rejubilo assistir a cada apresentação e sobretudo interação com a doce Makoto. O ambiente familiar penetra-nos de forma automática, e mesmo o ser vivo (ou morto) ou situação mais caricata nos faz sorrir com a calma e pacatez com que tudo é relacionado.
Flying Witch | As personagens
As personagens são um dos pontos fortes da obra. A família Kuramoto é sem dúvida adorável e condiz na perfeição com a amável protagonista. Todas as personagens possuem personalidade característica e constante ao longo da série, fugindo graciosamente do personagem-tipo do género em questão. Cada personagem é única, um ser com gostos, sonhos e características que só foram possíveis compreender porque acompanhamos o seu dia-à-dia.
Dentro das personagens há que realçar o fantástico voice acting! A harmonia provida pelas vozes concede calma a quem assiste, não havendo espaço para qualquer tipo de inquietude.
E se dúvidas haviam quanto à interpretação de Kei, estas dissiparam-se completamente. O voice acting do pai deste e de Chinatsu – Keiji – adicionou à obra um dos detalhes que mais a enriqueceu. Sendo esta uma personagem o retrato de um agricultor com uma pronuncia forte no dialeto Trugaru, deu asas para o ator nos deliciar ao transpor na perfeição as diferenças entre os vários dialetos. Este pormenor bem executado permitiu até que um ocidental compreende-se essa particularidade.
Flying Witch | Ambiente
O ambiente é simplesmente deslumbrante! Os cenários são fantásticos e inclusive motivo de comparações com os reais em que foram baseados. Nota-se o carinho com que produziram e animaram a obra. Os pormenores com que apresentaram tudo e sobretudo a conjugação entre animação, som, e voice acting esteve sempre acima da média.
Em termos técnicos, Flying Witch não se trata de uma série com grandes cenas de batalha ou situações que exijam sequências de animação frenéticas. No entanto, as personagens e o ambiente exigem uma aproximação à realidade que acaba por pôr à prova o estúdio responsável. E a J.C. Staff não desiludiu! As personagens são orgânicas, fluídas e bonitas, muito bonitas! Os cenários… palavras para quê?
Em termos de banda sonora, além do fantástico voice acting supracitado, temos uma banda sonora rica, sempre presente, com composições orquestradas que elevaram a fasquia de Flying Witch ao produzirem sonoridades únicas. Sejam os acordes em viola ou em clarinete, a verdade é que haveremos de reconhecer esses mesmo acordes em qualquer lado.
Flying Witch | Juízo Final
Flying Witch é sem dúvida uma obra a constar nos reportórios de todos os amantes do género Slice of Life. É dos mais relaxantes animes que já assisti e possui os ingredientes perfeitos para entreter sem nos sentirmos aborrecidos com a história leve e quotidiana.
Para quem não é fã do género não aconselho. A obra tende a repetir algumas temáticas, sobretudo as ligadas ao campo e agricultura, e a explorar conteúdos um pouco enfadonhos para os menos interessados. O ritmo é constante ao longo dos 12 episódios, são desenvolvidos dois assuntos num só episódio, mas o género mantém-se. É divertido e tem bons momentos de comédia, mas mesmo assim poderá não ser o suficiente para cativar os amantes de algo mais “dinâmico”.
Para quem é fã, o grande senão da série reside na não exploração de alguns elementos da narrativa que deveriam deter especial destaque e não o têm, e na clara necessidade de mais episódios para uma ligação mais sólida ao universo.
Análises
Flying Witch
Flying Witch espalhou magia na passada temporada de primavera.
Os Pros
- Ambiente;
- Banda Sonora.
Os Contras
- Temas repetidos.