Título: Fune wo Amu
Adaptação: Novel
Produtora: Zexcs (Aku no Hana, Sukitte Ii na yo., Densetsu no Yuusha no Densetsu)
Género/Demografia: Slice of Life
Ficha Técnica: Disponível
Fune wo Amu | Opening
“Shiokaze” – Taiiku Okazaki
https://www.youtube.com/watch?v=EanY3KxkvKY
Fune wo Amu | Enredo
A premissa base de Fune wo Amu além de original, foge bastante ao já existente em termos de estrutura e tema. Em vez de uma editora de manga, como vimos em Bakuman, o enredo gira em torno de um dos departamentos de uma editora linguística – a secção de dicionário. Segundo a história, os japoneses criam dicionários únicos, com explicações por vezes poéticas das palavras. Tal façanha não é para qualquer um, é preciso alguém paciente, atento aos detalhes, indulgente nas palavras, mas sem exagero, e com uma ampla perspetiva… Alguém como Araki, o editor que se encontra à beira da reforma e sem sucessor aparente!
Neste primeiro episódio tivemos uma introdução ao que será o tema da série: a construção de um novo dicionário com o mais recente “candidato” a editor do departamento de dicionários.
Em termos narrativos pouco mais podemos filtrar destes 20 minutos, totalmente dedicados à apresentação dos protagonistas. Apercebemo-nos que são adultos reais, orgânicos e com capacidade de surpreender o espetador com o seu crescimento. Conseguirmos adquirir essa perceção logo no primeiro episódio é, só por si, um fator crucial na avaliação do potencial. Posso não conseguir afirmar quanto à qualidade de construção da premissa, no entanto, que existe potencial, isso é notório!
Fune wo Amu | Ambiente
Outro fator a favor desta série advém da conjugação narrativa/ambiente.
À medida que as personagens são introduzidas, não só o ambiente muda, como enquadra na perfeição em cada uma das situações. Exemplo disso são os sonhos de Majime. Uma analogia perfeita à tempestade de ideias que o mesmo detém no seu cérebro, apesar de toda a calma aparente. A tentativa de enaltecer os problemas sociais do protagonista culmina numa quase que total compreensão da personalidade do mesmo.
Além desta analogias, vemos uma necessidade de amenizar (ridiculamente) a narrativa ao adicionar no “intervalo” uma pequena fábula explicativa. Não que o conteúdo que os “mini-dicionários” revelaram não fosse importante, mas porque me suou um pouco fora do contexto. Ainda assim, este ponto poderá ser dado como bastante positivo no futuro, pelo que irei deixar em aberto.
A banda sonora não me conquistou. Achei-a demasiado simples tendo em conta uma narrativa que vive da conjugação perfeita de todos os elementos da animação. Foi simples, agradável, constituída por melodias que não fogem das composições orquestradas comuns. Se potencial existe neste departamento, reside no cuidado demonstrado nos momentos de clímax, e nos opening e ending.
Fune wo Amu | Potencial
Fune wo Amu não é uma obra para todos e isso está patente desde o primeiro episódio. É muito calma e de desenvolvimento progressivo lento, puro slice of life, e dá a sensação que assim será até ao fim.
O que poderá agradar aos apaixonados pelo género slice of life de demografia seinen, afastará indubitavelmente todos os que não sejam fãs destes dois aglutinados. Para quem gosta, a imersão foi quase que instantânea! Duvido que a qualidade diminua, pelo que se a perfeita sintonia entre ambiente, banda sonora e narrativa se perpetuar, teremos uma das melhores obras desta temporada de outono de 2016.
Análises
Fune wo Amu
Uma visão adulta sobre a vida, realista e com um toque de "magia" que nos embala progressivamente.
Os Pros
- Personagens
- Construção narrativa
Os Contras
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