Título Original: Garo: Honoo no Kokuin
Adaptação: Drama
Produtora: MAPPA
Géneros: Ação, Demónios, Fantasia, Magia, Sobrenatural
Garo: Honoo no Kokuin – Opening
DIVINE FLAME – JAM Project
Garo: Honoo no Kokuin – Enredo
O conselheiro do Rei de Valiante, Mendoza, inicia uma campanha de caça às bruxas, o que acaba por resultar na morte de muitas bruxas e feiticeiros, também conhecidos, neste caso, como “alquimistas”.
Anna, uma bruxa casada com o cavaleiro Germán Luís, dá vida a um filho antes de ser executada. Perante o trágico acontecimento, Germán pega no seu filho, León, e foge para longe para treiná-lo e torná-lo capaz de herdar a famosa “Armadura Dourada”.
Entretanto, em Valiante, Mendoza assume o controlo total do reino. Um acontecimento que incentiva o Príncipe Alfonso ir à procura do herdeiro da “Armadura Dourada”, pois só este pode reclamar o trono e salvar a população dos atos cruéis de Mendoza.
Garo: Honoo no Kokuin acabou por ser dos últimos que juntei à minha lista de séries para acompanhar durante este outono. Se houve razão pela qual o escolhi à última da hora foi mesmo a sinopse disponibilizada que me pareceu minimamente interessante. Conspirações dentro de um reino a resultarem na fuga de guerreiros que juraram um dia regressar, a par da existência de bruxas (alquimistas), foram os parâmetros decisivos para a minha escolha.
Dias mais tarde, não consegui esconder a minha satisfação aquando da visualização do primeiro episódio da trama, e logo de seguida o segundo. A história era exatamente como tinha sido anunciada, com o acréscimo de fazer lembrar os tempos medievais. O ato inicial, em que a mãe de León arde numa fogueira, faz lembrar os autos de fé executados no nosso país, há séculos atrás, no centro de Lisboa. Pelo menos a mim fez! Todavia, sem um resultado negativo, pois este tipo de obras enquadram-se mais nesse espaço temporal do que nos dias de hoje.
Com uma história bem preparada até ao momento, uma palavra para as personagens que protagonizam os acontecimentos. O grande antagonista, Mendoza, ainda tem muito a provar para além dos atos que tem cometido, sendo até agora incapaz de mexer com o espetador.
O mesmo não se pode dizer de Germán Luís, que desde muito cedo demonstra ser alguém inteligente, com uma forte personalidade e, em simultâneo, uma pessoa divertida. O diálogo que Germán tem no primeiro episódio com uma prostituta durante a caça a um Horror (demónio que se alimenta de Humanos) demonstra um pouco de tudo isto, e sempre com grande nível. Com o aproximar do perigo, o pai de León exibe uma tranquilidade fora do comum e acaba por resolver a situação desta mesma forma, tanto em palavras como em atos.
Já o último destaque vai para Ema Guzmán. Uma alquimista Makai que acaba capturada e demonstra a mesma tranquilidade e divertimento que Germán, mas neste caso enquanto prisioneira. Normalmente, é deste tipo de personagens (com estilo, convição e poder de combate) que o público gosta, pelo que este duo poderá ser fundamental para a valorização da obra.
Garo: Honoo no Kokuin – Ambiente
Esta secção é sem dúvida a mais controversa deste projeto, pelo qual o MAPPA é responsável. A animação da obra, como alguém dizia num comentário que li por aí, parece uma estranha mistura de 2D com 3D, com os desenhos das personagens a fugirem muito ao estilo oval que estamos habituados a ver. O traço que delimita todo o corpo da personagem é muito mais recortado.
Não quero com isto dizer que é melhor ou pior que o que estamos habituados a ver. Na verdade, acho que é mesmo disso que se trata. Ou seja, de uma questão de hábito para os nossos olhos. Pessoalmente, não me fez grande diferença o novo estilo. A única coisa que não apreciei foi o formato dos Cavaleiros Makai (transformações de Germán e León em poderosos guerreiros). A meu ver, as armaduras exibidas têm demasiado brilho, ao contrário dos restantes elementos que possuem cores demasiado baças, sendo notória, ainda que intencional, a falta de tons mais vivos.
No que diz respeito ao opening e ending da série, destaco pela positiva a qualidade da música da abertura. Por outro lado, nenhum dos vídeos me agradou. Se o primeiro usa um desenho demasiado abstrato e surrealista, o segundo tem os Cavaleiros Makai em foco, sobre os quais já manifestei o meu desagrado por apresentarem uma vivacidade exagerada quando comparada com toda a parte de animação e de desenho desta produção também conhecida pelo nome “Garo: The Animation“.
Relativamente à banda sonora, principalmente por intermédio dos combates despoletados no segundo episódio, deu para perceber que está em perfeita sintonia com o apresentado no ecrã em cada momento da série.
Garo: Honoo no Kokuin – Potencial
Em suma, a história de Garo: Honoo no Kokuin tem argumentos para se tornar mais interessante com o passar dos episódios e convencer o espetador a seguir os próximos passos de Germán Luís, León, Alfonso, e do antagonista principal: Mendoza. A não ser que o estilo da pessoa em causa não se enquadre com os géneros já mencionados. Nesse caso, como em qualquer outro tipo de série que não agrade, não há mesmo volta a dar.
A animação deste anime é a parte mais controversa e, como tal, poderá criar as mais diversas opiniões entre os vários espetadores deste universo. Ainda que eu continue a achar que seja mais uma questão de hábito a este estilo de desenho do que outra coisa. O importante é evitar atritos. Isto é, não se partir para a visualização da série já com a intenção de criticar esta parte do projeto. Aconselha-se uma avaliação cuidada e sem interferências desde o início, até porque os momentos de ação decorrem com grande suavidade e rigor.
Por fim, note-se que as personagens poderão ser o fator chave para marcar a diferença desta para outras produções. A sua concepção detalhada e qualitativa dá azo a diálogos extremamente agradáveis entre os vários participantes da história.
Por agora é tudo. Segue-se um vídeo promocional da série.
Garo: Honoo no Kokuin – Trailer
Análises
Garo: Honoo no Kokuin
O bom arranque da série poderá ser fundamental para os seus responsáveis convencerem e adaptarem o espectador ao estilo peculiar da componente visual da trama. Depois então, haverá espaço e tempo para justificar todo o potencial apresentado nestes primeiros episódios.
Os Pros
- Os temas que dão vida à obra e preenchem o enredo.
- A banda sonora.
Os Contras
- O contraste exagerado entre brilho e palidez que se verifica em alguns elementos desenhados.