Título: God Eater
Adaptação: Jogo
Estúdio: Ufotable (Fate/Zero, Fate/stay nigh UBW, Kara no Kyoukai)
Géneros: Seinen, Supernatural, Fantasia
Ficha Técnica: Disponível
God Eater | Enredo
Pessoal, um pouco de calma não? Já anda tudo a disparar: “que cópia barata de Shingeki no Kyojin”, entres outros “etc’s”. Vamos lá então esclarecer aqui algo. O primeiro capítulo da manga de Shingeki foi lançado a 9 de setembro de 2009, e o primeiro jogo de God Eater chegou às bancas a 4 de fevereiro de 2010. “Estás a concordar connosco, God Eater foi lançado depois, portanto é uma cópia”. Estão a tentar convencer-me que um RPG que necessita de 40 horas para completar a história principal, e de aproximadamente 93 horas para ser completo a 100%, foi construído em 4 meses? Malta, são Japoneses, mas não são Deuses.
Adaptar um jogo com dimensão grande nunca é tarefa fácil, muito menos adaptar um jogo com uma densidade narrativa do nível de um RPG, onde a complexidade e tamanho são por norma elementos amplos. Um Role Playing Game (RPG), é um género que falando de forma básica é construído também por um diversidade extensa de elementos que fazem sentido em termos práticos e jogáveis, todavia se tentarmos que isso funcione no ecrã não é algo que seja instantaneamente transferido de um modelo para o outro.
O enredo é genérico, é uma salada de muitas coisas que já vimos em muito lado, assim como Shingeki no Kyojin o é. Em God Eater, a distopia acontece num futuro longínquo, onde os humanos com recurso a avanços tecnológicos tentam impedir que os monstros colossais invadam as habitações. A personagem principal surge, claro, como aquele que tem um poder diferente de todos os outros, permitindo-o assim destacar-se diante dos guerreiros mais fortes e experientes.
Nesta introdução da obra, embora tenham sido inseridos inúmeros conceitos deste universo, nenhum deles foi desenvolvido com um mínimo de profundidade. Para alguém que nunca jogou o jogo, neste primeiro episódio vai-se sentir completamente perdido, uma vez que não existe uma linha para nos agarrar-mos e seguir-mos. A história está por todo lado e o público no meio dela, mas isto é um elemento que poderá ser limado com a progressão narrativa.
God Eater | Ambiente
Com mudanças surgem controvérsias. Nascem discussões pelas comunidades online que visam compreender este novo avanço no que diz respeito à produção ambiental de um anime. A Ufotable já é conhecida por subir a barra que determina a qualidade padrão da animação japonesa. Todo o seu reportório mostra a veracidade desta premissa, e God Eater está muito longe de ser uma exceção.
A animação e modelação 3D encontram-se muito bem esculpidas, conseguem-se misturar sem dificuldade no ambiente da obra, sendo que a única coisa que as denuncia é a ligeira quebra de frames, e os movimentos pouco orgânicos. A animação 2D teve uma falha ou outra em movimentos menos importantes, não dando espaço para poder afirmar que foi perfeita. Ainda assim, quando foi necessário mostrar o seu poderio nas sequências de maior ação, a animação mostrou-se na sua melhor forma.
A maior polémica (que considero saudável) que está a decorrer, é perante o design, pintura, iluminação e sombreamento das personagens. Este é completamente incomum, possuem um design mais realista e robusto, uma pintura mais variada, através de uma iluminação com inúmeras camadas de sombreamento, e uma coloração cheia de gradientes. Isto torna a personagem menos bidimensional em termos de imagem, fornecendo-lhe mais contornos, dando até a sensação de que estamos a olhar para uma personagem criada através de modelação 3D.
Embora tenham abusado um pouco nos slow-motion, a edição está no ponto na maior parte das vezes, fugindo também um pouco à montagem mais comum de um Anime. Esta é já uma imagem de marca do jogo, pelo que se forem ver os openings dos jogos, vão encontrar vários detalhes que estão presentes no anime.
A banda sonora passou muito despercebida, uma vez que este episódio foi maioritariamente estruturado por silêncios, que na minha opinião, foram bem justificados. Quando a banda sonora foi realmente necessária, já foi ligeiramente audível, mas deixarei este pormenor para ser abordado com mais detalhe na análise, quando a obra terminar.
God Eater | Potencial
Existem dois grandes públicos que serão aliciados a ver esta produção. Os fãs dos jogos, que vão poder finalmente ver ataques, monstros, lutas e personagens com quem possuem uma ligação, no pequeno ecrã com uma animação de alta qualidade. O outro grande público prende-se aos fãs que os estúdios Ufotable já carregam, apesar de serem um nicho, um pequeno grupo extremamente fiel, que os segue de obra para obra só pela produção ambiental.
À partida não será nada de complexo ou de muito psicológico, será mais uma série que se direciona na veia de desligarmos os nosso cérebros e sentido de lógica, e aproveitarmos a ação que nos é fornecida.
Resumindo e concluindo, se não pertences a nenhum dos públicos, recomendo que deixes acumular episódios, e depois aproveitar tudo de uma vez, porque ao que tudo indica não se justifica uma espera semanal para a ver.
Análises
God Eater
À partida não será nada de complexo ou de muito psicológico, será mais uma série que se direciona na veia de desligarmos os nosso cérebros e sentido de lógica, e aproveitarmos a ação que nos é fornecida.
Os Pros
- Alguns pontos narrativos quebram clichés do género
- Produção visual inovadora e poderosa
Os Contras
- Premissa e personagens completamente genéricos
- Demasiados conceitos em pouco tempo