Título: Hanebado!
Adaptação: Manga
Estúdio: LIDENFILMS
Demografia | Género: Seinen | Desporto
Hanebado! – Opening:
- “Futari no Hane” por YURiKA
Hanebado! – Primeiras Impressões – Juízo Final:
Se ainda não começaram a ver, comecem! Se mesmo assim ainda precisam de mais incentivos e querem ler um cafeinado “babar-se” sobre um pedaço de entretenimento/arte, continuem a ler!
Hanebado! – Contexto Pessoal:
Habitualmente, começaria por uma breve sinopse, seguida por conversa sobre enredo e personagens mas, deixemos tudo isso para depois. Vou principiar pela animação em si, após uma curta e nada “aborrecida” contextualização, porque foi esta que me cativou quando estava a cobrir o lançamento do anime.
O meu catálogo de anime vistos está longe de ser extenso, mas se há género que está em destaque, é o de desporto. Juntando a isto o facto do meu pai ter sido atleta federado de badminton e eu mesmo ter o praticado em desporto escolar (comparável não acham!), podem facilmente ver a minha curiosidade a fervilhar assim que a adaptação foi anunciada.
O anúncio ter sido feito logo com um teaser da animação e banda sonora foi um toque de mestre. Tirando Taku Kishimoto, encarregue da composição da série, que tem um belo curriculum vitae (o qual inclui Haikyuu!!), a equipa técnica principal reunida não deixava antever a obra que está agora a ser lançada.
A animação antevista nos trailers foi imperativa para atenuar certo este tipo de picuinhices, sobretudo da minha parte admito (as quais espero vir a referir na análise final com um possível mea culpa)e que poderiam injustamente reduzir à priori o esforço quer do realizador, quer do estúdio em si.
Hanebado! – Vamos falar Sobre Imagem e Som:
Eu sou um profundo fã de animação e cinema e mesmo assim ainda me sinto super estranho a falar de coisas das quais não entendo tanto quanto gostaria. Contudo vou tentar aliar o meu residual conhecimento de badminton para tentar passar para vocês o quão fixe é a animação (movimento e som).
Desportos com bolas há muitos em anime (eu sei que a pena ou volante não é uma bola mas permitam-me esta tangente) e com raquetes há outros tantos. Eu já vi de tudo um pouco e se há coisa que reparei é a forma como, geralmente, num anime de desporto tentam ilustrar o impacto, a força com que um “projétil” é disparado/atirado ou a força do impacto na recepção. Há um genuíno prazer, evidentemente originado pelo manga de origem, em ilustrar as “linhas” que acompanham o percurso da bola e a forma que esta adquire no ar – todos se lembram sem dúvida dos “discos” em Captain Tsubasa quando a bola era chutada com muita muita força.
Claro que isto está fortemente associado a obras shonen de deporto mas não só. A diferença está no que torna badminton único.
O que quero eu dizer com tudo isto? Que apesar do volante se deslocar “extremamente” rápido, devido à sua morfologia, estilo de campo e forma de jogar, não é “fácil” empregar o mesmo tipo dinamismo ou impacto que geralmente é empregado noutros desportos.
De onde surge o dinamismo e a fluidez e a emoção dos movimentos? Dos jogadores. E é aqui que eu tenho que enaltecer e exultar o trabalho incrível que está a ser feito em Hanebado!.
Os animadores conseguiram capturar a flexibilidade e movimento tipo chicote que badminton exige do braço dos seus praticantes, a forma única como se movimentam em campo que implica dar o mínimo de passadas possíveis para alcançar o “estimulado” volante (“qual golden snitch“).
Já disse muito mas às vezes é tão simples como fazer um: Show, don’t tell!
Cativante não é?
Este curto clip permite-me fazer uma segue para outro ramo da animação que queria destacar: o espaço físico habitado pelas personagens e arte de background. Não vou elogiar fervorosamente, mas queria destacar pela sua competência. O anime até ao terceiro episódio já apresentou alguns “truques de câmara”, tracking shot e camâra em dolly, que exigem tratamento 3D, sobretudo do ambiente e objetos em movimento e creio que o anime se tem comportado decentemente.
O áudio que quero destacar para já, é o que diria serem os “sons de badminton”. Todo o folley associado ao desporto está no ponto e traz-me memórias à cabeça.
Hanebado! – Falemos, mas pouquinho, do Enredo:
Eu quero mesmo que todos vocês vejam pelo menos os três primeiros episódios do anime. Quando vi o primeiro episódio senti-me ridículo por não ter começado a ver no dia em que saiu, mas às vezes a vida surpreende e ver os três primeiros episódios de seguida foi o melhor que podia ter feito para mergulhar na adaptação. Os três episódios funcionam como um excelente setup para o “verdadeiro tema/enredo/história/alvo…” do anime.
A história começa com o que parece ser um “clássico” esforço versus talento. Uma partida que marca profundamente, mas de formas distintas, duas jogadoras, que estarão claramente em destaque ao longo de toda a obra. Passado vários meses, vemos como esse confronto marcou claramente um ponto de “aparente” não retorno para ambas, que o destino resolveu juntar. A sua jornada de “reconstrução” começa agora.
No que toca a sinopse, se é que podemos chamar isso ao amuse-bouche que servi acima, ficamos por aqui. Quero focar-me agora um pouco nos temas e na forma cativante (peço desculpa por não encontrar termo melhor) como sinto que a série está a ser apresentada.
Sinto, espero que não de forma exagerada, que Hanebado! atinge um outro nível, talvez. Há uma escassez de animes de desporto com protagonistas femininas, sobretudo em obras cujo foco seja tão espiritual e aceso quanto o que vemos em outros grandes exemplos do género. Com isto quero dizer, que embora as nossas personagens principais e secundárias sejam raparigas em todo o sentido da palavra, eu não sinto que o enredo seja movido por “estereótipos” que costumam pautar a escrita de personagens femininas. Sinto que a história é forte e que as personagens têm nuances, que carregam uma enorme bagagem emocional, o que leva a um retrato enquanto ser humano complexo, escapando assim à “imagem” a que estamos infelizmente acostumados.
Todas as personagens são assim? Não, há duas que considero mais cliché, mas cuja presença sinto que até ajuda a sublinhar, ainda mais, as camadas que envolvem as personagens mais em foco. E não se equivoquem, o anime/manga não se esquece de quem é que deve colocar em foco.
Hanebado! – Juízo Final II:
Vejam! Sinceramente, não tenho mais nada a dizer e mesmo o que disse foi com grande custo para conseguir verbalizar o que senti e pensei ao ver o anime.
Hanebado! pode muito bem vir a ser uma das grandes obras do género, seguramente para mim está a ser.
Recomendo a visualização dos três primeiros episódios como receita suficiente para ditar o destino da série na vossa lista de verão.
Com isto me despeço, vemos-nos no final da temporada.
Análises
Hanebado!
Os Pros
- Enredo
- Personagens
- Animação (obviamente WOW à primeira vista)
Os Contras
- Nada até agora.