>>>ESTE ARTIGO CONTÉM SPOILERS!<<<
Diverti-me tanto com este episódio! Sorriso de orelha a orelha do início ao fim! Vamos falar um pouco sobre ele?
Hataraku Saibou – Opinião Episódio 2
Vou já começar por algo que eu estava à espera de confirmar desde a semana passada. SIM, tudo indica que Hataraku Saibou! vai ter uma estrutura episódica!
Episódio desta semana: Scrape Wound, o que no nosso belo Português designaríamos por Abrasão ou Esfoladela.
É uma lesão que leva a que uma porção da pele seja esfolada, mas não atinge as camadas mais profundas destas. Contudo, apesar de ser superficial, funciona como porta de entrada a “muita bicharada” como o próprio episódio ilustra.
O que o prólogo do episódio e o título deixaram logo antever, foi que o foco desta semana seriam as ultra fofas plaquetas!
O setup do episódio não foi inovador. Clássico “acalmia que precede a tempestade”. Mas a forma como a “tempestade” foi representada, é que me mostrou novamente a criatividade de toda a gente que está por detrás do anime.
Adorei a representação apocalíptica de como a luz do sol é representada ao nível celular, quando a ferida a este está exposta. Além do dano físico temos o literal queimar do interior. Adorei! E depois a ferida “aberta” ficar representada por um literal Abyss que suga os glóbulos vermelhos, simbolizando o sangue a escorrer… This is my jam!
Este episódio aborda um tema diferente do primeiro, mais abrangente até, mas manteve a linha condutora de unir ambos os protagonistas, graças aquela pequena questão da ferida poder servir de “porta de entrada” a agentes invasores. Isso permite trazer sem esforço ao enredo, o nosso U-1146 que está no local certo para salvar a AE3803. E é ele que oferece a explicação do potencial de infecção, uma vez que ele antecipa a chegada da Rogue’s Gallery (tipo lista dos mais procurados) de bicheza que estava mortinha por entrar.
Já tinha ficado com essa sensação desde o início deste episódio, mas fiquei mais ciente disso após o início da invasão, de que o anime teve mais trabalho neste episódio a dar explicações. Simples, claro, mas muito mais que no anterior e tanto através das falas das personagens, como através do narrador, via freeze frame.
Aconselho a que pesquisem mais sobre os termos falados, mas creio que as explicações dadas fazem um bom serviço de contextualizar as metáforas do anime.
Gostei particularmente da forma subtil como incorporaram o plano dos vilões com a verdade do que ocorre no organismo, para responder a uma velha questão de narração: se têm bons mais poderosos, porque não os chamam logo para derrotar o mal?
A Staphylococcus aureus tem o seu monólogo de vilã a explicar o seu fantástico plano de invasão, que passa por neutralizar os neutrófilos (outra vez isto!!) uma vez que eles são os primeiros agentes de defesa, ao mesmo tempo que corta na casaca dos outros agentes do bem, que apesar de poderosos chegam sempre atrasados à festa. Bom também é ela falar que estudou como “tomar de assalto o corpo” porque aprendeu com os erros dos nabos da semana passada.
A forma como tudo é contado parece tirado de uma qualquer outra história anime, o bom é que os paralelismos com a realidade do corpo humano tornam tudo melhor. Até o facto dela se esquecer como funciona a coagulação e o derradeiro momento Hahaha, ser que o componente do sangue ao qual devia estar atenta, ter a aparência de crianças fofas completamente inofensivas.
O meu maior problema com este tipo de artigos, é que dado o cariz científico associado, temo estar a sugar o divertimento a todos vocês. O design, as vozes, banda sonora e a reconhecível estrutura narrativa é que são o bolo que Hataraku Saibou! é. A biologia é o topping e recheio! É possível o bolo ser comido sem isso? É, mas falta algo. E é esse algo, esse recheiro que me faz sorrir ao ver o anime e o permite diferenciar de todos os outros.
Antes de me despedir esta semana, quero inspirar-me na minha nakama, Usagi Wright, e fazer um segmento de takeaways:
- Quando este segmento apareceu, a Stairway To Heaven começou a ecoar na minha cabeça!
Já agora, o detalhe fixe de colocarem a espessura da pele como representativo de altura.
- O monólogo da Staphylococcus aureus relembrou-me o quanto eu quero ver atuar, as outras formas de defesa do corpo.
- Gosto da representação dos Neutrófilos enquanto avariados sedentes de sangue quando vêem agentes patogénicos, passando ao seu estado cordial na ausência da sua função primária. Segundo, sempre que eles combatem e ficam com um Jackson Pollock monocromático na sua farda, lembro-de do Deadpool.
- Ou eu vejo demasiados filmes ou….vejo demasiados filmes! Preparem-se para outra referência. Quando os protagonistas ficaram “colados/apanhados” na fibrina, a obra do meste Sam Raimi apareceu-me na mona.
Hataraku Saibou – Opinião Episódio 1