>>>ESTE ARTIGO CONTÉM SPOILERS!<<<
Hataraku Saibou – Opinião Episódio 9
No seguimento do foco na personagem da AE3803 no episódio anterior, este episódio decidiu focar-se em 2.5 outras personagens do anime: Helper T Cell, Killer T Cell e de forma mais indireta, a Regulatory T Cell.
Contudo, enquanto que no episódio 8 o caminho para a “maturidade” da AE3803 está entrelaçado com o retrato do complexo sistema circulatório, neste episódio a vertente cientifica “mete o pé no travão” e dá maior ênfase à evolução das personagens em si, através de flashbacks que contextualizam a relação atual entre Helper T e Killer T.
Não tenho muito a dizer sobre o episódio: é uma viagem tranquila do início ao fim mas que deixa alguma saudade pelos momentos de criatividade que sempre referi, muito por causa do afrouxar na componente científica.
Mesmo assim, os detalhes científicos apresentados, como o timo, as células epiteliais do estroma tímico – thymic epithelial cells – e todo o processo de selecção positiva/negativa, estão bem representados tendo em conta o mundo figurado que a obra nos tem apresentado.
Mas o foco está em mostrar a origem da relação amor/ódio, ou rivalidade/amizade eterna, entre o Helper T e o Killer T. Neste panorama, a obra adotou a narrativa de battle shonen ou de shonen de desporto: duas crianças, uma é um génio frio com ética de trabalho e raciocínio aguçado e outra cuja abordagem é claramente superar na base do esforço desmedido, é desvairada, mas ultimamente focada e com coração. É portanto Sasuke/Naruto, Furuya/Sawamura de Ace of Diamond, Tobio/Hinata de Haikyuu, Rukawa/Hanamichi de SLAM DUNK, e por aí adiante…
Neste aspeto, se conhecem qualquer uma destas relações, sabem onde vai parar a história logo nos primeiros 5 minutos da narração. Não há qualquer surpresa no desenvolvimento da narrativa e as únicas variáveis são o mundo e o contexto em que esta está inserida. Vê-se a milhas que eles começam como claros opostos que se odeiam, mas que vão acabar por ter respeito um pelo outro, sobretudo o génio que vê o quanto o desastrado se esforça para ter sucesso.
É um episódio que segue uma formula tantas vezes utilizada, mas que não derruba o anime no seu todo a meu ver, porque eu gosto que se tenham preocupado em caracterizar mais outras personagens que não os protagonistas – embora sinta falta das expressões da AE3803.
E não deixa de ser giro ver como a dinâmica do durão passou do Helper T em timócito, para o Kill T em “adulto”. Enquanto um cresceu em termos de relevância e importância estratégica, o outro cresceu em força e com um claro e ardente desejo de que todos os Naive T Cells nos quais ele se revê superem, tal como ele, as suas limitações – mesmo que isso venha a acontecer à bruta e à base do arremesso.
Em suma, tivemos um episódio morno mas que não me fez sentir tempo desperdiçado. Contudo, uma vez que nos aproximamos do final da temporada e estamos a vir de dois episódios mais tranquilos, estou a antecipar algum tipo de episódios “finais” mais efusivos e repletos de “maravilha científica” e umas boas gargalhadas.
Lightning Round:
Como tenho vindo a fazer, quero terminar o artigo com alguns detalhes do episódio que merecem destaque:
- Gostei de terem mudado as vozes que cantaram o opening, aludindo logo ao facto de não ser um episódio habitual. Se percebi bem (e sem ir confirmar), o grosso do tema foi desta vez interpretado pelo Helper T e pela Macrófago (win for me).
- Mesmo sem a Glóbulo Vermelho, o episódio apresentou alguma comédia física e spastic, que me fez sorrir em certos momentos:
- O callback da Dendritic Cell enquanto o contador de histórias lá do sítio, graças ao seu “voyeurismo assexual”. Faz lembrar aqueles pais nas festas escolares do filho, que gastam três cartões de memória em cinco minutos:
- O treino e o exame de seleção servirem-se de um sistema de dummies, auxiliado por outras células da zona. Sublinho, claro, as macrófagos, mas quero destacar o monócito que aplaudiu o jovem Killer T:
- O momento Migration in Progess, representado pelos neutrófilos com as adoráveis plaquetas às cavalitas. Isto é uma figuração da capacidade das plaquetas assistirem a migração transendotelial dos neutrófilos – pretty… pretty… pretty cool.
Bye, Bye!
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