Depois do sucesso de Hyrule Warriors em 2014, a Nintendo consultou a Koei Tecmo para uma nova parceria. Desta vez para contar a história de 100 anos antes dos acontecimentos de Breath Of The Wild.
Após 3 anos do lançamento do jogo que inspira este título, os fãs estavam ansiosos por obter novas notícias da sua sequência. Contudo, a Nintendo decidiu surpreender toda a gente ao anunciar uma prequela do jogo premiado em 2017.
A reação inicial foi tão boa, que é possivel afirmar que este título é o jogo musou mais bem-sucedido de todos os tempos! A razão foram os cerca de 3 milhões de cópias vendidas no seu lançamento, segundo a Famitsu.
No primeiro Hyrule Warriors (2014), a Koei Tecmo teve liberdade total para explorar todos os elementos do universo da série The Legend Of Zelda. No entanto, neste novo jogo, há claramente o sentimento que a colaboração da Omega Force (estúdio da Koei Tecmo responsável pelo desenvolvimento do jogo) com a Nintendo foi bem mais próxima.
Hyrule Warriors: Age of Calamity – Análise
Se o primeiro Hyrule Warriors foi uma carta de amor para todos os fãs da série The Legend Of Zelda, este é claramente uma homenagem a um dos melhores jogos de todos os tempos, o Breath of The Wild.
Com tanta antecipação, havia muita pressão para que este jogo fosse algo especial. Afinal, trata-se do lançamento de Natal da Nintendo em 2020 e um spin-off de um jogo reconhecido e amado mundialmente. A verdade é que o jogo não desiludiu e trouxe uma experiência incrível que vai permitir, a quem é ou não fã de jogos musou, umas belas horas de entretenimento.
Hyrule Warriors: Age of Calamity – História
Com a ameaça iminente de Calamity Ganon, a princesa Zelda, o seu fiel guerreiro Link e os Campeões tentam parar a catástrofe que ameaça Hyrule. Desta forma, cabe ao jogador liderar as tropas no campo de batalha e tentar combater esta ameaça.
A premissa deste jogo é bem básica e bastante familiar para quem jogou o Breath of The Wild. Se por um lado os fãs do jogo de 2017, queriam ver novas interações entre os personagens e revisitar alguns cenários, 100 anos antes, do mundo que exploraram, também havia o sentimento que este jogo poderia fornecer algumas pistas ou respostas sobre o futuro da série.
Um dos pontos mais fortes deste título são as suas cutscenes. A sensação de poder descobrir cada detalhe sobre os eventos que levaram à história de Breath of the Wild, é algo que motiva o jogador ao longo dos capítulos. E apesar do ritmo lento da história, todas as personagens são muito bem representadas e as suas interações são muito bem construídas.
Uma abordagem mais modesta
De forma a não estragar a experiência a nenhum leitor, preferi não comentar sobre os spoilers da história, no entanto é percetível o facto de a mesma ter causado tanta controvérsia.
Se por um lado, a história é emocionante e apresenta elementos muito bem explorados, como a representação do reino de Hyrule, a história pessoal da Zelda e os arcos dos Campeões, também há o sentimento de que a Nintendo não quis fazer algo muito ousado com a narrativa deste jogo.
Assim sendo o marketing à volta da história, pode não corresponder de todo com a experiência final do jogador. Este título podia ser claramente o “Star Wars Rogue One” da Nintendo, mas a companhia japonesa tentou seguir uma abordagem mais modesta da narrativa, fazendo um belo “fan service” para todos os fãs.
Apresentação de Age Of Calamity
Se houve algo notável desde o primeiro trailer é que Age Of Calamity parece mais um Breath of the Wild “disfarçado” de um jogo musou do que o contrário.
Desde os menus, os cenários do jogo até a utilização do mapa como um meio para o jogador selecionar a próxima missão, é percetível que a Koei Tecmo fez um esforço muito grande para tentar homenagear ao máximo o jogo de 2017. Houve momentos em que fiquei tão envolvido nas animações e nos visuais, que ficou difícil distinguir se estava no jogo original ou num spin off.
O jogo tenta reviver de forma muito fiel, muitas das localizações conhecidas pelos jogadores como o Great Plateau, Hyrule Field ou até o Hyrule Castle. Deste modo, é impossível não ter uma perceção das mudanças que ocorreram no cenário ao longo dos 100 anos.
O feeling de Age Of Calamity
Outro aspeto que este jogo tenta recuperar do original é o feeling de exploração dos cenários, através de uma apresentação rica em detalhes e de elementos como as Korok Seeds e os tesouros.
Apesar de ser esteticamente fiel ao original de 2017, este título apresenta alguns problemas a nível de performance. Tendo em conta as limitações do hardware da Nintendo Switch, em algumas localizações como o Zora’s Domain ou na Korok Forest é possível sentir com alguma frequência a queda de frames. De forma geral, a performance não atrapalhou a minha experiência singleplayer no entanto, é um aspeto incomum quando falamos de um título exclusivo da Nintendo.
A banda sonora deste jogo, composta pela Kumi Tanioka (Final Fantasy Crystal Chronicles), é simplesmente magnífica. Entre uma mistura de elementos dos sons de Breath of the Wild e de temas clássicos da série, esta banda sonora é sem dúvida um dos pontos altos deste jogo.
Jogabilidade
A característica mais comum dos jogos musou é o facto do jogador ter de enfrentar milhares de inimigos enquanto comanda a sua equipa de forma estratégica. Neste seguimento, Age of Calamity enquadra-se perfeitamente na proposta do jogo, tornando mais credível o cenário de guerra através da sua jogabilidade.
Comparativamente com o seu antecessor e com os outros jogos da série Warriors, este título não se foca tanto no fator estratega para se poder dedicar mais ao sistema de combate. Através da utilização de elementos de Breath of the Wild como o Flurry Rush, as Rods e as Sheika Runes toda a componente de batalha parece bem menos repetitiva do que o habitual na série.
Este novo jogo da série Hyrule Warriors apesar de proporcionar menos personagens do que o seu antecessor acaba por compensar no moveset de cada personagem tornando os combates bem mais diversificados. Poder usar as técnicas ninja da Impa, a capacidade de voo do Revali, o escudo do Daruk ou a velocidade da Mipha acaba por ser um fator preponderante na estratégia de cada jogador.
Mecânicas e desenvolvimento do jogo
As mecânicas de hack ‘n’ slash tornam este jogo num Breath of the Wild mais rápido e frenético, sendo muito mais divertido combater com o Lynel ou com os Hinox nesta versão, do que no jogo de 2017.
Como em qualquer jogo da série Warriors, este género pode parecer um pouco repetitivo a novos jogadores. Desta forma, a equipa de desenvolvimento do jogo criou um sistema viciante que permite tirar o foco do jogador das missões principais: através das missões secundárias e missões bónus com as Divine Beasts que permitem ao jogador obter novos combos e aumentar a saúde dos personagens.
Talvez por ordem da Nintendo, de forma a facilitar a experiência dos novos jogadores, não é necessário depositar muitas horas de Grind neste jogo para poder avançar na história.
Hyrule Warriors: Age of Calamity – Análise | Veredicto Final
Hyrule Warriors: Age of Calamity é facilmente o meu jogo preferido do género musou, permitindo aos jogadores uma nova experiência imersiva no universo de Breath Of The Wild.
Pessoalmente, os pontos que diferenciam esta experiência dos outros títulos da série Warriors são:
- o maior foco nas mecânicas de combate e
- o facto de ser enquadrado como uma prequela de um dos melhores jogos de todos os tempos.
Combinando elementos dos jogos clássicos, a diversidade no sistema de combate de cada personagem e a incorporação de elementos estéticos de Breath of the Wild. A Koei Tecmo fez um excelente trabalho em trazer uma nova experiência que consegue cativar novos jogadores e agradar aos fãs dos jogos da série Warriors.
Devido ao seu conteúdo extenso, belíssimos gráficos e uma ótima banda sonora, este novo jogo da série Hyrule Warriors é uma excelente porta de entrada para o género musou. É um título que consegue trazer de volta os jogadores de Breath of the Wild numa nova aventura, até a chegada da sua sequência.
Análises
Hyrule Warriors: Age of Calamity
Desde os fatores estéticos até às mecânicas de combate, houve um esforço enorme por parte da Koei Tecmo para poder criar um jogo Musou diferente dos seus antecessores, misturando elementos clássicos da série com alguns componentes de Breath Of The Wild.
Os Pros
- Banda Sonora
- Movesets diferenciados para cada lutador
- Uma bela homenagem ao mundo de Breath of the Wild
- História simples, mas emocionante
- Poder jogar com as Divine Beasts
Os Contras
- Problemas com framerate
- Fraca interação com os amiibos