Regressamos hoje com a segunda edição da rubrica “Curiosidades e Bizarrices“.
Preparem-se para conhecer o tema de hoje: A Ilha Hashima (ou simplesmente Hashima já que o sufixo -shima é ilha em japonês) também normalmente chamada de Gunkanjima (literalmente Ilha Navio de Guerra, pela sua forma semelhante). Ela é uma das 505 ilhas inabitadas da província de Nagasaki, a cerca de 15 Km da própria capital, Nagasaki.
Podia ser apenas mais uma ilha, porém, a grande curiosidade é que ela está completamente deserta à 38 anos. No início, em 1887, a ilha era um paraíso cheio de carvão. Como o Japão estava no processo de industrialização, todas aquelas minas foram um grande impulso, tanto para o processo em si, como para as pessoas que lá trabalharam. A ilha foi comprada pela Mitsubishi e assim se iniciou o projeto que consistia em recolher o carvão das minas subaquáticas.
Contrataram-se milhares de pessoas e as infraestruturas como apartamentos, hospitais e escolas foram erguidos. Construiu-se também o maior edifício japonês de betão (com 9 andares) para colocar o grande número (e em constante expansão) de trabalhadores.
Em 1959, a população atingiu o incrível número de 5259 pessoas e chegou mesmo a ter a maior densidade populacional. Apesar disso, o petróleo começou a ganhar fama e o carvão foi sendo substituído por ele. As minas foram fechando por todo o país e a Mitsubishi tornou oficial o encerramento da mina em 1974. Mais de 5000 habitantes foram transferidos para o continente, para outras filiais da mesma empresa. Desde então, a ilha ficou sem qualquer habitante e tornou-se um local de acesso restrito.
O interesse pela ilha surgiu quando ela começou a representar o que aconteceria caso a vida humana terminasse no planeta. Sob constante influência de ventos fortes e tempestades, a destruição foi bastante acelerada.
A manutenção da ilha não foi mantida e, por isso, vários edifícios colapsaram. Mesmo assim, várias estruturas foram restauradas (mas nunca remodeladas para não perder o efeito original). Em 27 de Agosto de 2005, o acesso foi permitido, apenas a jornalistas. Apenas a 22 de Abril de 2009 é que ela abriu para o público em geral.
O local tornou-se num autêntico museu fúnebre, macabro e claro, as histórias de terror eram impossíveis de contornar. Fala-se que mais de 500 pessoas morreram devido a trabalhos forçados o que torna tudo ainda mais sinistro (já para não referir as clássicas histórias de fantasmas e demónios).
Recentemente, a ilha serviu de inspiração para o último filme de James Bond, “007 – Skyfall”, mas o mesmo não foi lá filmado. Os cenários foram recriados nos Estúdios Pinewood e em computadores.
Deixo em baixo uma galeria de imagens que demonstra como as coisas ficaram após 31 anos de inexistência humana.
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