Infinite Stratos, mais conhecida por IS, é uma animação produzida pela Lantis e distribuída pela famosa TBS. Possui 12 episódios, entra no género “harem” mascarado pelos combates de estilo “mecha”. Na sua primeira temporada foi um anime na qual o público criou grande expectativa, visto que foi adaptada de um “Light Novel” com algum sucesso. Fracassou um pouco em agradar a maioria do público e até chateou alguns fãs da obra original.
IS: Infinite Stratos | A História
Infinite Stratos (IS), é o nome de um exosqueleto robótico, construído pelo Japão, para viagens extra-terrestres, contudo o plano não foi muito bem sucedido e então o objetivo mudou para “fins militares”. Este é pilotado por humanos, mas com uma característica especial, só funciona se for pilotado por humanos do sexo feminino.
A história começa quando Ichika Orimura, um rapaz de 15 anos, toca num IS e este responde ao estímulo exterior. Considerando que ninguém nasce ensinado, existem várias escolas espalhadas pelo mundo onde ensinam “os escolhidos” a pilotar e lutar num IS. Ora, como Orimura é o único Rapaz que consegue pilotar um, vê-se obrigado a ser também o único numa escola de mulheres (ou meninas vá). A sua entrada não é propriamente aceite com facilidade. Existe sempre alguém que se mantém céptico a eventos invulgares, sendo logo desafiado para duelos. Isto leva a bastantes peripécias indesejadas por parte de um rapaz que tem que lidar diariamente com tantas raparigas juntas. Como se tal não fosse drama suficiente, tem que aguentar todos os dias com a autoridade rígida da irmã mais velha que por sua vez é professora na escola.
IS: Infinite Stratos | Ambiente e Enredo
O progresso da narrativa não nos mostra nada de novo nem nada que não esperássemos ver. Mostra-se bastante inconsistente, apresentando um ritmo de desenvolvimento rápido alternado com um ritmo mais lento. Este tipo de andamento, se não for bem gerido, torna-se aborrecido e cansativo.
O conteúdo é pouco cativante, não possui uma boa comédia, nem um bom drama, nem um mistério que nos agarre ao longo da história. Isto deve-se essencialmente ao facto de terem fundido elementos de estereótipos que vendem muito bem quando isolados e criados de uma forma bem estruturada. Para quem viu a animação, sabe muito bem a que me refiro, principalmente aos padrões exagerados de harem e de mecha aqui inseridos. Para além de serem abordados de forma exageradamente cliché são contínuos, o que na minha opinião foi uma das maiores causas de esta mistura não ter funcionado. Ora, como se concentraram em encontrar a fórmula perfeita dos elementos com mais poder de fan service no mercado, o conteúdo ficou bastante vazio e com um rumo indefinido. Mas nem tudo é mau, recebe uns bons pontinhos no que toca aos IS. Estão bem desenvolvidos, é explicado como funcionam e as características são bem exploradas.
A banda sonora e os openings/endings são razoáveis, assim como o som que cumpre o objetivo, tendo uma maior qualidade em momentos de batalha.
Em comparação com os aspetos técnicos menos bons da obra, destaco o visual de uma forma mais positiva. O desenho de personagens e cenários são simples, com um traço baseado em linhas retas não possuindo muito detalhe. Tal como na história, o relevo qualitativo encontra-se nos IS. A animação ganha uma fluidez considerável quando os IS estão em batalha, os cenários ganham cores mais fortes e o ambiente torna-se mais detalhado.
IS: Infinite Stratos | As Personagens
Podemos encontrar uma grande parte de personagens-tipo às quais estamos mais que habituados, principalmente nas histórias com um grande conteúdo fan-service. Desta forma, não podem esperar encontrar personagens interessantes ou originais.
Ichika Orimura é a personagem principal desta obra. É o rapaz que veio revolucionar o conceito dos IS, uma vez que só podiam ser pilotados por mulheres. Como já disse, isto é o que impulsiona a história, colocando um rapaz reservado e tímido em situações que o retiram completamente da sua zona de conforto. É inocente, tem uma incapacidade enorme de compreender o que as pessoas que o rodeiam sentem por ele e tem tendência em ficar exageradamente obcecado quando falha um objectivo pessoal. O que de uma forma o leva, quase sempre e tardiamente, a aprender com as consequências dos seus erros em vez de tentar racionalizar um pouco antes de agir.
Houki Shinonono é a rapariga bonita que está apaixonada por Ichika desde a infância. Quando pequena, fez a promessa de um dia se casar com ele, mas aparentemente este foge um pouco da promessa devido à sua incapacidade de lidar com situações que o retirem do conforto. É uma das melhores pilotos de IS, sendo também muito forte em Kendo. Pratica-o desde pequena, tendo mesmo sido candidata a campeã. A forma como foi criada, mais a prática de Kendo, leva Houki a ser uma rapariga muito disciplinada. Contudo ferve em pouca água, principalmente quando em contacto com a personagem principal.
Chifuyu Orimura é a irmã mais velha do protagonista. Exigente e irrevogável, Chifuyu foi piloto da primeira geração de IS e considerada por muitos a mais forte até à época em que se reformou e tornou-se professora na Academia. Foi a responsável pela educação de Ichika, visto que ambos foram abandonados pelos pais muito cedo.
Tabane Shinonono é a grande criadora do sistema que aqui tanto referi, o IS. Grande amiga de Chifuyu e irmã mais velha da Houki. Apesar de possuir um enorme intelecto, age de forma infantil, hiperativa e irresponsável em algumas ocasiões. Possui plena consciência da enorme inteligência que detém, referindo isso várias vezes ao longo da história de forma muito natural.
A quantidade de personagens existentes ainda é vasta, mas como não modificam os eventos da história, não moldam as personagens principais nem são de forma alguma exploradas e bem definidas, não as considero relevantes o suficiente para serem aqui mencionadas.
IS: Infinite Stratos | Juízo Final
O conteúdo, incluindo o argumento e as personagens, é fraco, pouco desenvolvido, sem objetivos, vazio… É criado a partir de um fan service muito estereotipado, o que não ajuda nada a colocar o termo “interesse” nesta equação fraquinha.
Tecnicamente vai-se aguentando de forma mediana, aumentando um pouco a qualidade nas cenas de maior ação. No entanto, os contrastes, realização e desenhos deixam um bocadinho a desejar para uma animação pertencente a esta década. Além disso, nas lutas dos IS abusaram um pouco da tecnologia CGI, está relativamente bem feita mas mal utilizada. No caso de uma animação 2D, quando utilizam uma tecnologia 3D tem que ser muito bem trabalhada para que não fique estranha ou cause confusão no espetador.
Dito isto, não é uma obra que recomende no caso de terem visto poucas séries de anime, ou se procuram por algo interessante que aborde bons temas e de forma original. Mesmo assim, se gostam ou se procuram fan service com algum ecchi e mecha pelo meio, considero que será algo bom o suficiente para vos entreter durante um tempo.
Análises
IS: Infinite Stratos
Os Pros
- Teorização das mecânicas dos IS
Os Contras
- Premissa
- Enredo
- Personagens e Desenvolvimento genéricos