Se há alguma coisa que eu possa dizer sobre o meu editor no ptAnime (e muitas coisas positivas poderia dizer) é que ele nunca me limitou criativamente.
Tirando a regra de não poder incluir nada 18+, nunca recebi uma única nota relativamente a conteúdo. Digo isto, porque este mês eu fiz-lhe duas sugestões do que eu poderia analisar.
Uma foi “The Vision of Escaflowne”, uma anime clássica e muito conceituada. Vi uns episódios e achei a história interessante, a animação excelente e a música incrível. Se tivesse acabado de ver a série, talvez até fosse uma das minhas melhores analises.
Em vez disso, escolhi a outra solução. A lição aqui é que uma mão ditatorial nem sempre é má ideia.
Iya na Kao sare nagara Opantsu Misete Moraitai Análise
Mas o que é esta criatura afinal?
Agora que sabem o contexto para a existência desta análise, podem estar a perguntar-se mas que raio é esta série afinal?
Ao contrário de outros animes em que eu teria que fazer um resumo vago e ao mesmo tempo detalhado dos acontecimentos do enredo, aqui tenho trabalho poupado porque posso simplesmente dirigi-los ao título.
“Iya na Kao sare nagara Opantsu Misete Moraitai”, traduzido, fica qualquer do género:
Eu Quero que Faças Uma Cara Enojada e que me Mostres as Tuas Cuecas
Essa é a série. A série inteira.
Por isso, vamos discutir.
IyaKao Análise | Discussão? A sério?
Podendo não parecer, sim há aqui um ponto de discussão. Aliás vários pontos de discussão.
A série consiste em 6 episódios, cada um com 5 minutos e todos obedecem à mesma fórmula.
– Protagonista mudo tem uma rapariga à sua volta que obedece a um cliché/ fetiche;
– Rapariga é simpática inicialmente;
– Conversa inevitavelmente vai parar ao assunto de favores;
– Protagonista sugere que a rapariga mostre as cuecas;
– Rapariga está relutante mas acaba por fazê-lo;
– Rapariga mostra cuecas e faz um ar de desprezo para com o protagonista.
Agora, a parte interessante é que a estrutura pode ser sempre igual, mas são os detalhes que modificam tudo.
O protagonista desta série (assumindo que é sempre a mesma pessoa, que é o que eu vou fazer) tem uma relação complexa com as mulheres à sua volta. A indicação é que ele já conhece a maior parte delas antes do episódio começar e, pelo que vimos, parece dar-se bem com elas.
Aliás, segundo a Sacerdotisa do 5º Episódio, eles até são amigos de infância. Existem precedentes ali e na maior parte dos casos vemos um certo interesse amoroso potencial. A Sacerdotisa tem obviamente uma pequena queda por ele, a Enfermeira também parece um pouco interessada e a Ídolo (se ele jogasse bem as suas cartas) poderia totalmente tornar-se algo. Mas em todas as ocasiões, ele deita fora essa boa vontade em nome de 1 minuto de prazer. Porquê?
Se olharmos para isto de forma realista, é possível que seja porque a maior parte das pessoas que estão a ver esta série são otakus anti-sociais, incapazes de comunicar o que quer que seja com o que tenha uma forma vagamente feminina, portanto a ideia de mulheres a olharem para eles com um ar de desprezo deve ser bastante típica.
Mas, ao analisar de forma mais profunda, um fio narrativo interessante apresenta-se e começa a formar-se uma história acerca de um homem confuso que está a tentar simplesmente viver a sua vida.
Os episódios incluem duas figuras religiosas diferentes: uma freira e uma sacerdotisa da religião shinto.
Todos nós sabemos que é impossível pertencer a duas religiões ao mesmo tempo e, pelo aspeto da coisa, em ambas as situações ele está envolvido a fundo. Outra coisa que também conseguimos determinar é que ele conhece a sacerdotisa desde que são crianças, portanto a ordem sequencial lógica será que ele primeiro fez parte da religião Shinto e depois da religião cristã. Porquê? O que é que empurrou este homem a perder a sua fé e a trocar?
E isto sem falar das outras figuras no meio. Cada episódio tem a sua própria rapariga e seguem esta ordem:
- Maid;
- Ídolo;
- Enfermeira;
- Freira;
- Sacerdotisa Shinto;
- Schoolgirl.
Mas cronologicamente, eu diria, que as coisas são mais assim:
- Schoolgirl;
- Sacerdotisa Shinto;
- Ídolo;
- Enfermeira;
- Freira;
- Maid.
Temos alguns momentos indiferenciados, como a Enfermeira que pode ter aparecido a qualquer altura e a Ídolo que pode ter acontecido algures entre a Schoolgirl e a Sacerdotisa. Raramente vemos este tipo de sequenciação cronológica numa série, em que não vemos as coisas na ordem correta, mas é uma escolha arrojada e que eleva, em teoria, a anime.
Na prática, esta série é diversas combinações de sexista, cínica e degradante, um produto feito para enganar pessoas solitárias e desesperadas e roubar-lhes o dinheiro. A sua atitude é odiosa, implicando que o único tipo de pessoa que comprasse esta porcaria deve ter claros problemas em lidar com mulheres, e talvez a parte mais depressiva desta pilha de dejetos é que nem sei bem se não têm razão.
Não é sexy e não é divertido. É só humilhante.
Agora, a parte técnica.
IyaKao Análise | As Tecnicalidades
A animação desta coisa é lixo. Para episódios de apenas 5 minutos, temos vários erros de produção, desde animação torta, a coisas desenhadas “off model” e até erros na colorização.
A única coisa que passa ilesa, são as imagens das garotas a mostrar as cuecas que, verdade seja dita, são até bastante detalhadas. Também são absolutamente repugnantes, mas com esta série eu agarro nas minhas vitórias onde posso.
O som é igualmente lixo. Toda a gente soa medíocre, com a exceção da Ídolo que soa como se alguém estivesse a lixar os meus tímpanos com uma lima para as unhas. A banda sonora é genérica demais para palavras, o que também se aplica à música terrível que a Ídolo canta (que eu estou quase convencido que foi cantada por outra pessoa, porque soa completamente diferente).
IyaKao Análise | Conclusão
É lixo, basura, garbage, poubel, spazzatura, gunoi, bruscar, szemét, roska, plehra, smeće, affald, uitschot, कचरा, thoob khib nyiab e, visto que estamos num site de anime, ごみ.
Mais alguma pergunta?
Análises
Iya na Kao sare nagara Opantsu Misete Moraitai
A minha justificação para dar o 1, é que pelo menos compreendo a razão da sua existência, e não se esconde por detrás de uma história ou personagens. Resumindo e concluindo: “Tu vieste por isto, nós damos!”.