Kamiarizuki no Kodomo (Child of Kamiari Month) – Uma amálgama de emoções
Devo confessar que, assim que vi o trailer deste filme – disponível na Netflix –, fiquei bastante empolgada. A animação parecia bastante semelhante aquela que é usada no Estúdio Ghibli – algo que adoro – e a ação parecia ser bastante dinâmica, com cenas diferentes a surgir a cada segundo. Além disso, as expressões e as vozes dos personagens davam a entender que seria um anime bastante emotivo e “kawaii”. :3
No entanto, assim que comecei a ver o filme, a minha opinião mudou. Querem saber se valerá a pena? Pois bem, continuem agarrados ao artigo e logo tirarão as vossas conclusões!
Kamiarizuki no Kodomo Filme – Análise
O enredo
Esta obra da Linden Films, dirigida por Takana Shira, leva-nos a conhecer o fantástico mundo dos Deuses através da pequena Kanna, a nossa personagem principal. Kanna é uma jovem que vive apenas com o pai, o Sr. Norimasa, dado que a mãe (Yayoi) falecera há cerca de 1 ano. A história desenrola-se sempre à volta desta terrível perda e foca-se, principalmente, nas emoções da menina, enquanto obrigada a lidar com algo tão pesado.
O espectador vai vivenciando o passado de Kanna, onde esta recorda os momentos felizes junto da mãe, e o presente, no qual Kanna esconde a sua frustração e raiva pela morte de Yayoi. Até que, certo dia, devido a um amuleto que a mãe lhe deixara, Kanna é introduzida a um mundo repleto de magia: o mundo dos Deuses!
A partir desse momento, Kanna embarca numa bonita e desafiante jornada, na companhia de Shiro, um coelho falante muito fofo, e Yasha, um demónio carrancudo, mas cómico. Nela, Kanna conhecerá imensos Deuses, a verdadeira identidade da sua mãe e, também, o seu verdadeiro EU!
Uma inspiração “Ghibliana” que deixa algo a desejar …
À medida que o tempo foi passando, comecei a notar que a animação parecia uma espécie de cópia barata do Ghibli, mas depois apercebi-me que, talvez, estivesse a ser demasiado picuinhas. As linhas são, sim, arredondadas como as que vemos na animação Ghibli; as lágrimas dos personagens são grossas e abundantes, tal como nos filmes Ghibli; e os movimentos são bastante lentos e suaves, assim como…bem, vocês entendem onde quero chegar. Contudo, não é algo obrigatoriamente mau.
A meu ver, os artistas foram pouco perfecionistas nas linhas de desenho. Além disso, há algumas sombras estranhas e, de um jeito um tanto ao quanto bizarro – não sei se propositado ou não – os personagens acabam por parecer todos crianças. O.O
Penso que tenha havido um pequeno problema de proporcionalidade dos membros. Cabeça grande em corpos pequenos até fica querido em personagens de crianças e bebés, mas em adultos e idosos fica só… estranho ^^’. Quanto à banda sonora escolhida, está adequada para o tipo de filme – a típica música, ora calma, ora mais acelerada, com aquelas vozes femininas, bastante agudas e graciosas.
Valerá a pena assistir a Kamiarizuki no Kodomo?
Como já disse acima, fiquei um pouco desiludida, ao achar que poderia estar perante um novo Ghibli, mas não posso dizer que seja uma tentativa de cópia senão, antes, uma possível inspiração. E, assim sendo, quem poderia condenar os artistas por terem tão bom gosto?
Aquilo que mais me impressionou no filme foi o elemento surpresa que conseguiram criar. Posso dizer que, grande parte do tempo, achei um filme um pouco parado demais. Porém, quando menos esperava…BUM!!! Luzes, música alta, velocidade e efeitos especiais por todo o lado! Parecia mesmo que estávamos dentro do filme quando a magia acontecia! Adorei essas partes
Outro ponto, que não posso deixar de elogiar, é a história por si só. Apesar de ser básica, – como terão oportunidade de constatar se virem o filme – tem, no seu core, uma boa ideia para se poder explorar. Uma mitologia acerca de um mês, denominado “Kamiari” e que vem dar corpo ao cerne deste filme: “A criança do mês Kamiari”.
Kamiarizuki no Kodomo Filme – Análise
Juízo Final
Por fim, acabo por não perceber, ao certo, se tudo o que Kanna vive no mundo dos Deuses será apenas fruto do seu subconsciente (devido à forma como tudo começa). Penso que, talvez, fosse interessante que tudo não passasse de uma experiência mental de Kanna, onde esta teve a oportunidade de se libertar de toda a raiva e angústia que sentia.
Penso que cada um pode interpretar conforme entender e, possivelmente, tenha sido essa a verdadeira intenção do realizador.
Análises
Kamiarizuki no Kodomo
Um filme que, no seu cerne, se assemelha bastante a Ghibli, mas que, graças à exclusão da animação ligeiramente sinistra, comum desse mesmo estúdio, facilita a direção para um público mais infantil. É um excelente filme para ver com crianças.
Os Pros
- História
- Efeitos especiais
Os Contras
- Animação bastante básica
- Personagens secundários pouco explorados
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