Já passaram 2 semanas desde que Kingdom Hearts III foi lançado e nesse espaço de tempo conseguiu vender 5 milhões de cópias em todo mundo, ser o jogo mais visto na Twitch no seu dia de lançamento e levar a Capcom a questionar se devem colocar uma chave como arma principal no Resident Evil 2.
Kingdom Hearts III – Primeiras Impressões
É impossível aceder a qualquer tipo de plataforma e não aparecer uma notícia do jogo, variando entre partilhas de vídeos e fotografias e análises bastante positivas, o que não deve surpreender visto que o jogo foi desenvolvido pela mesma equipa de Final Fantasy XV.
Devido a motivos monetários eu não vou poder adquirir o jogo, mas uma alma carinhosa permitiu que eu experimentasse o Kingdom Hearts III e após jogar algumas horas posso dizer que há muito para falar.
Aqui ficam as minhas impressões.
Gráficos puramente deslumbrantes:
Um dos motivos que levou a que o jogo demorasse 13 eternidades até ser lançado foi a decisão por parte da Square Enix de trocar o motor de jogo para o Unreal Engine, o qual aumenta o realismo dos gráficos.
Essa decisão levou a equipa a ter de reconstruir o jogo todo do zero e apesar de ser algo bastante frustrante, no fim foi uma atitude acertada porque pela primeira vez temos um Kingdom Hearts realista e lindo.
Alias, lindo é uma palavra muito pequena visto que a nossa reação imediata é a de ficar boquiabertos quando conseguimos ver os detalhes na pele e na roupa de um personagem ou até mesmo cenários recheados de flora e falhas naturais ao invés de um objeto modelado com uma textura por cima.
Aquilo que mais se destaca é possivelmente quando jogamos num mundo como Toy Story, ou Tangled, e temos aquela sensação de nostalgia ao olharmos à volta e vermos que o ambiente é exatamente igual ao do filme ou chegando mesmo a ter mais detalhes que o próprio.
A única estranheza que existe com estes gráficos é, talvez, quando olhamos para personagens como Mickey, Donald e Pateta que começaram como um cartoon e aqui se apresentam como modelos a 3 dimensões e detalhes corporais, levando a que nos e questionemos se andamos a comer demasiados gelados de sal marinho.
Mas isso acaba por ser algo que desaparece facilmente quando vemos que os modelos são fiéis ao design original e que se comportam da mesma forma.
Ou demasiado bem, porque é impossível perceber o que o Donald diz sem uma licenciatura em Patês.
Interação com as Personagens:
Focando agora nas personagens em si, as interações que temos com os parceiros são impressionantes. Era conhecimento do público que o jogo iria ter os chamados Commands, ataques realizados em conjunto com um dos parceiros da party, mas um parceiro mandar uma piada devido ao local em que estão é incrivelmente hilariante.
Desde o Donald queixar-se do cheiro de um esgoto ou até mesmo começarem a falar com um tom agudo porque respiraram hélio, Kingdom Hearts III tem bastantes interações que podem ocorrer a qualquer momento e acabam por gerar uma risada por parte dos jogadores. Mas as melhores interações de todas serão provavelmente aquelas realizadas em Photo Mode.
Um dos pequenos destaques deste jogo é a habilidade de poder tirar fotografia e até mesmo selfies, mas o quão inesperado seria se o jogador fosse tirar uma fotografia ao Pateta e ele não só aperceber-se disso, mas também fazer uma bela pose ou reagir de maneira confusa.
Jogabilidade boa, mas não perfeita:
Esta vai ser a parte mais longa deste artigo não só porque é um dos focos principais do jogo, mas também porque foi a que me atraiu, por motivos variados.
A jogabilidade de cada jogo da franquia Kingdom Hearts é sempre diferente, variando entre o simples action RPG e um sistema parvo de combate com cartas, mas os jogos principais focam-se sempre em hack and slash com alguns elementos de Final Fantasy (nomeadamente os summons, magia e utilização de itens).
A minha ideia inicial para este jogo seria que a Square Enix iria copiar e colar as mecânicas de todos os jogos anteriores sem qualquer sentido e lógica e a jogabilidade seria mais confusa que a narrativa do próprio jogo, mas invés disso eles decidiram adaptar essas mecânicas, dando assim uma nova identidade ao jogo.
Apesar de muitas das mecânicas terem sido “recicladas” de outros jogos, tal não significa que não existem mecânicas novas. Uma das atrações deste jogo são as Atraction Flow, que são ataques visualmente inspiradas nas atrações de vários parques da Disney, variando entres os genéricos carrosséis e barcos piratas até andar de comboio enquanto combatemos um Titã.
Outra grande inovação em relação aos jogos anteriores está nas Keyblades. Em jogos anteriores, as Keyblades eram apenas constituídas por stats e uma habilidade enquanto que neste Kingdom Hearts, estas têm o seu próprio estilo de combate através das Form Changes que variam entre close range e combate à distância.
Cada uma dessas mecânicas encaixa-se perfeitamente e permite que a jogabilidade seja sempre diferente e adaptável a cada situação acabando por dar a opção ao jogador de criar o seu próprio estilo de combate.
Por muito bonito que tudo seja, o jogo tem um pequeno problema que eu reparei à medida que eu ia jogando. O jogo acaba por tornar-se bastante fácil mesmo quando jogamos na dificuldade máxima.
Inicialmente é complicado perceber os controlos do jogo à primeira, mas eles fizeram um bom trabalho a explicar como é que funciona cada mecânica. Tirando isso, o jogo em si não é muito difícil e isso pode resultar no facto de que estas mecânicas fazem o personagem muito poderoso, aliado a termos um Donald finalmente ser útil.
Opinião Final:
Mesmo com a gafe da dificuldade, o jogo é muito bom e divertido se jogar.
O fator nostalgia está muito bem destacado, a história não é difícil de compreender e tudo o que o jogo tem para oferecer serve perfeitamente para entreter os jogadores.
Concordam com a minha opinião? Deixem um comentário e digam também as vossas opiniões nem que seja para falar mal do Donald.
Até a uma próxima oportunidade.
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