O ano de 1986 assinalou a estreia da Studio Ghibli no cinema, por intermédio do filme “Laputa Castle in the Sky”. Por esta altura, o realizador desta longa-metragem, Hayao Miyazaki, já tinha dado nas vistas com outros trabalhos. No entanto, mais do que o próprio realizador, a Ghibli começava aqui a sua jornada de afirmação como um dos mais fantásticos estúdios de produção de filmes animados. Vamos conhecer melhor o seu primeiro trabalho.
Laputa Castle in the Sky – A História
Lucita Toelle Ul Laputa é uma jovem rapariga que herdou dos seus antecessores um colar bastante valioso. Um artefacto que agora é bastante procurado por vários grupos (criminosos!) devido ao seu valor monetário, entre outras razões.
Certo dia, durante uma das fugas proporcionadas pelo misterioso objeto, Lucita, ou Sheeta – é assim que a personagem gosta de ser tratada – acaba por cruzar a sua vida com a de Pazu, um rapaz que tem muito em comum com ela. Ao entrar em contacto com a sua nova amiga, o envolvimento do adolescente com os problemas da vida de Sheeta torna-se inevitável.
Acontece que, no meio de toda a confusão, peripécias e sustos, começa a vir ao de cima um assunto que vai projetar os dois jovens para uma aventura inesquecível. Em causa está a procura por Laputa, uma terra cujo aqueles que acreditam na sua existência afirmam estar situada no céu. Pazu é um dos maiores fiéis deste “mito”, visto que o seu pai afirmou em tempos tê-la avistado. Se até à data a perseguição ao colar – objeto que tem uma palavra a dizer na resolução desta lenda – já era intensa, a partir do momento em que os dois protagonistas percebem verdadeiramente naquilo em que estão envolvidos, o cerco do General Muska aperta ainda mais, surgindo sempre pelo meio as intervenções dos Piratas da Dola.
Laputa Castle in the Sky – Ambiente e Enredo
Vários são os filmes da Studio Ghibli que neste espaço já analisei, tendo apenas recentemente visualizado este primeiro da produtora. Por um lado, ainda bem que fiz o percurso desta forma, pois agora posso afirmar com convicção que logo nesta obra de 1986 nasceu uma identidade de desenvolvimento que ainda hoje permanece no ativo. Refiro-me essencialmente às animações simples e fluídas presentes nos movimentos das personagens e dos objetos que constituem as cenas do filme. Estas são realmente agradáveis e capazes de chamarem à atenção de qualquer espectador.
Todavia, este aspeto é apenas um dos muitos positivos que por aqui podemos encontrar. Um outro é claramente o ambiente criado em torno desta longa-metragem. Se avaliarmos a história em si, podemos dizer que não é nada fora do comum, com exceção de Laputa, a terra situada no céu. No entanto, nem esta última parte seria capaz de suscitar interesse no espectador se a sua transposição para o ecrã não fosse feita da maneira brilhante que foi. Os cenários são realmente fantásticos e a valorização desta obra pelo público ficou muito dependente deles.
Por fim, mas não em pior plano, está a vertente musical de “Laputa Castle in the Sky”. À semelhança do que acontece nos outros filmes da Studio Ghibli, Joe Hisaishi esmerou-se e “aplicou” músicas que ainda hoje sabem bem recordar e que nunca cansam o ouvido. Não é por acaso que muitas vezes dou por mim (e não serei o único certamente!) a ouvir o concerto que Hisaishi realizou apenas com músicas que compôs para a Ghibli. Indubitavelmente, este compositor é fenomenal!
Laputa Castle in the Sky – As Personagens
Já deu para perceber que Sheeta e Pazu são os grandes protagonistas do filme e, como referi anteriormente, têm muito em comum. Pois é precisamente parte desse “em comum” que aqui quero destacar. Ambos já perderam os pais, ambos têm um bom coração e os dois são capazes de se sacrificarem a si mesmos para protegerem aqueles que lhes são mais queridos. Desço aqui o véu, pois tudo o resto fica para conhecerem aquando da visualização do filme.
Em posição de serem brevemente referenciados também estão o General Muska e Dola. O primeiro é o grande vilão da história, a típica personagem que não olha a meios para atingir os fins, ainda que inicialmente possa enganar um pouco neste aspeto. No meio de tantos perseguidores, Muska vai a pouco e pouco cimentando o seu estatuto de principal antagonista. Por seu lado, Dola faz precisamente o percurso inverso. Esta velhinha, que é líder de um grupo de piratas e demonstra uma genica incrível para a idade que tem, ao princípio vai entrar em grande conflito com Lucita e Pazu, relação essa que vai amenizar com o desenrolar da história.
Laputa Castle in the Sky – Juízo Final
Assim termino mais uma análise a filmes da Ghibli. Fico com a sensação que grande parte do que aqui disse é idêntico ao sentenciado em análises anteriores a obras deste grupo. Um feeling que confirma o que disse em cima sobre a estrutura e a identidade que desde início Hayao Miyazaki implementou na conceção das suas produções. Ainda bem que assim é, visto que as avaliações são claramente positivas. Só é uma pena este senhor ter-se retirado recentemente, mas a vida é mesmo assim e certamente que outros realizadores de excelência virão.
Sem muito mais a dizer, se ainda não viram “Laputa Castle in the Sky“, vão lá tratar disso para o adicionarem ao vosso repertório. Sem dúvida que ele merece lá estar! Seja pelos ambientes fantásticos, pelas animações ou pela banda sonora, de alguma maneira o filme vai-vos cativar.
E porque o começo da viagem é o que mais custa aos que ainda têm dúvidas sobre se devem ver o filme ou não é, eu próprio vos lanço para esta aventura que passa pelo céu através do trailer que se segue:
Análises
Laputa Castle in the Sky
Laputa Castle in the Sky assinala o nascimento de uma identidade nos filmes de animação Ghibli, que ainda hoje perdura e deixa marcas no espectador pelos melhores motivos.
Os Pros
- Enredo
- Personagens
- Produção Visual
- Banda Sonora
Os Contras
- Nada de relevante a apontar